Falo desta corrida porque o trajecto da prova estava todo assinalado com as malditas fitinhas de plástico tão costumeiras em actividades deste género. (Veja aqui, aqui e aqui algumas reacções do Cântaro Zangado a estas fitinhas.) Durante a corrida, fui encontrando vestígios de lixo deixado por outros corredores, apesar de todos termos sido alertados para a importância de deixarmos o lixo nas vizinhanças dos pontos de abastecimento. De facto, ia correndo e pensando:
Não volto a meter-me numa coisa destas. Estes gajos não são melhores que os turistas do sku e do saco de plástico. Vale tudo para tentarem ganhar uma porcaria de uma corrida. Mas a verdade desportiva está ligada à ética desportiva e a ética desportiva, numa prova como esta, tem de incluir um enorme respeito pelo meio ambiente. Não volto a participar numa actividade onde outros participantes revelam esta falta de civismo. Não sou como eles, não quero que me confundam com eles.
Pois bem, hoje tive que ir a Manteigas e aproveitei para tirar umas fotos de uma parte do trajecto de que gostei particularmente. Estava tudo limpo, a organização tinha recolhido todas as fitinhas, todas as garrafas, todas as embalagens. Àparte o solo mais revolvido do trilho estreito que ontem percorremos, não se notavam quaisquer vestígios da prova. No próximo ano, voltarei a inscrever-me.
Deveria ser assim a rampa automóvel Covilhã-Sanatório, deveria ser assim a passagem da volta a Portugal em bicicleta, deveriam ser assim as concentrações de motards, de jipes, de BTT e de moto4, deveriam ser assim todos os eventos autorizados na Serra da Estrela. Se todos estamos de acordo que é assim que as coisas deveriam ser, porque é que não é assim que as coisas são?
9 comentários:
Parabéns, meia maratona em montanha é muito difícil. até hoje só corri 2 vezes a distância de meia maratona (e em plano e sem ser em prova), e a última já foi em 2002. Não tenho paciência para a monotonia de cerca de 1h45 a correr, e a sofrer + ou - depois dos 8, 9 km!! Ao fim de meia hora fico logo sem paciência e depois invento, aumento a velocidade, diminuo, passos alongados, passos + curtos, invento para me motivar a prosseguir. Sobretudo (re)invento a rota a seguir a todo o momento. tenho de comprar é um ipod ou afim!!
costumo correr nadento zona delimitada pela linha vermelha, que é a zona da foz do Rio Ave em Vila do Conde. É toda uma zona em construção e tem pouco transito (tirando a estrada circular [pista de Vila do Conde] o resto ainda está praticamente desabitado ou sem casas), pouco movimento e muitas estradas asfaltadas sem qq tráfego. Se se correr pela estrada/marginal que vai pela linha vermelha dá uns 2950 metros.
Em Vila do Conde para correr o melhor é aí ou sobretudo no 2º campo de treinos do Rio Ave F. C. que é livre (e até fica perto de minha casa) e sobretudo é rodeado de árvores por 2 lados (3 lados até há 2 anos).
mas a melhor infraestrutura desportiva da zona é a piscina olímpica da Póvoa de Varzim que tem 'subutilização' (ainda bem para alguns)
queria dizer
costumo correr dentro da zona delimitada pela linha vermelha.
neste mapa de Vila do Conde a cor laranja está uma habitação/quinta privada de uma só familia, provavelmente a quinta na costa de Portugal mais valiosa (dizem que pelo menos 50 milhões de contos). Vejam o tamanho daquilo dentro da cidade!! Igualdade? democracia? aquilo faz-nos pensar um pouco...
no mapa tb indiquei a ponto vermelho aonde moro e vê-se o grande estádio do Rio Ave F. C. +- perto.
Nesse caso os meus parabens a organizacao e a si pela sua participacao.
Um abraco da encosta norte.
Nesse caso os meus parabens a organizacao e a si pela sua participacao.
Um abraco da encosta norte.
Fernando, olá! Eu não ligo nada à competição e ao desporto organizado em geral (nem mesmo quando se trata das modalidades que mais me agradam). Mas correr na serra é uma coisa que faço cada vez mais. Agora que tenho mulher e filhos, que não foram (ainda!) completamente infectados pelo virus do montanhismo, torna-se difícil fazer actividades com várias horas ou dias de duração. Assim, tenho que as fazer mais curtas, mas mais intensas. Daí o ter começado a correr.
Corro normalmente na Serra, em estradas de terra ou trilhos (às vezes nem isso, a corta-mato, mas corta-mato mesmo) e nunca é aborrecido. Vemos gaios, águias, lagartos, volta meia-volta coelhos e até já se atravessou uma raposa a não mais que dez metros de mim. A única coisa que custa é começar. Quando não tenho tempo para ir para a serra, corro na estrada nacional Guarda-Fundão (não me lembro do código), essencialmente plana ou quase. Aí também se pode apreciar muita e variada bicharada, nas margens do asfalto, trucidada pelas viaturas...
Normalmente, as minhas corridas (corro uma a três vezes por semana) são de cerca de 10 km, com perto de 400m de desnível acumulado. Quanto tenho mais tempo e me sinto mais em forma, exagero. Costumo participar em competições, só por participar. Fora as da Serra da Estrela, vou às meias maratonas das pontes de Lisboa. Mas esta não tem nada a ver. Faço as meias maratonas de lisboa em perto de 1h40mn, esta levou-me perto de três horas! Foram 1200 m de desnível acumulado, incluindo longas subidas com 25-30% de inclinação. Não consegui percorrer tudo a correr, tive que caminhar nalgumas partes.
Mas foi fixe! O dia estava limpo, via-se ao longe, não estava demasiado quente, e no fim mergulhámos os pés na água gelada do alto Zêzere...
Al, obrigado. Como lhe tinha dito, fiquei contente só por conseguir acabar a prova. Abraço!
Ah, só mais uma coisa: quando falo da maior intensidade das corridas relativamente às outras modalidades que me agrada praticar, isso tem muito que se lhe diga... Não é mais intensa uma corrida de dez quilómetros do que uma escalada de grau V-VI com duzentos metros de extensão. Mas, tipicamente, é muito mais rápida e muito menos exigente em logística (não é preciso combinar com parceiros, não é preciso esperar por eles ou dar-lhes segurança...). Muito menos complicado.
Também andei la por cima este dia! Fiquei amedrontado e surpreendido com a brutal forma física dos atletas que lideraram esta corrida.
Após a passagem do ultimo participante, grupos de elementos da organização foram retirando as fitas e apanhando o lixo que infelizmente algum "pseudo-pro" (como gosto de chamar a esta gente) deixou pelo caminho.
Quem dera que todas as organizações (principalmente de eventos de BTT) levassem mais a serio estes cuidados...
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