quinta-feira, janeiro 29, 2009

Eskimós 2009

Os motociclistas estão de regresso ao Covão d'Ametade. Tal como no ano passado, anunciam que vêm em demanda do "verdadeiro espírito Motociclista de confraternização aliado às condições mais adversas de viagem e acampamento. Sem esquecer o calor reconfortante das fogueiras..."

Procurarão as condições mais adversas mas, de acordo com o comunicado do evento, e tal como aconteceu no ano passado, não só não se esquecem do calor reconfortante das fogueiras, como também não desejam passar sem outros confortos, já que "Todas as condições mínimas serão garantidas, balneários com água quente, bares, lenha e tenda convívio aquecida" (negrito introduzido por mim).

Tal como no ano passado, não resisto a ironizar com o que estes eskimós consideram "condições adversas" e "condições mínimas". Mas, Esquimós, não liguem a este velho rabugento. Tenham um óptimo fim de semana, nas condições o mais confortavelmente adversas possível!

Soube disto pelo Máfia da Cova.

18 comentários:

Anónimo disse...

E claro, com a chancela do PARQUE NATURAL DA SERRA DA ESTRELA.

Sinceramente, não compreendo...

Patético!!

Paulo Roxo

ljma disse...

No ano passado essa chancela foi, no mínimo, discutível. Os organizadores anunciaram-na, referiram até a colaboração do parque, mas parece que houve uns desaguisados com um funcionário do ICN, a acreditar no que se pode ler na pág. 47 do nº 75 da revista MotoReport, numa reportagem que fizeram do evento. Além disso, surgiram rumores (tal como a anunciada colaboração, estes rumores nunca foram confirmados ou desmentidos publicamente pelos serviços do parque) de que a coisa tinha dado origem a um auto. Eu fui um dos que ajudaram a propagar esses rumores (com este post), porque achei que era uma forma de ajudar o PNSE. Mas talvez esses rumores não tivessem passado disso mesmo, talvez o parque tenha achado muito bem o que aconteceu, talvez tenha dado todo o apoio, e talvez nós tenhamos uma visão reaccionária do tipo de eventos que devem receber a chancela de organismos como o PNSE.

A verdade é que já não tenho pachorra para me chatear com isto. Resta-me apenas rir do que considero o ridículo paleio da busca das condições mais adversas, mas não esquecendo os mínimos, mais especificamente *estes* "mínimos".

Abraço
José Amoreira

Daniela Teixeira disse...

Como já disse uma vez, há neste blog links que não deveriam constar nos Links Ambiente, porque...por razões óbvias!
Para quê explicar mais ainda?
Daniela

ljma disse...

Daniela, eu concordo contigo até certo ponto, pensando friamente. Mas, por outro lado, tenho um carinho antigo pelas instituições cujas páginas essas links abrem, uma coisa infantil, quase irracional, e não me convenço a removê-las ou a atirá-las para uma secção de "Links Inimigos do Ambiente", ainda a criar.
Eu bem sei que devia fazê-lo, bem sei que que tenho carinho não pelo que essas instituições são, mas pelo que poderiam ser, mas, que queres?, não me convenço, não consigo!

Já se escreveram poemas, romances e fados sobre problemas como este...

;)

José Amoreira

Pedro Gonçalves disse...

Gostava de saber o que é que existe neste blog contra os motociclistas, ou contar o encontro realizado o ano passado. E a realizar este ano.

Pedro Gonçalves

ljma disse...

Pedro Gonçalves, olá!

1.
Contra os motociclistas eu não tenho nada, e duvido que o Tiago (meu comparsa aqui no blog) tenha.
Ou melhor, entre motociclistas, como entre montanhistas, como entre autores e leitores deste blog, como entre jogadores de bisca ou seja lá o que for, há boas pessoas e más pessoas, e boas pessoas que às vezes se comportam correctamente e outras vezes não. Onde quero chegar é ao seguinte: eu não faço e não gosto que se façam avaliações sobre grupos. Apenas avalio pessoas concretas (e faço essa avaliação apenas para uso pessoal e não a coloco neste blog) e, sobretudo, comportamentos (e estas sim, alimentam o blog).

2.
Contra o evento realizado no ano passado e a realizar este ano, expliquei muito detalhadamente a minha posição nos posts que escrevi no ano passado. No canto superior esquerdo da página de rosto do blog, dentro de uma barra azul, há uma caixa de pesquisa do blog. Faça uma procura da expressão "eskimós" e poderá ler o que acho sobre este tipo de eventos.
Posso resumir: o que me incomoda é a necessidade de iluminação nocturna (logo, geradores), tendas colectivas aquecidas com música, água quente para banhos, bares, várias fogueiras. Incomoda-me que, como aconteceu no ano passado, entrem com as motas e com as carrinhas que transportam as tendas e os geradores para o recinto do local.
Portanto, como vê, isto não tem nada que ver com o facto de serem motociclistas. Se fossem montanhistas, autores e leitores dete blog, jogadores de bisca ou lá quem fosse a planear um acampamento como o vosso, eu seria, igualmente, contra.

3.
Como disse no ano passado, se não desejam passam sem essas condições que consideram mínimos indispensáveis, talvez pudessem considerar fazer a concentração num local onde elas estivessem garantidas à partida, por exemplo, num dos vários parques de campismo da região. Deixava-se assim o Covão d'Ametade para quem lá quer acampar sem as vossas condições mínimas (acredite, há muito quem o faça).

4.
Como disse, este ano nem quero saber disso, não estou para me chatear. Mas não deixo de considerar ridículo dizerem que vêm em busca das "condições mais adversas" mas considerarem mínimos indispensáveis a existência de bares e afins. O Pedro Gonçalves não acha?

Saudações cordiais!
José Amoreira

Anónimo disse...

Depois de ler este tema e como gosto de motas mas gosto muito, muito mais calcorrear pelos trilhos dessas serras fora. Apenas vou deixar aqui um pouco do que me vai cá dentro.

Neste país em que ninguem respeita ninguem e todos se atropelam para atingirem os seus prupositos, tenho um pouco de medo por tudo que se faça em certos locais. Pelo contrario também penso que quando se dá provas de que as pessoas são competentes e cumprem aquilo que estava combinado devemos deixar as coisas rolar e falar só no final.
Estes acontecimentos também são favoráveis para as povoações locais.
vamos lutar pelo desenvolvimento das serras dizendo não ao abate de arvores não à construção e sim à reflorestação.
Tragam forasteiros para ajudar a preservar e se orgulhem do que vêem, vamos ensinar-los a respeitar a floresta mas não os vamos proibir de desfrutarem dela...

Mário Almeida

ljma disse...

Mário Almeida, olá!
Não tenho autoridade nenhuma (nem quero ter) para proibir seja quem for do que quer que seja. Limito-me a apresentar a minha opinião.

Estes acontecimentos seriam igualmente favoráveis para as populações locais se se realizássem em sítios já infraestruturados, como parques de campismo. Há vários na região, em locais igualmente aprazíveis, com electricidade, com água quente e com bares.

O Mário acha que "devemos deixar as coisas rolar e falar só no final". Mas pode acontecer que, no final, o resultado nos mostre que teria sido melhor fazer-se a festa noutro sítio... Tarde demais porque, no final, já o estrago está feito.

Assim como estes motociclistas, outros grupos haverá que poderão estar interessados em organizar reuniões no Covão d'Ametade. Deveremos então concordar com a realização de rave parties, de festivais de Verão, de festas de casamento, de convenções de vendedoras de taparueres, de reuniões de curso, desde que fique assegurado que não haverá impactos ambientais desses eventos? Cada um destes grupos pode ter diferentes entendimentos do que são "condições mínimas" para se estar no Covão d'Ametade durante um fim de semana, nenhum se contentará com o Covão d'Ametade tal como ele é. E aqueles que sim, visitam o Covão à procura de um local sem água quente, sem bares e sem tendas de convívio com música ambiente, sem iluminação nocturna que os ceguem para o espectáculo das estrelas, isto é, aqueles que procuram as condições que o Covão oferece por si, esses terão que as ir procurar a outros lados. Isto não me parece normal!

O que tenho estado a dizer, já desde o ano passado, é: quem quer bares, tendas aquecidas, música ambiente, água aquecida e sei lá mais o quê, pode assentar arraiais nas proximidades noutros sítios igualmente aprazíveis mas onde já existem essas coisas todas, em vez de as trazer para locais onde outros visitantes preferem estar sem elas, onde essas coisas claramente aparecem como elementos estranhos e invasores.

Saudações
José Amoreira

Anónimo disse...

Caros amigos
Com alguma tristeza escrevo estas palavras.
Sou um amante das duas rodas e amo profundamente a natureza, quer esteja na Serra da Estrela, quer ela esteja na Costa Vicentina.
Na familia temos fans do Ecoturismo e participantes nas caminhadas da associação dos amigos do mindelo.
Estou perfeitamente à vontade para falar deste assunto, inclusive conheço de perto alguns dos mentores dos Eskimós, que quiseram recordar os primeiros encontros dos anos 80/90. Não só gostam da serra como a conhecem como poucos. 3 deles (não vou aqui referir nomes)caminharam a estrela durante anos, mesmo com neve!
Quer queiram quer não, os Eskimós 2008 correram bem, sendo a 1a edição alvo de melhorias no futuro. Talvez concorde nos excessos de condições, mas isso não invalida que o local estivesse excepcionalmente cuidado e limpo no fim, muito melhor do que antes do evento.
Desafio qualquer um a provar o contrário!
Deviam estar preocupados com os "domingueiros" que sujam o local todas as semanas, e ninguém os proíbe de lá entrar por causa disso...
A Serra é de todos e não de meia dúzia de iluminados...
Sublinho que estes motociclistas deixam na região vários contributos, nos restaurantes, estalagens ou gasolineiras locais, ou quando adquirem os queijos e outros produtos tradicionais da região. Para além de voltarem com a família...
Verifiquem no youtube o ambiente à noite nos Eskimós 20008.
Estamos de consciência tranquila, e a prova é que enviamos a comunicação do evento para toda as instituições, inclusive para os blogs do contra...
Até conversamos o ano passado (por nossa iniciativa) com o colega da “Máfia da Cova”, que lá apareceu, não se apresentou a ninguém e andou tipo fiscal a tirar fotos a tudo e a todos.
Esquecem-se de referir que aparecem nos eskimós motociclistas de eleição, e temos de tudo: desde Engenheiros do Algarve a advogados de Valença, passando por carpinteiros de Paços de Ferreira…
Sabemos muito bem o que estamos a fazer, e não precisamos de lições de ninguém, aceitamos criticas desde que construtivas...
Amamos a natureza e a liberdade ou não fossemos nós motociclistas...
Obrigado pelo direito à resposta.
Filipe Soares

Anónimo disse...

ou seja o Covao da Metade deve ser reservado unicamente para montanhistas

ljma disse...

Anónimo das 2:12, não foi isso que eu disse. Disse sim que o Covão d'Ametade deve ser reservado para as pessoas que o querem apreciar tal como ele é. Montanhistas, sim, mas também domingueiros, escuteiros, campistas (menos exigentes em "mínimos"), etc, etc, etc, e até motociclistas, que tenho a certeza os há que preferem o Covão sem iluminação nocturna e sem bares.

Filipe Soares, tenho a certeza que os eskimós são muito amigos do ambiente e da montanha (pois não o somos todos?), mas, francamente, não consigo notá-lo na necessidade que sentem de trazer para a montanha aquilo que todos os dias encontram na cidade, entre bares, geradores eléctricos, iluminação nocturna, tendas colectivas para convívio com música e balneários com água aquecida.

Volto a dizer mais uma vez que há nas proximidades vários parques de campismo com essas condições já pré-existentes. Se é realmente montanha e "condições adversas" o que buscam, venham para o Covão d'Ametade; se em vez disso vêm em busca do que consideram "mínimos indispensáveis", façam o encontro no parque de campismo do Vale do Rossim, da Relva da Reboleira, do Curral Negro, de Valhelhas, do Pião.

Filipe Soares, não estarei a errar muito se disser que no ano passado passaram aqui pelo Cântaro Zangado as discussões mais acesas sobre o Esquimós2008; penso que este é um blog que é visto como sendo manifestamente do "contra". Ainda assim, ao contrário do que afirma, organização não nos fez chegar informação nenhuma. Nem tinha que o fazer, atenção! Por não ser rigorosamente verdadeira, a sua prova acaba por não provar nada, mas tenho a certeza que sim, que estão de consciência tranquila. Até porque amigos da natureza e da montanha, todos o somos. Se bem que, como explico neste post, exactamente porque todos somos amigos do ambiente, isso a mim, neste momento, não me interessa muito. Porque o que estamos a discutir não é se eu sou ou se vocês são amigos do ambiente, é se devem acampar, nas condições em que o estão a anunciar, no Covão d'Ametade.

Saudações
José Amoreira

Daniela Teixeira disse...

Errado Sr. Anónimo!
O Covão (e todo o espaço abrangido pelo "Parque Natural da Serra da Estrela" deveria ser reservado a todos aqueles que agem de acordo com os procedimentos que se enquadram nas regras de um parque natural.
O facto do covão aparecer mais limpo depois do encontro, não quer dizer que este tenha beneficiado o parque! Outros aspectos houve que o prejudicaram (o barulho, por exemplo, é apenas um deles.
E o facto de os motociclistas se terem "portado bem", melhor que os "domingueiros" (pelo que diz o Filipe Soares, eu não estive lá para ver, por isso acredito), também não quer dizer que tenham mais ou menos direito que outros. Do mal o menos! Limaparam o recinto depois da concentração...não fizeram mais do que a sua obrigação (lembro que por exemplo a organização da volta a Portugal em bicicleta nem essa atitude teve!)
Se um fizer mal e outro fizer menos mal, quer dizer que, apesar de tudo, ambos fizeram mal!

Resumindo, das duas uma: no meu entender, devemos apelidar as coisas pelos seus nomes mais apropriados. A manter o nome "Parque Natural da Serra da Estrela", dever-se-ia proceder de acordo com as boas regras dos parques naturais e creio que tal exclui encontros de motas...mas não só!!!! Caso seja para ter procedimentos que são fora das boas práticas de um parque natural, então basta deixar cair o nome "Parque Natural"! Serra da Estrela também é bonito!

Daniela

ljma disse...

Porque estou cansado de repetir as mesmas ideias com palavras diferentes, peço aos amigos que me interpelam tentando convencer-me a aceitar como boa a realização do Eskimós2009 ou manifestando o seu desagrado pela minha posição "do contra", que leiam com atenção o seguinte:
(1) Os organizadores do Eskimós são com certeza amigos do ambiente e terão todo o cuidado com o estado em que deixam o Covão. Não discuto isso, ou seja, acredito que isso seja verdade
(2) Não sou contra o usufruto do Covão d'Ametade por motociclistas. Incitei no ano passado mais que uma vez os motociclistas a acamparem no Covão, mas como o fazem os restantes grupos: sem iluminação nocturna, sem tendas aquecidas, sem bares.
(3) Não tenho nada contra os (ou a favor dos) motociclistas. Tenho amigos motociclistas de quem gosto muito, e já encontrei autênticas bestas que, por acaso, eram motociclistas. O mesmo com montanhistas, ciclistas, professores de física (como eu), o que seja.
(4) Não pretendo proibir ninguém de acampar no Covão d'Ametade nem reservá-lo para quem quer que seja. Apenas entendo que certas condições de acampamento são mais adequadas a outros locais e que essas condições são elementos estranhos e até agressivos ao ambiente do Covão d'Ametade.
(5) Estes eventos dão algum contributo para diversos negócios locais, mas dariam-no igualmente se se realizassem nalgum parque de campismo da região, já equipado com as condições que pretendem instalar no Covão d'Ametade.

Caro amigo, esteja completamente à vontade para deixar aqui na caixa de comentários do blog a sua opinião e os seus argumentos, quaisquer que sejam. Mas, se focar a sua atenção nalgum dos pontos que acabo de enumerar, saiba que já lhes dei repetidas vezes resposta, aqui e nos posts sobre o Eskimós 2008 e, por isso, perdoe se eu não lhe "der troco".

Saudações
José Amoreira

TPais disse...

E eu a pensar que este ano os "Eskimós" não tinham dado discussão, hein?!
Esta coisa dos "minimos" para se passar um fim de semana é sempre relativo e como tal motivo de discussão e diferença de opiniões (Saúdavel, leia-se!).
Por isso o meu ponto de vista é ligeiramente diferente e tenta uma abordagem mutuamente universal. E o que quero dizer com isto? Passo a explicar o meu ponto de vista. Quando falamos em "mínimos necessários" estamos a definir um patamar de exigências que depende de nós próprios, ou seja, do individuo. O problema é que nem o Covão nem a Serra são de um individuo sendo por isso natural que cada um de nós (todos!) se tente adaptar e adaptar as condições do Covão à sua individualidade - seja com tendas individuais, duplas, triplas ou de multidão. Se arranjarmos uma definição que dependa não só de mim como do individuo seguinte, chegaremos concerteza a um entendimento sobre que tipo de utilização deve ser feita num local como o covão. Isto é, se a forma como cada um usufrui do Covão não impedir outros de tirarem prazer da sua estadia no covão acho que estaremos todos satisfeitos.

Fica então a pergunta:
- Os moldes em que actualmente se realiza o "Eskimós" permite o usufruto por parte de terceiros que procurem fugir às luzes e sons das cidade?

Faço um apelo, experimentem reduzir a vossa intervenção e avaliem o resultado dessa experiencia.

Abç e tratem bem dela!

Anónimo disse...

Convido todos a lerem o comunicado da organização do ESKIMOS 2009, basta clicarem em Rotiv

ljma disse...

Caro Rotiv, já tinha lido o comunicado quando escrevi o post. Mas li agora no Blog de Manteigas, que a organização resolveu mudar o local do encontro para Valhelhas. Penso que a alteração do local se deve mais a preocupações (muito justificadas) com a segurança dos participantes do que a questões ambientais. Seja como for, acho-a muito positiva.

Agrada-me imenso o parque de Valhelhas, e tenho a certeza que os Eskimós vão igualmente gostar do local.

Pedro Gonçalves disse...

Estive este fim da semana nos Eskimós 2009, e tive muita pena que não se tenha realizado no Covão d´Ametade.
Por questões logisticas foi transferido para a bonita aldeia de Valhelhas. Digo questões logisticas porque esta concentração tem o apoio da Federação de Motoclismo de Portugal, e tal como muitas outras tem de obedecer a um regulamento especifico. Pode ser consultado em :http://www.fnm.pt/fnm/artigo.asp?cod_artigo=37836
Fiz uma visita no sábado á tarde ao local, e na minha opinião não faltava uma condição essencial numa concentração. O espaço para aparcar as motas. Para mim era o suficente para a deslocação do evento. Só isso.
O resto já lá existe. Aliás o local têm a estruturas pedidas no regulamento, inclusivé as casas de banho com duche. Sim, o ano passado, os duches não eram da organização. Já lá estavam. Não usa quem não quer ou não pede. Pessoalmente não me apetece nada tomar banho com temperaturas um pouco mais baixas. Tomo em casa.
Quem não conhece as pessoas que habitualmente "vestem a camisola" para organizar concentrações, deve visitar os locais onde se desenrolam, e verificar que, ficam sempre impecaveis e por vezes com melhoramentos, se possivel.
Quanto ao facto de ser uma area protegida, devemos todos zelar para que assim se mantenha.
Só penso que não é fechando local numa redoma. É sim educando as pessoas.

Pedro Gonçalves
Motoclube de Lisboa

ljma disse...

Pedro Gonçalves, viva.
O local (penso que nos estamos a referir ao Covão d'Ametade) tem duches com água aquecida? Tem bares? Tem iluminação nocturna? Já lá existem os geradores a diesel?

Afirma que "Quem não conhece as pessoas que habitualmente "vestem a camisola" para organizar concentrações, deve visitar os locais onde se desenrolam, e verificar que, ficam sempre impecaveis e por vezes com melhoramentos, se possivel."
Este argumento (que viria a propósito se eu manifestasse, coisa que não fiz, contra as concentrações de motociclistas em geral) enquadra-se nos pontos (1) e (3) da minha intervenção (aqui nesta caixa de comentários) do dia 6/2/2009 às 9:41; já lhe dei resposta (mais do que uma vez), não me vou repetir.

Afirma também que "Quanto ao facto de ser uma area protegida, devemos todos zelar para que assim se mantenha. Só penso que não é fechando local numa redoma. É sim educando as pessoas." O que aqui diz considero no ponto (4) da mesma intervenção.

Mas quero ainda acrescentar que, porque nem todos são educáveis, ou não o são em tempo útil (e aqui não estou a referir-me especificamente aos motociclistas; as muitas tentativas falhadas de criar um "Homem Novo" ao longo da História dão-me razão em contextos que nada têm que ver com motociclistas), criaram-se regimes especiais de ordenamento do território que definem o que que se pode e não pode fazer nas zonas por eles abrangidas. E, concordemos com isto ou não, há muita coisa que não se pode fazer em vários locais da Serra da Estrela. Ou seja, concordemos com isto ou não, é do entendimento geral do estado transcrito para a legislação que a educação será importante, mas ela por si só não chega para proteger correctamente as áreas em que valores determinados (ambientais, paisagísticos, agrícolas, etc) justificam regimes de protecção especial. Áreas, por exemplo, como a Serra da Estrela.

E foi tentando dar o meu contributo para o que considero ser uma maior educação ambiental que aqui discuti o Eskimós 2008 e 2009 (em 2010 cá estaremos, se voltarem a insistir em bares, geradores, iluminação nocturna e tendas colectivas com música ambiente no Covão d'Ametade). Francamente, na minha opinião, entendo que essa maior educação levaria os promotores (que neste caso são motociclistas mas poderiam ser outro grupo qualquer, até de ambientalistas) a, mantendo o Covão d'Ametade como local da realização, mudarem os moldes em que ela se realiza ou, mantendo esses moldes, a realizá-la noutro local.

A educação (ambiental e não só) também se apura com discussão, com argumentos e contra-argumentos, com trocas de pontos de vista nem sempre concordantes. Aliás, talvez ela nem possa nascer e desenvolver-se sem isso.

Saudações
José Amoreira

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!