A propósito da nova estrada Cortes do Meio - Penhas da Saúde, lembrei-me de um post que aqui deixei em Março:
Dizia Vasco Pulido Valente no Público de ontem:
"... Claro que uma auto-estrada pouco ou nada contribui para o desenvolvimento e a produtividade ou diminui a dívida (externa ou interna) ou torna a sociedade portuguesa sustentável. Só ajuda a fingir que Portugal progride e isso basta."
E digo eu:
Claro que uma estrada de asfalto serra acima pouco ou nada contribui para o desenvolvimento do turismo na Estrela, não evita o envelhecimento nem o abandono populacional da região, não a torna mais atractiva ou dinâmica. Só ajuda a fingir que a freguesia ou o concelho progridem e isso basta.Creio que a realidade apoia muito claramente estas opiniões.
2 comentários:
José,
Infelizmente, esse "fingimento" é comum a tantas outras coisas, como no ensino.
Não interessa tentar ir à origem das coisas e resolver o problema da aprendizagem da Matemática, por exemplo. (até porque isso levaria anos). Interessa é fingir que se resolveu o problema (baixando o nível dos exames).
E o mesmo para outros casos no ensino, começando pela avaliação de professores, e percorrendo todos os sectores da nossa sociedade.
Veja-se o caricato daquela aldeia, penso que no concelho do Sabugal, que não tem rede de esgotos mas tem internet sem fios.
Portugal tem distritos praticamente sem rede ferroviária (Bragança, Vila Real,...), mas terá em breve um TGV de rentabilidade futura mais do que duvidosa.
Não interessa...Interessa é fingir que se é moderno e desenvolvido. Neste particular, o actual governo é primoroso, apetencendo adaptar as palavras do Fernando Pessoa:
"Os nossos ministros são fingidores. Fingem tão completamente. Que chegam a fingir que é desenvolvimento o fecho de escolas e centros de saúde".
Como é que isto se muda, ao nível do poder central e das autarquais? Aumentando a cultura cívica dos nossos cidadãos. Sem eleitores mais exigentes, continuaremos a ter este tipo de políticos (que aliás só lá estão porque têm um eleitorado que os sustenta. Infelizmente, este tipo de "fingimento" ainda dá muitos votos).
Abraço.
P.S. - Obrigado por teres ajudado a passar, na SIC, outra imagem da nossa Serra.
Pois, Pedro.
Os responsáveis pelo desgoverno em que andamos somos nós, os eleitores. Temos o que queremos.
Era bom termos elites que vissem mais longe do que taberneiros semi-analfabetos. Mas, se não temos (e eu acho que não as temos, ou não as temos em percentagem suficiente), é em grande parte porque não queremos.
Mas a maioria é só a maioria. Todos têm o direito de expor e defender as opiniões que entenderem. Todos têm o direito de tentar convencer a maioria. E a maioria nem sempre tem razão.
Sobre isso da SIC e da outra imagem da nossa Serra, obrigado eu pelo cumprimento :).
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