Em dois artigos (este e mais este) perguntava-me a quem devia agradecer uma operação de limpeza do lixo na zona da Torre, que se efectuou durante o mês de Abril. Disse que queria dar o meu bem hajam aos responsáveis, "Mesmo que sejam a Turistrela, a Câmara da Covilhã ou a Região de Turismo", os tradicionais "bombos da festa" aqui no Cântaro.
Pois bem, já sei quem foram os responsáveis. Uma operação com esta envergadura, uma tarefa com este gigantismo, não podia ser lançada sem um planeamento cuidadoso, sem se assegurarem os vários milhões necessários ao seu financiamento, sem se estabelecerm as indispensáveis parcerias... Enfim, acontece que nenhuma das três hipóteses que aventei estava correcta, sem dúvida por falta de "músculo" financeiro, humano e logístico dos organismos referidos. A verdade é que aquela tarefa hercúlea foi levada a cabo por (tocam os tambores, momento de suspense...) a Associação de Produtores Florestais do Paúl! Pode ver tudo explicadinho aqui. Aliás, o artigo é extremamente interessante, e presta-se a outros comentários, que não tenho agora tempo para tecer. Fica para mais tarde.
O caro leitor não sabe onde fica o Paúl? Não percebe como é que uma associação que terá, no máximo, uns quinhentos associados consegue mostrar obra onde organismos bem mais poderosos mostram hesitações? Olhe, quanto ao Paúl, veja no mapa. E depois passe por lá, toda a região é belíssima, principalmente na Primavera. E come-se muito bem. (Ou melhor, eu como muito bem no Paúl, tanto que não deixo passar um mês sem por lá abancar.) Quanto à segunda interrogação, caro amigo, vou deixá-la assim, em suspenso. Conclua o leitor o que entender.
Associação dos Produtores Florestais do Paúl,
BEM HAJAM!
3 comentários:
Já repararam na estratégia destes srs. da Turistela?!Tudo que está de errado na zona da Torre passa a dever-se ao facto de não se conseguir controlar os milhares de turistas que vão à Torre de carro!O ouvinte incauto pensará que afinal estes tipos tem preocupações ambientais e desejam diminuir o impacto destes milhares de turistas!Deixe-me abrir-lhe os olhos, inocente leitor, a Turistrela apenas apregoa isto porque pretende instalar os ditos teleféricos por toda a parte com a respectiva criação de parques de estacionamento na sua base assim como "estruturas de apoio" hoteleiro!O incauto leitor, argumentaria:" mas, os teleféricos não são assim tão maus! E até poluem menos que os carros e até mesmo diminuiriam a confusão da torre ao chegarem lá menos carros!". Ao que eu respondo que a intenção da Turistrela nunca será reduzir o numero de turistas a chegarem à Torre mas sim de aumentar!Para eles os teleféricos não são a solução para um problema mas sim mais uma alternativa de receitas!Os carros continuaram a chegar à Torre em barda quais ordes de vikkings e a confusão e lixeirada aumentará!
Na minha consciencia, dou por mim a "torcer" pelo aquecimento global para que as neves abandonem de vez a serra e esta deixe de ser atractiva para aqueles que não lhe querem bem, ou na melhor das hipoteses que não lhe querem nada!
Abraço
Caro Cântaro,
Eu, que nasci de um lado, cresci do outro e que tanto tempo da minha vida passei na Serra da Estrela nos anos setenta, evito - hoje que vivo mais próximo do mar - lá ir tamanha é a devassa que se nota por todo o lado. Tendo passado por aqui por acaso, não posso deixar de lhe dar os parabéns. Vou passar com frequência.
Bem vindo ao Cântaro, João! É triste, para quem conheceu a Serra noutros tempos, vê-la agora, num processo acelerado de alcatroamento e urbanização, e ainda mais, ver a pujança que os que a querem destruir estão a ganhar. "Foi-se a hora dos tribunais/ chegou a hora dos chacais", invertendo a estrofe do Zeca... E note, como diz o Tiago aqui em cima, os defensores do tipo de turismo que produz esta devassa dizem que têm muita pena mas não conseguem mitigar as consequências da invasão que, sempre que podem, encorajam! Dá para acreditar nesta gente?!
Vá aparecendo, virtualmente e não só. Por enquanto ainda se vai podendo gozar a serra, como gente saudável e completa e não como atrofiados de shopping center. Como Homens, não apenas como meros consumidores domesticados.
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