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segunda-feira, março 02, 2009

Ai, óh pra nós tão patetinhas!

Encontrei esta pérola na revista Fugas do Público de sábado da semana passada (21 de Fevereiro, portanto):
Clique para aumentar.

Animais desconhecidos e perigosos? Humidade quase impossível de aguentar? Vegetação com mais de um metro de altura? (Bem, as florestas costumam ter árvores...)
O autor(a) desta peça de publicidade mal dissimulada talvez possa beneficiar de um passeio pelo Jardim Botânico, por Monsanto ou pela serra de Sintra (caso more na zona de Lisboa; outras regiões dispõem também de bosques, florestas ou parques florestais ao alcance de qualquer um que precise de se familiarizar com esses ambientes)...

E para ir para a floresta, precisamos de gps? De um canivete multi-funções? De um forno?! Só falta nesta lista o jipe topo de gama, terá sido esquecimento?

Aquilo de que realmente precisamos para apreciar a floresta é de vontade, de disponibilidade e de atenção. Reunido este essencial, acrescentaria a seguir guias de campo da fauna e flora. Tudo o resto é acessório, ou seja, não essencial.

sábado, novembro 22, 2008

É isto o Jornal do Fundão?

Da edição da semana passada:
(Clique para aumentar.)

Resumindo a notícia, a Estradas de Portugal dirigiu à Câmara Municipal da Covilhã um ofício informando da intenção da venda, por parte daquela empresa, de um terreno situado nas Penhas da Saúde onde a Câmara pretendia (tendo previamente manifestado publicamente essa pretensão) construir um edifício para alojar o posto da GNR da fantástica minicidade com que Portugal vai concorrer com as estâncias de montanha dos Pirinéus e dos Alpes.

A este propósito, o jornalista Romão Vieira começa por considerar que o episódio protagonizado pela Estradas de Portugal é "no mínimo caricato" e que "suscita especulações sob [!] a forma deficiente" como essa empresa funciona. Vai daí, ouviu uma "fonte da Câmara", que confirmou (espantosa coincidência!) as suas considerações prévias.

Caramba, não faltará talvez aqui ouvir a outra parte? Não faltará talvez aqui questionar a necessidade de um posto da GNR num lugar onde não moram mais do que 20 pessoas? Não faltará talvez aqui o trabalho de um jornalista a sério? Não faltará talvez aqui um Jornal do Fundão à altura dos pergaminhos que soube ganhar no passado?

quinta-feira, maio 31, 2007

PITER—Serra da Estrela Inacessível à PDSSE

A Plataforma pelo Desenvolvimento Sustentável da Serra da Estrela divulgou pela comunicação social um comunicado informando das dificuldades que tem sentido na procura de informação sobre os projectos que integram o programa "Serra da Estrela Dinâmica", a financiar como Projectos Integrados Turísticos de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER). Pode ler o comunicado aqui.

Os diários As Beiras e Diário XXI deram eco das nossas preocupações.

Aqui para nós que ninguém nos ouve: dado o historial dos principais promotores dos projectos a financiar na montanha propriamente dita (Turistrela, Região de Turismo e Câmara Municipal da Covilhã), temos ou não razões para ficar preocupados?

PDSSE na imprensa

O comunicado da Plataforma pelo Desenvolvimento Sustentável na Serra da Estrela sobre as obras de requalificação no Covão da Ametade a que fiz referência aqui foi referido pelo diário As Beiras e pelo semanário O Interior.

segunda-feira, abril 16, 2007

A Beira Interior e a Serra: notas sobre planeamento e turismo

Para deixar tudo arrumadinho e mais fácil de encontrar, deixo aqui links para os cinco artigos que Francisco Paiva escreveu para o semanário O Interior, a que me tenho referido aqui no Cântaro. Na minha opinião, estes artigos dão um contributo importante para qualquer esforço no sentido de dar alguma sanidade ao desenvolvimento turístico (e não só) da nossa região, especialmente da Serra da Estrela. Constituem, pelo menos, uma reflexão muito mais profunda do que os voluntarismos e megalomanias a que quase todos os responsáveis pelo turismo e pelas autarquias nos têm habituado ao longo dos anos.

quinta-feira, março 29, 2007

E vão três...

Terceiro artigo da série que Francisco Paiva publica n'O Interior com o título geral "A Beira Interior e a Serra: notas sobre planeamento e turismo". Pode lê-lo clicando aqui. Aqui vai um excerto (os negritos introduzi-os eu):
Os Programas Integrados Turísticos de Natureza Estruturante de Base Regional (PITER) contêm a incoerente premissa de desejar alcançar, nestas matérias, em tempo limitado "alterações estruturais na oferta turística local ou regional, e impacte económico-social significativo na área territorial em que se inserem". Ora, a estratégia mais simples – menos estratégica – está a ser a musealização, nalguns casos a mumificação e a pura e simples promoção imobiliária, a pretexto do aumento da oferta de quartos, em áreas non aedificandi e a alienação de património público classificado. Por outro lado, carece de prova que o turismo de montanha, com ou sem neve, seja compatível com a previsível intensificação.
Falando por mim, como turista de montanhas, "carece de prova", de facto...

sábado, março 24, 2007

"Aproveitem os últimos anos de paisagem natural em Portugal"

É o título de um artigo de Pacheco Pereira sobre a "febre das eólicas" a não perder, no Público de hoje. Só um excerto:
Já quase não vale a pena dizer que não precisava de ser assim, que era possível "ordenar" de forma mais racional com respeito aos valores diferenciados o nosso território, que é tão pequeno e tão fácil de estragar. Que, como se vê com as eólicas, desde que muita gente, grandes empresas e autarcas em particular, percebeu que havia muito dinheiro a ganhar, acabaram as resistências [...] e começou a competição por trazê-las a tudo o que é monte e vento, sem ordem, sem plano, sem qualquer consideração pelo espaço natural. O problema não está nas energias renováveis, que são de apoiar sem hesitação, está, como em tudo, na combinação de ganância com desenvolvimentismo, na pressa para ganhar dinheiro no primeiro sítio onde ele pareça poder ganhar-se, levando aos parques eólicos e às barragens o mesmo caos intenso que já conhecemos de todo o lado.
Desta nova modalidade do caos intenso que já conhecemos tão bem, a Estrela promete vir a ser um triste exemplo. Como se não fossem já suficientes as caóticas tristezas que temos na Serra...

Pode ler o artigo todo no blog de Pacheco Pereira, o Abrupto.

segunda-feira, março 19, 2007

A acompanhar atentamente

Francisco Paiva, docente do Departamento de Arquitectura da UBI, iniciou na edição de 15 de Março d'O Interior uma série de cinco artigos com o título global "A Beira Interior e a Serra: notas sobre planeamento e turismo". Pode ler o primeiro destes artigos aqui.
Destaco o seguinte excerto:
O voluntarismo moderno tornou este interesse pela paisagem e pela cristalização da cultura num atractivo negócio especulativo, disseminando infraestruturas e construções, quase sempre precárias ou desajustadas, por todo o planeta: no caso da Serra, recordemos apenas o centro comercial da Torre, as vernáculas barracas de zinco dos tempos do PREC, as ruínas do teleférico e as exóticas palafitas viking das Penhas da Saúde.
Nem mais!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Pelos vistos,...

... Há mais quem ache condenável a forma como se andou a movimentar neve de um lado para o outro na estância Vodafone.

ICN levantou auto contra terceiros

Vai investigar se foi a Turistrela a movimentar a neve
(In Kaminhos)

Interessante: "Vai investigar se foi a Turistrela"?!

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Clube Nacional de quê?

Foi publicada no Jornal do Fundão uma notícia interessante (que pode ler clicando na imagem junta), segundo a qual o Clube Nacional de Montanhismo - Delegação Centro se prepara para participar na campanha imobiliária que o presidente da Câmara da Covilhã quer promover com o lançamento da "mini-cidade" de montanha das Penhas da Saúde.

O Clube Nacional de Montanhismo - Delegação Centro é um clube vetusto, com cinquenta e tal anos de história, do qual (se não me engano) sou sócio desde o início dos anos oitenta. Não tenho a certeza de ser sócio deste clube porque, em boa verdade, só dou pela sua existência quando aparece o cobrador com as quotas em atraso. Mas já fui elemento activo da secção de montanha, no início dos anos noventa. Nesse tempo, apesar de ser muito minoritária a fracção dos sócios que praticavam montanhismo (coisa estranha num clube dito de montanhismo), todos os fins de semana havia cordadas do clube no Cântaro, e grupos do clube em caminhadas. O clube dava formação em escalada, técnicas invernais, orientação. Não me lembro do que aconteceu que me fez afastar do clube. Possivelmente terá sido apenas individualismo, falta de pachorra para reuniões com pessoas que não queriam saber de montanhismo para nada, o facto de pouco a pouco ter ido adquirindo o material de que necessitava, ficando menos dependente do clube, sei lá! Sei que aconteceu o mesmo a todos os meus antigos companheiros.

É interessante comparar o que o clube é hoje e o que já foi. E é interessante comparar o historial montanheiro e o calendário de actividades do clube com o de outros similares (no nome, pelo menos), como o Clube de Montanhismo da Guarda, o Clube de Actividades de Ar Livre, a Associação de Desportos de Aventura Desnível e muitos, muitos outros (Clique nas links para ficar com uma ideia geral).
Acho também interessante que um clube de montanhismo se meta nestas andanças.

Que ao actual presidente do Clube Nacional de Montanhismo não interessem estas questões, não me admira nada. Admira-me (e já nem isso...) é notar o mesmo desinteresse na redacção do Jornal do Fundão...

Soube disto pelo blog Cortes do Meio.

terça-feira, janeiro 02, 2007

PDSSE nas notícias

Eu (José Amoreira) e o vice-presidente dos Amigos da Serra da Estrela (José Maria Saraiva), na nossa qualidade de elementos da Plataforma pelo Desenvolvimento Sustentável da Serra da Estrela (PDSSE), fomos entrevistados pelo jornalista Luís Fonseca. Pode ler a notícia resultante no Diário XXI de hoje, ou aceder a ela clicando aqui.

sábado, dezembro 30, 2006

Isto parece-lhe normal?

Duas semanas apenas após publicar o artigo a que me referi aqui, a Visão volta ao turismo de montanha, para falar agora (em seis páginas que apresento em baixo, clique para aumentar) das consequências do aquecimento global para a viabilidade de muitas estâncias de esqui, referendo-se principalmente às dos Alpes.
Depois de, há duas semanas apenas, ter dado voz ao administrador e proprietário da Turistrela (classificada como "empresa de uma família da Covilhã") que defendia investimentos que permitam aumentar a frequência da estância de esqui para podermos recuperar dos "20 anos de atraso em relação às estâncias espanholas(1)", a Visão publica agora a opinião (da OCDE) de que muitas estâncias dos Alpes não têm viabilidade a médio prazo. Sobre a prática do esqui na Estrela, na estância da tal empresa familiar, nem uma palavra. Isto parece-lhe normal, caro leitor da Visão(2)?

Neste artigo da Visão apresentam-se medidas que foram sugeridas para viabilizar o negócio das estâncias dos Alpes: aumentar a altitude das áreas esquiáveis; recorrer (ainda mais) à produção artificial de neve; mudar o modelo, isto é, mudar a oferta, do esqui para outros segmentos. Independentemente das suas vantagens e desvantagens ou dos seus impactos, se considerarmos a aplicabilidade destas medidas no contexto da nossa Serra da Estrela, constatamos que aumentar a altitude da estância é impossível. Já foi aumentada o que podia ser, quando, há uns quinze anos, a estância foi transferida das imediações do Centro de Limpeza de Neve para a Torre. Aliás, note-se que alguns planos de expansão da estância visam a ocupação de áreas de ainda menor altitude (Covão do Ferro, por exemplo). Aumentar mais a produção de neve artificial talvez seja possível, mas a custos cada vez maiores (será necessário bombear água de altitudes mais baixas) e a viabilidade prática desta solução deixa muito a desejar na Serra da Estrela, como se tem visto pela área que a estância de esqui tem conseguido (e diga-se: apenas graças a transportes de neve com buldozers) manter aberta ao público, mesmo nos recentes dias de frio intenso. Mudar o modelo de negócios talvez fosse possível, mas receio que seria necessário mudar os protagonistas, que os que temos (Região de Turismo, Turistrela, autarcas) mantém o discurso e as apostas de há cinquenta anos(3). A diferença principal entre o agora e o então é que agora parece haver mais força para concretizar os projectos ou, pelo menos, para conseguir verbas públicas para os financiar...

Mas o fundamental deste post é a seguinte constatação: nos países da Europa onde tradicionalmente há reais condições para a prática do esqui e onde o turismo de neve se tornou uma componente importante da economia, gerando vários milhares de empregos, tenta-se naturalmente achar soluções que viabilizem as grandes estâncias existentes, tentando evitar as consequências sociais dos seus encerramentos e encarando-se com imensa preocupação as próximas décadas. Em Portugal, em contrapartida, o governo acaba de aprovar investimentos de €32.850.000,00, que serão aplicados, directa ou indirectamente, no produto neve(4), para reforçar a atractividade de uma micro-estância sem expressão nenhuma em termos da economia nacional e com pouco peso na economia regional (note que são os próprios proprietários da estância que afirmam que apenas 5% dos turistas a procuram, como se pode ler na Visão de há duas semanas). Isto, numa montanha meridional, atlântica, de baixa altitude, onde pouco neva. Isto parece-lhe normal, caro contribuinte?

(1) Referi-me em tempos a estes ridículos argumentos da concorrência com a estância de Béjar, no post A lógica das avalanches.
(2) Note-se que eu sou um leitor semanal da Visão e que a considero, no panorama nacional, uma revista excelente.
(3) Até o projecto do teleférico Piornos - Torre recuperaram, chamando-lhe agora telecabine Penhas da Saúde - Torre!
(4) Obtive estes números no Gazeta do Interior de 27 de Dezembro de 2006, na página 14. São o total de investimentos anunciados para os projectos da telecabine Penhas da Saúde - Torre, das infra-estruturas da Estância de Montanha das Penhas da Saúde (a mini-cidade de Carlos Pinto) e da estância de esqui propriamente dita. Aliás, o montante previsto para esta última é anedoticamente preciso: €4.013.638,04. Nem mais, nem menos!

terça-feira, dezembro 26, 2006

Correcção

Recebi informações, que considero fidedignas, de que na origem da mistificação a que me referi no último post não está Jorge Patrão. Trata-se, fiquei a saber, de uma notícia que, depois de investigada e redigida, sofreu edições por terceiros que, involuntáriamente, tornaram mais fácil a confusão. Por mim, não há problema, são coisas que acontecem, mas acho que devo a Jorge Patrão um pedido de desculpas por ter, com o post anterior, veiculado a ideia de que era ele quem tinha gerado este lamentável mal-entendido.
A notícia foi tratada também pelo Primeiro de Janeiro.

domingo, dezembro 24, 2006

Como se fabrica uma notícia

Saiu hoje no público uma notícia na qual Jorge Patrão reage a um comunicado da Plataforma pelo Desenvolvimento Sustentável da Serra da Estrela (PDSSE), em que esta plataforma se opõe aos programas a finaciar pelo Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER), o tal dos €100.000.000.
E depois? Nada, mas acho estranho que Jorge Patrão se refira a um comunicado da PDSSE que não existe. A PDSSE ainda não se pronunciou sobre o PITER. Talvez o faça, talvez não. Por enquanto, nicles.
Mas, então, é tudo inventado? Não completamente (como já dizia o António Aleixo, para uma mentira ser credível, tem que vir misturada com alguma coisa de verdade). A notícia apresenta excertos de um comunicado da PDSSE, sim, mas daquele em que nos referimos às queixinhas de Artur Costa Pais (administrador da Turistrela), coitado, que parece que foi obrigado pelo Parque Natural a fazer (veja-se lá) um estudo de impacto ambiental prévio a obras na estância de esqui. Trata-se do comunicado a que me referi aqui, e que foi publicado na íntegra aqui e aqui. Nesse comunicado estranhávamos que Jorge Patrão, na sua qualidade de presidente da Região de Turismo, nunca tivesse feito queixa do lixo e do entulho que a Turistrela deixa espalhados em todos os locais onde actua.
Jorge Patrão não deu resposta a esse comunicado, mas faz agora esta mistificação torpe e desonesta. Qual o objectivo? Virar a opinião pública contra a conservação da natureza e, em particular, contra a PDSSE.

Falando por mim em particular, fico muito contente por ver o maquinista cheio de comichão!

Boas Festas!

Não posso, onde estou a passar esta quadra, incluir aqui uma digitalização da notícia (fá-lo-ei mais tarde) mas ela pode ser consultada durante o dia de hoje, neste link. Mas tarde conto incluir também o texto com que a PDSSE respondeu a esta notícia.

Nota Importante: Ver o próximo artigo.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Não é com a verdade que nos tentam enganar

Os artigos no Público de Domingo que acabo de comentar merecem-me alguns comentários.
  • Artur Costa Pais (administrador da empresa que gere a estância de esqui) acha que para "a introdução de um telesqui, a substituição dos quatro já existentes por outros mais modernos e rápidos e a redistribuição destes equipamentos no espaço", não é necessário Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Um teleski, caro leitor, é um cabo de aço suspenso que puxa, com uns ganchos especiais, os esquiadores encosta acima. Para o suspender são necessários uns postes de ferro, com uns quatro a seis metros de altura, presos ao solo em sapatas de cimento, a distâncias de vinte a quarenta metros uns dos outros. Diga-me lá, caro leitor: acha que é possível instalar um teleski e redistribuir outros quatro sem qualquer impacto ambiental? A gente até pode não querer saber de os estudar, mas lá que os há, há.
  • É relativamente irrelevante a questão de há quanto tempo foram criadas as actuais pistas; mas Artur Costa Pais afirma que "foram criadas há mais de 30 anos, antes mesmo de ser criado o PNSE". Bem, qualquer pessoa habituada a esquiar na Serra sabe que há trinta anos a pista estava localizada nos Piornos, muito longe da actual localização. Mais ainda, qualquer destes esquiadores sabe que, ainda há dez anos, havia apenas um teleski na zona da Torre e as pistas não estavam definidas, o pessoal subia no puxa-rabos e descia por onde podia.
  • Jorge Patrão (presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela) considera que "o grande problema está na falta de planos de pormenor para as áreas de recreio, o que faz com que, perante a lei, tudo tenha de ser preservado na serra". Esta é de partir o coco a rir. Então os senhores têm tudo preservado?! Mas ainda há dias este mesmo responsável afirmou que se ampliou a estância, se equipou a estância com canhões de neve e se instalou a telecadeira (e tudo isso sem estudos de impacto ambiental)! Sim, sim, são abolutamente terríveis os constrangimentos ambientais que condicionam a vossa acção! Aliás, é disso que as pessoas se mais se queixam: a zona da Torre está demasiado preservada!
  • Mais adiante no mesmo artigo, onde se diz o que existe na estância e o que se pretende fazer, explicam-nos que na primeira fase dos trabalhos (esta para a qual a Turistrela pede isenção de estudo de impacto ambiental) está prevista também, para além do que referi no primeiro ponto (ver acima), a duplicação da largura das pistas. Pergunto: e isso faz-se sem movimento de terras, como afirma Artur Costa Pais? Mas ele nem sequer conseguiu definir pistas de BTT Downhill (muito estreitas) sem buldozers, arranjos do terreno e... movimentos de terra!
  • "Não existe um monopólio" afirma Artur Costa Pais, referindo-se à concessão exclusiva do turismo na Serra da Estrela atribuída à Turistrela. Bem, quem ler o Decreto-Lei nº 408/86 de 11 de Dezembro, que adapta à propriedade privada a Turistrela, criada como empresa pública concessionária exclusiva no Decreto-Lei nº 325/71 de 28 de Julho, fica a saber o seguinte: "Artigo 1º - A concessão em exclusivo da exploração do turismo e dos desportos na serra da Estrela, outorgada à empresa de economia mista denominada Turismo da Serra da Estrela, Turistrela, S. A. R. L., pelo Decreto Lei nº 325/71, de 28 de Julho, passa a regular-se também pelo disposto no presente diploma.". O artigo 14º deste Decreto-Lei, por seu turno, elucida que a quem explorar actividades e serviços de natureza turística e desportiva na zona da concessão em infracção ao exclusivo estabelecido no artigo 1º [o que referi acima], será aplicada coima de cem a três mil contos, entre outras punições como apreensão de material, encerramento de instalações, etc. Tem razão o senhor Costa Pais. Não é um monopólio. É uma concessão exclusiva. Existem outros investidores? Talvez sim. Talvez paguem "tributo" à Turistrela. Ou talvez não, talvez a Turistrela, magnanimamente, os deixe investir. E amanhã? Deixará? Pois, pois, não há monopólio. Há um mercado livre com regras de concorrência bem definidas, é isso?

As coisas estarão a mudar?

No Domingo, o suplemento Local (Centro) do Público dedica duas páginas (58 e 59) à Serra da Estrela. A notícia foi motivada, parece-me, por declarações de Artur Costa Pais (administrador e proprietário da Turistrela, empresa concessionária exclusiva do turismo e dos desportos na Serra da Estrela) em que ele afirma que ia pedir isenção de estudo de impacte ambiental para obras na estância de esqui.
Eu fiquei muito contente com a notícia. Por um lado, por ouvir Artur Costa Pais dizer que ia pedir a tal isenção. Suspeito que o procedimento do costume é avançar a eito, sem pedir autorização a ninguém. Viva a mudança!
Mas o motivo principal para a minha alegria é outro. É que este é um dos primeiros casos em que à opinião da Turistrela se contrapõem outras opiniões. O registo habitual de notícias sobre a Serra e sobre a Turistrela é o da mais desavergonhada publicidade, como o artigo publicado na Visão da semana passada, que comentei aqui e aqui.
Três vivas à mudança, três vivas a este artigo!

Já agora, quais são essas outras opiniões? A de um veterano da Serra da Estrela, o meu amigo José da Serra Saraiva, dirigente da Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE), que diz "A Turistrela é um monstro e é o Estado que o alimenta", coisa com a qual dificilmente podia concordar mais. A outra é a de Pedro Guedes de Carvalho, professor da UBI que coordenou a equipa responsel pelo Programa Estratégico de Turismo para a Serra da Estrela (PETUR), que foi encomendado à UBI pelos municípios da região. Diz o Professor que "A neve não é o futuro da Estrela", opinião que partilho plenamente.

Pode ler a toda a peça do Público aqui, aqui e aqui.

sábado, dezembro 16, 2006

Leia-se o Público...

... De hoje, págs. 22 e 23. Os vários títulos e subtítulos são
  • O INVERNO TARDA A CHEGAR À EUROPA
  • As estâncias de esqui não têm neve. Cidades habitualmente geladas assistem agora ao florescimento das árvores. Ursos polares invadem povoamentos em busca de alimento... humano. No Inverno, estranhamente, a Europa não treme de frio. Há pelo menos 500 anos que não se testemunhava uma coisa assim
  • Portugal com temperaturas normais para a época
  • Hemisfério Norte aquece duas vezes mais que o Sul
  • 2006 será o sexto ano mais quente de sempre
  • Inglaterra bate recorde de calor de 347 anos
  • Este Outono foi o mais quente do último meio milénio
  • O outono na Europa terá sido o mais quente dos últimos 500 anos, acentuando a tendência para a subida das temperaturas no continente. E, no caso de Portugal, parece prenunciar um Inverno suave.
  • Nível do mar pode subir 1,4m até 2100

Sensacionalismo? Sem dúvida. Apenas sensacionalismo? Sem dúvida que não, mas nada que diga respeito à Serra da Estrela, onde as "alterações climatéricas não serão assim tão graves, tendo em conta que o ano passado foi um dos em que nevou mais, ao ponto de termos produzido neve só quatro dias"

terça-feira, dezembro 12, 2006

A PDSSE no Público

O Público (suplemento Local Centro) fez hoje eco da opinião da Plataforma para o Desenvolvimento Sustentável da Serra da Estrela sobre as queixas que Artur Costa Pais (administrador da Turistrela) e Jorge Patrão (presidente da Região de Turismo) apresentaram por os técnicos do Parque Natural da Serra da Estrela exigirem que se cumpra a lei. Clique na imagem para a aumentar. O artigo do público foi construído a partir de um comunicado que pode ler integralmente aqui.

A ADAG no Público

Foi ontem publicada pelo Público (suplemento Local Centro) uma notícia sobre a oposição da Associação Distrital de Agricultores da Guarda (ADAG, associação que integra a Plataforma para a Defesa da Serra da Estrela) e de outras organizações à abertura de uma Zona de Caça Municipal (ZCM) situada (pelo menos parcialmente) no interior do Parque Natural da Serra da Estrela. (Clique na imagem para a ampliar).
A portaria nº 1108/2006 de 17 de Outubro, que cria a dita ZCM, assinada pelo Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional e pelo Ministro da Agricultora, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, fundamenta a decisão num parecer do Conselho Cinegético Municipal de Gouveia. Acontece que a ADAG pertence ao dito Conselho Cinegético Municipal e desmente que lhe tenha sido pedido qualquer parecer. Mais ainda, o dito Concelho nunca reuniu.
Bem vindo à Serra da Estrela, bem vindo à Twilight Zone!

Pode ler o texto integral do comunicado da ADAG aqui.

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!