sexta-feira, julho 20, 2007

Desordenamento urbano

Quando se diz que as cidades estão a ser desenhadas para carros, não para peões, o que é que isso quer dizer?
Por exemplo, que ontem, para ir a pé do Serra Shopping até à oficina da Opel onde deixei o meu carro para a revisão, tive que percorrer um trajecto de mil metros e atravessar duas estradas suburbanas de quatro faixas em zonas sem passadeiras (pontos A e F, na figura), caminhar 250 m ao longo de uma estrada sem passeio (C) e atravessar uma zona de ninguém e a linha férrea (E), apenas para me deslocar uns míseros trezentos metros.
Ou ainda, que alguém que (como eu) detesta conduzir, só nestas alturas, em que razões de força maior o obrigam a deixar o carro, descubra o difícil que é mover-se numa cidade pequena como a Covilhã sem o seu apêndice automóvel.

2 comentários:

a d´almeida nunes disse...

Valente caminhada!...
Bom fim de semana
António

francisco t paiva disse...

A observação empírica que o J.A. faz elucida-nos bem sobre o legado da barbarização extensiva do território. Além da falta de passeios, há-que considerar a exiguidade dos espaços públicos, a desproporção entre as faixas de rodagem e as áreas de permanência e de encontro, a razão estacionamento/número de fogos, o incumprimento das cedências obrigatórias dos loteamentos para o domínio público, o desrespeito da lei de acessibilidades, etc. Soçobra a regra geométrica. Saúdo a sua perspicácia!

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!