- Como é possível que em 2007 esteja em vigor uma concessão exclusiva do turismo e dos desportos sobre uma área natural absolutamente enorme, que se mantém há já 30 anos e que se prevê que continue por mais algumas dezenas de anos?
- Como é possível que a empresa que detém essa concessão seja responsável por situações como as que temos referido aqui no Cântaro Zangado ou as que outros denunciam publicamente por outros meios (destaca-se o blog amigo Estrela no Seu Melhor), sem que seja posto em causa o alvará para a sua actividade, sem que sequer seja posta em causa a tal concessão?
- Como é possível que o estado deste país pobre e financeiramente esgotado invista milhões de euros numa actividade (o esqui) que visivelmente não tem futuro na Serra da Estrela?
- Como é possível que nenhum dos organismos que deviam fiscalizar as actividades da Turistrela (na medida em que elas decorrem no interior de uma área protegida) efectivamente o façam, sem que haja processos internos de averiguações e de apuramento de responsabilidades por tal condescendência?
- Como é possível que, face a uma enorme lista de atentados ao ambiente, à paisagem, até às regras mais elementares do mais elementar bom-gosto perpetrados por esta empresa, a Região de Turismo (RTSE) continue a entendê-la como uma peça fundamental para o desenvolvimento e ordenação do turismo na Serra da Estrela?
- Como é possível que, mantendo a Região de Turismo esta incrível atitude, os municípios que a constituem mantenham em funções a sua sua direcção?
- Como é possível compreender que um município (Fundão) que se cansou de ver o turismo na região confundido (pela RTSE) com esta peculiar versão do turismo da neve e que, por isso, se decidiu separar da Região de Turismo tenha, desde então, visto a sua actividade turística desenvolver-se de um modo diversificado, ligado à cultura, à arqueologia (incluindo a industrial) e à etnografia?
- Como é possível compreender que todos os responsáveis (locais, autarquicos, regionais, dirigentes de organismos públicos e privados) defendam estradas, estradinhas, estradões e telecabines que permitam aos turistas menos exigentes despachar rápida e confortavelmente uma visita à Serra, não permanecendo na região mais do que um fim de semana (com sorte!) e que afastam para longe os que sabem apreciá-la, que estariam dispostos a permanecer por cá muito mais tempo, caso a protecção do ambiente e da paisagem fossem efectivas realidades e caso houvesse oferta efectiva para as actividades de ar livre que os atraem?
- Como é possível compreender que o Clube Nacional de Montanhismo — Covilhã apregoe como as maiores realizações do seu historial a organização das sucessivas edições de uma vetusta (e patusca) festa popular e comercial chamada "Carnaval da Neve" (não se tem realizado nos últimos anos) ou que, em vez de divulgar o seu programa de actividades montanheiras, anuncie a intenção de promover empreendimentos turístico/imobiliários em plena Serra da Estrela?
- Como é possível que a Câmara Municipal da Covilhã tenha coragem para publicitar esta espantosa alucinação como um projecto para as Penhas da Saúde, sem sequer corar de vergonha?
- Podia continuar assim por muito, muito tempo, mas acabo já: como é possível que, em pleno século XXI, continue esta santa terrinha (Covilhã, Beira Interior, Região Centro, Portugal) tão, mas tão, umpf!, que raiva que às vezes me mete isto tudo!
terça-feira, janeiro 16, 2007
Desabafo!
Pego na pergunta implicíta na exclamação do meu amigo de cordada (que referi há dias): Como é possível que haja tótós que paguem para usar a estância de esqui nestas condições?, e vêm-me à mente outras questões:
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Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!
1 comentário:
...tenho andado um pouco afastado amigo José,mas não longe,... e é isso mesmo, a minha mais sincera e honesta solidariedade... Morra o Dantas, Morra! Pim!
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