Só hoje me chegou às mãos um suplemento especial da edição do Público de 23 de Maio (que mencionei aqui) sobre pedestrianismo, com o título Fugas a Pé. O livrinho dá conselhos, sugestões, tenta explicar a maravilha que é andar a pé por um espaço natural bem conservado (e mais não digo, porque ainda não tive tempo para mais do que uma vista de olhos apressada). O último capítulo, "Portugal a pé", apresenta uma lista resumida das zonas consideradas pelo autor mais indicadas para a prática do pedestrianismo. São referidos locais de Norte a Sul do país, aparecem os arquipélagos, as serras mais variadas, mas a Estrela não.
Pouco importa que tenha sido uma falha do autor. O que importa mesmo é que, sendo a serra o que é, seja possível a uma obra sobre pedestrianismo, escrita por um praticante da modalidade, omitir a serra da Estrela. Este facto, só por si, revela o enorme fracasso das linhas com que temos orientado o desenvolvimento do turismo na serra da Estrela.
Os responsáveis por este estado de coisas são a antiga Região de Turismo da Serra da Estrela, agora Turismo da Serra da Estrela; o modelo de exploração em concessão exclusiva; a própria concessionária exclusiva, Turistrela; os autarcas da região, aos diferentes níveis. Deixo para o fim os principais responsáveis por este fracasso: nós todos, populações.
Como se vê, não estamos no rumo certo, não estamos de parabéns. E as novas estradas que se anunciam (Unhais da Serra - Nave de Santo António, Cortes do Meio - Penhas da Saúde) reforçam ainda mais o rumo que temos seguido, mais nos afastam do rumo certo. Não importa, o estado paga, o povo festeja! Avante, a todo o vapor!
Sem comentários:
Enviar um comentário