segunda-feira, junho 08, 2009

Que turismo é esse?

A Junta de Freguesia das Cortes do Meio (Covilhã) aprovou (e lançou a concurso, parece-me) a obra de alcatroamento de um caminho de terra para as Penhas da Saúde, como se pode ler neste post do blog Cortes do Meio (ou num artigo que referi aqui). Segundo diz o presidente da Junta de Freguesia das Cortes do Meio, Paulo Rodrigues, este projecto será o "motor de arranque para o desenvolvimento económico, turístico e local da freguesia.

É interessante a insistência no desenvolvimento do turismo. Ao certo de que forma é que uma estrada que canalizará os eventuais visitantes das Cortes do Meio para a Torre contribui para o desenvolvimento do turismo nas Cortes do Meio? É que vai sendo altura de vermos esta fé no alcatrão explicada. Se as estradas de asfalto não desenvolveram o turismo na Sra do Desterro, nem em Loriga (onde tudo continua tão morto como antes do alcatroamento de caminhos para zonas altas com acesso à Torre), nem, a bem dizer, em Manteigas, Seia, Covilhã, ou Sabugueiro (insisto que não é turismo desenvolvido as enchentes e congestionamentos de tráfego que algumas - poucas - destas localidades sentem em sete ou oito fins de semanas por ano), porque raio é que o hão-de fazer nas Cortes do Meio?

A própria junta de freguesia que quer asfaltar mais um vale da serra em nome do turismo mantém uma lixeira a céu aberto à vista de todos, na vizinhança das Cortes do Meio. E o turismo, para aqui já não é chamado? Talvez não, se considerarmos turistas apenas aqueles que passam no seu carro a caminho da neve de manhã e a caminho de suas casas à tarde, naqueles sete ou oito fins de semana por ano. É essa a tese da Junta de Freguesia das Cortes? Não sei, mas sei que turismo de montanha, nas outras montanhas da Europa, é outra coisa.

Quando era miúdo, era tradição passar o mês de Julho nas Penhas da Saúde. Das coisas que mais me agradavam nessas férias eram as manhãs passadas na piscina, perto do sítio onde actualmente se encontra o café Estrela. Pelo que ouvi dizer, a gestão da dita piscina está atribuída à Junta de Freguesia das Cortes do Meio, essa mesma que quer asfaltar mais um vale da serra em nome do turismo. Estranhamente, e apesar dessa preocupação com o turismo, a junta de freguesia tem mantido a piscina encerrada nos últimos anos (nos últimos cinco ou seis anos, parece-me). Juro que seria muito mais fácil prolongar a semana que continuo a passar nas Penhas da Saúde em Agosto, se os meus filhos se pudessem divertir na piscina das Penhas como eu me diverti. Assim, e por muito que faça (e faço) para os entreter, é difícil. Por isso, acho que muito mais se desenvolveria o turismo na freguesia das Cortes do Meio abrindo a piscina das Penhas do que abrindo a estrada.
Pois pois, já sei, eu não sou dos que apenas querem passar de carrinho a caminho da neve. Ou seja, eu não sou turista. Não para a actual Junta de Freguesia das Cortes do Meio, pelo menos.

4 comentários:

Rui Peixeiro disse...

A piscina das Penhas da Saúde, sempre foi a piscina que mais gostava na região. Normalmente calma, água limpa e sem o aroma a cloro, bonita paisagem envolvente e ainda podia dar um bocado do lanche as cabritas pela rede!


A piscina pertence à Turistrela e enquanto foi esta a gerir aquele espaço, foi estando aberta. Não sei porquê foi cedida para exploração para a freguesia das cortes, mas se não me falha a memória, só funcionou um ano após essa cedência.

A turistrela tem um hotel nas penhas da saúde, a pousada da juventude está a ser alargada, vão-se construindo por lá cada vez mais casas e ainda continuam a achar que não é rentável a piscina?

Se calhar é o alcatroamento de mais uma estrada que vai ser rentável para a freguesia...

Anónimo disse...

Ainda não percebi se se trata de um alcatroamento ou de deitar apenas tovenan.

ljma disse...

Rui, viva
Não tenho a certez de que a piscina nas Penhas seja rentável. Parece-me que pode ser, e gostava que fosse, mas não tenho a certeza. Por alguma razão a Turistrela a terá largado... Mas, se a das Penhas não é rentável, muito menos o será a da Varanda dos Carqueijais, não? Não sei.

Mas é estranho. Há coisas que parecem certas mas que depois falham, sem que se perceba bem como ou porquê. Por exemplo, o parque de campismo no Vale do Rossim. Ao que me contaram, no Verão passado podia-se acampar lá e os sanitários estavam limpos, mas não havia supermercado, electricidade, portaria ou funcionários, nem sequer para cobrar a estadia... Mas é mais por estar habituado a coisas como estas que coloco a possibilidade de a piscina nas Penhas não ser rentável, mesmo contra tudo o que parece razoável...

Anónimo, também não tenho a certeza. De facto, a carta (assinada pelo presidente da Câmara e o persidente da Junta de Freguesia das Cortes) que o blog Cortes do Meio divulgou hoje fala apenas de "espalhamento de tout venant", mas o texto do lançamento da obra a concurso, divulgado também pelo blog Cortes do Meio, fala de "pavimentações"... O concurso refere ainda "equipamento de sinalização e segurança", coisa que é talvez um pouco escusada numa estrada com pavimento de brita...
Não sei, caro anónimo
Saudações!

Anónimo disse...

Como todos os anos, vai abrir este ano novamente o quintal das penhas mais conhecido como parque de campismo das penhas, vistorias das entidades competentes não existem, para assegurar a segurança dos utentes, visto que aquilo é mantido por algumas pessoas que utilizam aquilo como se fosse deles, exploram o bar, entradas, estadias sem darem o minimo de conforto e bem estar, quem não gosta e que reclame é colocado de parte e convidado a sair, não o dizem frontalmente mas provocam um mau estar que o resultado é sair dali para não descer ao nivel deles. aquilo como cartão de visita da serra da estrela não dignifica em nada, quero ver quando existir ali um azar, quem vão culpar, o clube?? este não se interessa pelo mesmo, só se for para o vender, aquilo a muito que devia ser expropriado e ali fazerem um parque infantil para as crianças que vão visitar a serra passarem ali alguns momentos de alegria, porque na serra não existe nada para o mesmo. Agradeço que actuem como medida preventiva para que mais tarde não se arrependem.

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!