Já aqui dei notícia deste projecto da Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE). Disse que todos podíamos ajudar, vejamos em pormenor como. Comece por consultar o site do projecto.
A época óptima para a recolha de bolotas de carvalho negral está já a aproximar-se do fim, mas se ainda encontrar algumas em bom estado, recolha-as e guarde-as em local seco e arejado (ou, melhor ainda, na caixa dos legumes do frigorífico). Combine, através de email para a ASE, a melhor maneira de as fazer chegar a Manteigas. Em curtos passeios de bicicleta com os meus filhos, consegui arranjar o equivalente a uns dois sacos de hipermercado cheios. Talvez uns dez quilos, não mais do que isso. É pouco, mas se formos muitos a recolher poucas bolotas, no final teremos mais que muitas.
Agora falta começar a sementeira. Para isso, é necessário contactar a ASE e combinar a melhor data para o fazer. No site do projecto pode encontrar um formulário, destinado a grupos, para informar a ASE da data preferida. No próximo dia 9 de Dezembro, nas vésperas do Dia Mundial da Montanha, terá lugar uma grande plantação, à qual espero poder juntar-me, com a adesão da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada (FPME) e o Clube de Actividades de Ar Livre (CAAL). Esta actividade é apoiada pela Força Aérea, que disponibilizou um helicóptero para o transporte das árvores jovens até ao local onde serão plantadas. Outra data particularmente interessante para estas actividades é a do Dia Ibérico da Floresta Autóctone, 23 de Novembro. Atenção: se quiser participar, não deixe de contactar a ASE para combinar a altura em que poderá dar o seu contributo para a sementeira. Este projecto é muito ambicioso e coloca problemas de organização complicados. Não compliquemos ainda mais...
Conto continuar a apoiar como puder esta iniciativa. Não se trata de um frete, mas antes de uma festa que aproveito para juntar a famelga em actividades de ar livre. Uns dias passeamos de bicicleta e paramos para apanhar bolotas, noutros dias havemos de ir para a Serra meter bolotas à terra. Assim se passam umas tardes de fim de semana, dessas que realmente nos ficam na memória! Os professores do secundário poderão considerar a possibilidade de aproveitar esta iniciativa como trabalho extracurricular dos alunos, para visitas de estudo, etc.
Se isto der resultado, será um resultado e tanto! Caramba, então não vale a pena?!
Para mais esclarecimentos, contacte o vice presidente da ASE, José Maria da Serra. Email: josedaserra(at)gmail.com
4 comentários:
Que pena eu estar longe, era campanha de certo nao iria ignorar.
Espero que iniciativas como esta se propagem a toda a nossa regiao.
Vamos encher de arvores a nossa Beira outra vez.
Forca meus amigos.
Esta situação não tem merecido a atenção necessária...embora seja cansativo ouvir sempre os mesmos argumentos, a verdade é que se o Vale Glaciar do Zêzere ficasse nos arredores de Lisboa a situação mereceria outra atenção...evidentemente, que é necessário deixar a regeneração natural fazer o seu caminho mas numa zona com solos tão esqueléticos e condições climatéricas tão rigorosas, essa regeneração deveria ser complementada com a plantação de espécies arbustivas e arbóreas autóctones (teixos, tramazeiras, carvalho-negral e vidoeiros da espécie Betula alba e não vidoeiros exóticos...nem mais carvalhos americanos, espruces, abetos e pseudotsugas...aprendamos a amar e preservar o que é nosso!!!)
Basta reparar numa pequena faixa que ardeu logo abaixo do Poio do Judeu, há já alguns anos, para perceber a lentidão da regeneração em altitudes tão elevadas...
Olá. Apesar do nome do projecto ser "Um milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela" o objectivo é plantar e semear não só carvalhos, mas também tramazeiras e vidoeiros. Talvez seja ignorância da minha parte, mas veria bem também a plantação de castanheiros, pelo menos em altitudes baixas ou em zonas mais protegidas do vento, viradas a sul.
O castanheiro não é uma espécie autóctone...tal como tantas outras (laranjeiras, limoeiros, alfarrobeiras, nogueiras, amendoeiras, pessegueiros, etc., etc.)...mesmo sobre o choupo-negro e o pinheiro-bravo subsistem dúvidas. No entanto, é uma espécie que não se tornou invasiva e está bem integrada na paisagem, no sentido em que o seu sub-bosque é semelhante ao do carvalho-negral...isto já para não falar na importância económica da castanha e da madeira de castanheiro!Por outras palavras, não haverá problemas em se plantarem alguns castanheiros, sem repetirmos erros do passado...pois no passado, em muitas zonas do interior beirão, as plantações de castanheiro substituiram quase por completo, por acção humana, zonas de carvalhal autóctone. No fundo, é uma questão de ponderação...
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