terça-feira, julho 12, 2011

Linhares da Beira

Linhares da Beira (ao fundo, e desfocada), vista de uma das zonas de descolagem de parapente

Há dias fui a Linhares da Beira, com a ideia (que não se chegou a concretizar) de experimentar o parapente. Almocei num restaurante bastante bom, com pratos sofisticados, mais ou menos inspirados na gastronomia regional. Gostei muito da comida, mas gostei ainda mais de notar que os empregados e empregadas do restaurante sabiam falar do parapente, sabiam quanto tempo costumam durar os voos de baptismo, se metia medo ou se era agradável, que tinham eles mesmo já experimentado!
Da última vez que fui a Linhares, há cerca de seis anos, almocei noutro restaurante, igualmente apostado em apresentar qualidade aos seus clientes (e em facturar com essa qualidade, claro está, cobrando um pouco mais). As paredes do restaurante estavam decoradas com fotografias de parapente, desde imagens de acrobacias até fotografias de grupos de praticantes, algumas com assinaturas. Ambos os restaurantes, localizados numa terra pequena e relativamente envelhecida, conseguiam dar uma imagem jovem mas sofisticada, desportiva mas não à balda, descontraída mas bem educada.

Fico com a sensação que em Linhares da Beira têm tentado (aparentemente com sucesso) lucrar com a prática de uma modalidade para a qual a terra tem boas condições. Óptimo! É só pena que, na generalidade da serra e muito especialmente aqui na Covilhã, se continue a dizer que "nós aqui vivemos da neve" (como se a serra da Estrela tivesse boas condições para os desportos de neve), se continue a vender o mais caro possível gato por lebre com expedientes rascas (como os que referi aqui, mas exemplos não faltam), que se continue à espera de um ovo de Colombo mágico que faça o bem que nós não temos querido nem sabido fazer e que corrija os males em que continuamos, cegamente, a insistir.

2 comentários:

trepadeira disse...

Linhares sempre me cativou,embora as visitas fossem,pouco mais do que,de passagem.

O ano passado,a convite da autarquia de Celorico,fiz uma exposição de fotografia,numa das torres do castelo,na altura do campeonato de parapente.
Tive oportunidade de ver mais de perto.

Também fiquei com a sensação de,pelo menos,haver vontade de fazer bem.

Um abraço,
mário

Tiaguss disse...

Mas bateu-se muitas vezes com a cabeça na parede.... e muitos que hoje tiram partido desta bonita aldeia, em tempos não foram "meigos" com estes "invasores" que o turismo trás. Felizmente as coisas encontraram o seu rumo, mas também sei que já houve mais vida nesta linda aldeia que eu não me canso de visitar, frequentar....

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!