domingo, setembro 10, 2006

"Antes das florinhas estão as pessoas"

Já tive ocasião, neste artigo e mais neste, de explicar o que se segue, mas vou voltar à carga. Quanto a mim, a protecção do ambiente não se destina apenas a satisfazer o interesse ou as necessidades da Lagartixa de Montanha, do Lobo ou das "florinhas". A protecção do ambiente é para nós, pessoas. Eu e tantos queremos uma serra onde não estejamos constantemente a chocar com construções, a tropeçar em lixo, a ver a paisagem estragada por postes de teleférico, por parques de estacionamento, por edifícios horríveis.

É por isso muito irritante ouvir argumentos como o que dá o título a este artigo, que foi apresentado por Carlos Pinto, o presidente da Câmara da Covilhã, há cinco ou seis anos (descobri-o só na quinta feira, quando escrevia o artigo "Ai ele é ambientalista?"), para "justificar" a sua oposição à demolição das casas ilegais das Penhas da Saúde.
É que, quando li a frase "antes das florinhas estão as pessoas", entendi outra coisa:

Antes da generalidade das pessoas, da região e de fora, que respeitam a lei e apreciam uma paisagem protegida e um ambiente limpo, estão as pessoas que querem a todo o custo a sua casinha de férias nas Penhas da Saúde, não se importando com a lei, nem com os estatutos de protecção do Parque Natural da Serra da Estrela, nem com os regulamentos camarários para a construção do Concelho da Covilhã.
Interpretei correctamente a frase, ou não?

Sem comentários:

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!