Quem provou que é errada? É muito fácil dizer que Foz Côa não ganhou nada porque a barragem não está feita.
E se tivesse sido construída já pensou no que estaria melhor?
Ao ler várias opiniões como a sua fico pasmada com comentários como: "as gravuras do Vale do Côa são tacanos rabiscos mas não posso deixar de exercitar o meu direito à indignação pública "por aquilo que penso ser " uma total ignorância dos factos e a uma fuga à verdade.
Coitado! Aquele que pensa que sabe tudo e tem opinião sobre tudo, não só nunca viu as gravuras como ainda não entendeu que as gravuras do Vale do Côa são hoje património mundial com igual estatuto das Pirâmides, da Ultima Ceia do Leonardo ou da muralha da China. E que o Museu já está quase feito! Aliás se procurar em qualquer universidade de estudos sociais por mapas de arqueologia do mundo vai ver assinalados os locais arqueologicos mais importantes nas diferentes areas do nosso planeta.
Quando se aproximar do mapa da Peninsula Ibérica verá que tem tres bolinhas vermelhas: - umade Altamira. - outra Los MIllares, junto à terceiroa estará escrito - Foz Côa.
Isto serve para ilustar, que ao contrario do que diz, por exemplo, os colegas de umas das mais prestigiosas universidade do mundo estao convencios da importancia do Vale do Côa. Pelo que entendi para si, as gravuras não têm qualquer valor, ou seja o facto de as gravuras serem classificadas como patimonio mundial pela UNESCO parece ser completamente irrevelante. Para si.
Famel, não me leve a mal, concordo consigo, mas tenho mais tendência para responder aos que não concordam comigo. Obrigado pela sua intervenção.
Não era minha intenção com este post manifestar uma posição sobre a (antiga) polémica com a construção da barragem, nem me quero embrenhar numa discussão sobre um assunto que não está no centro das preocupações do Cântaro Zangado, mas:
1. Penso que não foram usados argumentos ambientais na contestação à barragem de Foz Côa, (mas posso estar enganado, já não me lembro bem). A contestação baseou-se principalmente em razões histórias e culturais. Em contrapartida, os argumentos contra a barragem do baixo Sabor são principalmente ambientais e os contra a do Tua são ambientais e turísticos.
2. Visitei o parque arqueológico de Foz Côa (sector de Penascosa) numa sexta feira de Junho. Além de mim e da minha família, acompanhou a mesma visita um casal de espanhóis. Tinha havido outra visita de manhã. Assim, numa sexta feira à tarde (de manhã não sei) de um mês tradicionalmente pouco escolhido para férias, visitaram a aldeia de Castelo Melhor seis pessoas. Tomei uma cerveja num café da terra, a minha mulher uma água, os meus filhos um gelado. Dos espanhóis, não sei. Se se tivesse construído a barragem, quantas pessoas teriam, nessa sexta-feira, visitado Castelo Melhor? Quantas teriam comprado refrescos no comércio de Castelo Melhor?
3. Segundo me disseram, trabalham no parque arqueológico perto de cinquenta pessoas. Que seja um exagero, admitamos que não sejam mais do que vinte. Se se tivesse construído a barragem, seriam vinte empregos a menos.
4. Os empregos que a barragem teria gerado (se se tivesse construído) teriam a exacta duração das obras. Concluídos os trabalhos, lá se iam os empregos. Além disso, os fozcondenses teriam tido que competir por esses empregos, provisórios e mal remunerados, com emigrantes da Europa de Leste e dos PALOP. Os que o parque arqueológico gerou são mais permanentes (enfim, se é que se pode falar em empregos permanentes nesta estranha época pós guerra fria) e melhor remunerados (alguns deles, pelo menos).
5. A conclusão do museu arqueológico de Foz Côa vai gerar mais alguns empregos e mais alguma animação no comércio e nos serviços, saibam os fozcondenses aproveitá-la e potenciá-la. Não é muita, mas é mais do que a que a barragem alguma vez poderia trazer ao concelho, assim que terminassem os trabalhos de construção.
6. À entrada de Vila Nova de Foz Côa um grande cartaz anuncia "Um concelho, dois patrimónios mundiais". Não percebo como é que alguém não vê nesta realidade, que a é, uma enorme vantagem estratégica sobre os restantes concelhos.
7. Claro, não há soluções fáceis e milagrosas para problemas complicados. Tudo dá trabalho. Tudo exige imaginação, esforço, iniciativa e chatices, muitas chatices. Mas um parque e um museu arqueológico apoiados sobre *duas* declarações de património mundial é algo que mais nenhum concelho da região tem. E é algo que *pode* ser aproveitado para o desenvolvimento. Uma barragem, não. Mas não fiquem os fozcondenses à espera que esse desenvolvimento lhes caia no colo. Construam-no! Para isso, a natureza e a história dotou-os como a poucos.
8. Por estas razões, não me convence, caro anónimo, que teria sido melhor afundar as gravuras, os cinquenta (ou que sejam vinte) empregos *permanentes* que elas geraram e os visitantes (por poucos que sejam) que elas atraem numa barragem que, a ter sido construída, não geraria, hoje, *nenhum* emprego nem *nenhum* visitante.
9. Por fim, devo dizer que compreendo a necessidade nacional de barragens. Elas são precisas para armazenar água (já que há indicações de que ela poderá vir a faltar a médio prazo, devido às alterações climáticas). Mas as suas vantagens, ao nível local, são mínimas, parece-me. É isso que acho mais estranho nos seus argumentos, caro anónimo. É o facto de serem locais. Acusa o parque de não se ter traduzido no desenvolvimento local do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Mas que desenvolvimento teria trazido a barragem?!
Não concordo consigo, mas agradeço aa sua intervenção, caro anónimo. Boa semana!
Ora menina da mota, falar é fácil pq não vive em FozCôa e não é comparável á Cova da Beira, mas nunca na minha intervenção me referi ao valor das gravuras. Poderiam ter sido preservadas em meio subaquático com visitas por elevadores apropriados solução apresentada pela EDP e ao mesmo tempo ter-se construido o Museu. Isto é: gravuras, barragem e Museu! Mas uns iluminados acharam que as gravuras não sabiam nadar.....e muitos deles tinham préviamente recebido chorudas indeminizações da EDP. Resultado:ficaram com o dinheiro e com os terrenos! E claro, que não me esqueço da UNESCO com os seus milhentos programas de ajuda: FozCôa, já ganhou uma bolinha vermelha!!!
Quanto ao Sr.ljma, gostei muito das suas alíneas principalmente da do lanche na tasca da terra; pena que não tenha antes bebido um copo da adega local ou provado um cálice de vinho fino e a esposa um refresco de mel das colmeias do concelho. Muito lhe agradeceriam se assim fosse, mas preferiu ser mais um camone! Um dia ainda irei á Serra da Estrela comer um queijinho de Serpa! Mas se chama a isso contribuir para o desenvolvimento económico, por este andar, na próxima visita já não terá tasco que o sirva: é que o pessoal está a esgotar-se pela idade e pela vida! Se o cartaz da entrada enche de orgulho os fozcoenses, o hotel á saída inacabado á 11 anos ...lixa essa "alegria" toda. 20 empregos?!?! Qualquer casa agrícola de meia-tigela tem isso nos seus efectivos e por certo, se a barragem tivesse sido construída, tería a região muito mais área produtiva de regadio e consequentemente muitos mais agricultores e sobretudo jovens técnicos, que agora saem das UTAD´s e andam á migalha! Quando se refere o potencial económico que a edificação de uma barragem pode ou não resultar numa região, longe vão os tempos de pensar em "durante" a construção. Isso era em mil e troca o passo, quando não haviam estradas, quando os trabalhadores se fixavam nas terras, quando os meios envolvidos tinham outras agora "inferiores" tecnologias. Desde pelo menos os anos 80, que esse factor económico é apenas considerado numa percentagem muito pequena, como o Sr. muito bem deve saber e porquê? Porque a grande maioria dos empreteiros e dos trabalhadores, na construção, não são das zonas, não teem os seus encargos económicos junto do local de trabalho e portanto, para além dos gastos semanais em alojamento e alimentação, pouco mais ficará! Se sabe que assim é porque teima em atirar poeira para os olhos, referindo factores económicos durante a construção? E pessoal do Leste e PALOP....é palha para encher o texto? Agora, que é muito diferente olhar-se para os campos e verem-se nús, despidos de vegetação, áridos, com temperaturas no verão de 40 e tal graus,incendiados, com amendoeiras dispersas de dificil amanho, oliveiras mirradas pela idade e pela doença, e verem-se campos recentemente plantados, alinhados, regados, produtivos ... jovens agricultores transformando uma terra que é sua, fabricando o melhor azeite do mundo, amêndoa de paladar próprio e qualidade, internacionalmente muito bem paga nos mercados belgas, suiços e holandeses, o mel que abastece a DIESE, o queijo terrincho.... Como é que querem que isso se faça sem água! Só com gravuras? Só com Museus? Só!?!? Se até o Sr. ali vai em Junho e bebe uma cerveja!!! Boa noite e obg.
Os portugueses não merecem o país que têm! A ignorância de um povo é um factor de atraso, e é por isso que estamos como estamos, na cauda da Europa, em vez de sermos a cara da Europa, como já o fomos! Hoje em dia, defender a ideia de que construir é factor de desenvolvimento é um grande erro! Se as gravuras tivessem sido afundadas, a região e o país perderiam a médio e longo prazo, mais do que se ganharia a curto prazo, com a construção da barragem! A construção civil serve apenas para atirar areia para os olhos das pessoas, e é o meio mais eficaz de controlar a opinião pública. Criar verdadeiras oportunidades às populações para melhorar as suas condições de vida, é que é mais difícil! Serem empreendedores e originais, não são qualidades dos nossos políticos. Por essa razão estamos no fundo da Europa! Criar verdadeiros empregos, e não trabalhos temporários, não são prioridades de quem decide! É muito mais fácil apostar nas obras públicas, já que não requer grande capacidade mental, e assim o povo está sempre contente. Não se esqueçam de uma 'pequena coisa': a água só abunda se tiver condições para tal. É que a arborização é um factor importante para a captação de água e enriquecimento das nascentes! É que os rios que alimentam as barragens, necessitam de nascentes! Será que arborizando, como devia ser, aquelas encostas incultas do Douro, não daria melhor resultado a médio prazo? Temos de parar de pensar no imediato, e começar a ter uma visão mais alargada! NEM TUDO O QUE LUZ É OURO, NEM TUDO O QUE ALVEJA É PRATA! Já agora, e se alguém me souber responder, quantas pessoas trabalham na barragem do Pocinho? Actualmente, quantos trabalhos indirectos cria às populações da zona? Deixo aqui os meus parabéns ao magnífico trabalho desenvolvido pelos colaboradores do blogue 'ocântarozangado', no sentido de alertar a opinião pública de algumas atrocidades cometidas numa das zonas mais encantadoras de Portugal! Com os melhores cumprimentos, Bruno Guedes Quinhones
Podemos tambem pensar nas inumeras barragens que existem dentro do PNSE...mas parece que não chegam pois creio ser de acordo geral, que quem vive dentro do PNSE considera esta região pouco desenvolvida e económicamente deprimida!Então em que ficamos, as barragens trazem ou não desenvolvimento e crescimento económico para as populações locais?Bom, na minha opinião, as barragens, como muitas outras coisas, podem trazer (e trazem muitas vezes) beneficios para as regiões mas estes são algo limitados. Em minha opinião as duas principais vantagens para as populações locais prendem-se com (i) o aumento das reservas de água (muito importante!) e (ii)com um aproveitamento turistico diferente do até aí existente com a criação de um espelho de água. No entanto, enquanto que a primeira premissa pode ser (quase) sempre justificável, a segunda já pode ter nuances que implicam um reflexão profunda sobre os prós e contras da instalação de tal infraestrutura (a barragem).Por outro lado, apenas a primeira premissa (reserva de água) é passivel de beneficiar toda a população local. A segunda premissa pode beneficiar alguns e prejudicar outros ou pode simplesmente não beneficiar ninguem caso o aproveitamento turistico não seja potenciável. Ou seja, penso que não é de todo linear que a construção de uma barragem seja sempre um factor determinante, ou até adjuvante, no desenvolvimento económico de uma região. Penso que é inutil visualizar grandes obras publicas como a panaceia para todos os males das populações. A panaceia tem sempre de passar pelas próprias populações e pela maneira como aproveitam as qualidades que já existem nas suas regiões!Sempre foi assim e penso ser a unica forma de promover um crescimento local sem estar permanentemente dependentes do poder central e do dinheiro que há-de vir. Passamos a vida a demonizar o poder central mas ao mesmo tempo colocamos nas suas mãos a responsabilidade de garantir a melhoria do nosso futuro! É um posicionamento que me custa entender e que me parece trazer poucos benificios em particular nos dias de hoje onde a iniciativa privada de pequenas e médias impresas é responsável por parte substancial da economia Portuguesa. Tendo em conta esta reflexão acho que para comparar Foz Coa com e sem barragem temos que começar por discutir o que poderia ter sido feito em ambos os cenários para potenciar o desenvolvimento local. Na minha opinião Foz Coa ganhou com a preservação das culturas mas tambem sei que por si só isto não chega. De que adianta ter um tesouro para mostrar se ninguem sabe que o temos. Penso que as gravuras de Foz Coa conferem uma identidade à região que é o que é procurado pelos turistas de toda a parte. Julgo que não vale a pena por não ser possivel competir de igual para igual com destinos tipicos e claramente instalados com referencia existentes noutros países. Veja-se por exemplo o emergente turismo do vinho no Douro com casas de alojamento e refeições pagas a peso de ouro! O que é preciso é imaginação e empenho, esperar que outros nos façam ter sucesso não está no meu feitio, por isso tenho a opinião que tenho!
Talvez a maior vantagem das barragens seja mes pôr as pessoas a pensar nos beneficios e prejuizos que a instalação ou não de tal estrutura acarreta para a região estimulando assima procura de novas formas de desenvolvimento local.
Ora aí está uma opinião muito estimulante de ler, do Sr. Tpais.
Na materia referida no post do Sr. Quinhones respeitante á barragem do Pocinho, apenas um comentário em geito de informação: o facto é que actualmente trabalham nela tantas pessoas como as que trabalham no parque arqueológico;submergiu várias gravuras, já conhecidas pós 25 de Abril e muito antes da sua conclusão.
Nunca percebi, porque não se fazem grandes e rasgadas referências a esse facto.
Mas esta barragem, iniciada nos anos 60/70, estava incluída no plano hidroelectrico e de navagabilidade do Douro á semelhança da Valeira, Bagauste, etc.
Lamentavelmente não foram aproveitadas para irrigação, porque essa necessidade á época não se colocava.
No entanto, assiste-se ao crescente potencial turistico da navegabilidade do Douro agora, que não seria possível se as barragens não tivessem sido construídas no passado.
E por inerência desse fluxo turistico, cruzeiros constantes num corropio de subidas e descidas de endinheirados, o tais que frequentam as casas de turismo e pagam as refeições a peso de ouro, como habilmente referiu.
Muitos dos visitantes do parque arqueológico, são os mesmos que sobem o rio internacional em barcos de grande calado, iates e pequenos veleiros e não se limitam a beber uma cerveja ou duas, antes apreciam o que verdadeiramente é único e regional.
E os postos de trabalho directos e indirectos que essa navegabilidade fixa?
E mesmo sem serem vocacionadas para a irrigação, o desenvolvimento vinhateiro e agrícola, que tal acumular de agua proporcionou á região?
É ver-se toda a envolvente do rio, desde Barca d´Alva até além Régua.
É ver-se toda a envolvente do Pocinho, com surribas recentes, numa aposta ganha de desenvolvimento agrícola.
Grandes empresas? Também, mas a grande maioria dos produtores de vinho generoso=vinho fino=vinho do Porto, têm em média menos de 10 pipas, isto é ter litragem inferior 7500 kgs; pequenos produtores!
O sustento anual de muitas famílias, humildes, que teimam em transformar de sol a sol a sua terra.
É isto que uma barragem representa para esta região, que não é igual á Serra da Estrela, nem ao Tejo, nem ao Alentejo!
Não tem a ver com pseudo ganhos na construção como anteriormente tive a oportunidade de desmistificar!
Muito menos com o afundar da história, porque umas gravuras não sabem nadar.
E ainda menos com referências a jogadas politicas dos prós e contras, tudo farinha do mesmo saco!
Os dourienses e transmontanos já foram demasiado castigados na sua alma, por gerações de borras-politicos.
Os exemplos do Douro estão á vista!
No rio, no vale da Vilariça e podiam estar no Côa!
Se as barragens do passado mostram agora o seu potencial de desenvolvimento, construam-se as que faltam.
Deixem quem ali vive e apostou nesta região, que possa igualmente pronunciar-se sobre o seu futuro, sem maquinações e coustumeiros adivinhos.
Tenho andado por fora e por isso só agora respondo.
Volto a dizer que o que pretendi com este post foi uma brincadeira apenas, não tomar uma posição sobre um problema que cria já encerrado. Aproveitei para, quase subliminarmente, deixar no ar a sugestão para uma visita a Foz Côa, incluindo links para o parque arqueológico.
Há muitos exemplos, aqui na raia centro, de barragens que não se traduzem no desenvolvimento dos concelhos. Que não atraem turistas, que não alimentam a agricultura. Para que a barragen de Foz Côa pudesse desempenhar um papel nesse sentido, seria ainda necessário, para além da sua construção, muito esforço, muita imaginação, muito empreendorismo, muita chatice. E as gravuras? Igual. Por si só não resolvem nada, ou quase nada. Para as aproveitar, é preciso esforço, imaginação, empreendorismo e chatices.
Mesmo sem nada disso, as gravuras atraíram um camone que gosta de beber uma mini numa tarde quente (estes camones, só visto! Vejam lá do que eles se lembram! Cerveja numa tarde de Verão!). Se considera que os camones são indesejáveis, ok, percebo o seu ponto de vista. Mas, se quiser atrair outro tipo de visitantes, terá que começar a fazer alguma coisa por isso. E, para isso, parece-me que está muito melhor servido com gravuras, do que com barragem... Será talvez por ser um camone que penso assim? Talvez.
Mais uma vez, caro anónimo, muito obrigado pelas suas intervenções.
Não estamos certamente a falar da mesma coisa, se continua a querer comparar o incomparável, numa tentativa frustrada de atirar mais um areaozito para o olho dos seus leitores na ansia de querer forçosamente a razão.
Não tem a região em causa nada a ver com o Tejo, com o Alentejo e muito menos com a raia centro!
São realidades diferentes, totalmente diferentes e se as aponta como exemplo, deixe-me que lhe diga, que são muito fracos exemplos para um homem da sua formação.
Esperava melhor, francamente!
Quanto aos camones, o Sr. é que tentou justificar esse gasto como uma potenciação de desenvolvimento económico a seguir.
Repito-lhe, use os seus ensinamentos na sua região e aconselhe os visitantes a comer queijo de Serpa, sempre que visitarem a Serra da Estrela, a beberem vinho de Lagoa e agua do Marão em vez de Pedra de Urso e Glaciar.
Talvez seja por isso, que se vendem aquelas coisas "giras" no barracal da Torre!
Caro anónimo, lamento imenso tê-lo desapontado, apesar da relevância que parece atribuir à minha formação.
Olhe, não comparei coisa nenhuma, e não pretenda fazer crer que o fiz. Falei da raia centro apenas para explicar porque é que duvido de que a construção barragem em Foz Côa teria, só por si, levado o concelho pela senda do desenvolvimento. Foi, quando muito, uma extrapolação, não uma comparação. E fiz esta extrapolação, não para o convencer a si, mas para mostrar porque penso como penso. Pensei que tinha sido muito claro.
Mas o caro anónimo acredita mesmo que, porque Foz Côa não é a raia centro, a construção da barragem teria arrancado o concelho das garras do empobrecimento, do envelhecimento, do abandono e da desertificação? Acha mesmo que em Foz Côa, só por se ter construído a barragem, se passariam a fixar famílias de jovens lavradores felizes, produtivos e bem sucedidos? Acha mesmo que Foz Côa é assim tão diferente de todo o resto do país?
Olhe, numa coisa acredito que Foz Côa e a raia centro são zonas muito parecidas: o seu desenvolvimento não virá às costas de um grande e único investimento público, seja em barragens, seja em gravuras, seja no que for. Tem que ser construído pelos locais, sem passes de magia demagógica e eleitoralista. Com esforço, imaginação, empreendorismo e muitas chatices. Continuo a achar que Foz Côa tem condições ímpares para começar esse esforço, exactamente porque não se afundaram as gravuras.
Pois ljma, felizmente que isto não passa de uma simples conversa.
Felizmente, que algumas albufeiras nessa região vão ser edificadas. Felizmente, que se está a dar continuidade aos projectos hidricos e agrícolas protagonizados pelo Eng. Camilo de Mendonça. Felizmente, que irão arrancar uma série de vias de comunicação e investimento publico. Felizmente, que já com frequência aparece procura de terrenos agrícolas por parte de jovens agricultores individuais e em família. Felizmente, que os incêndios descresceram.
Muito feliz particularmente fico em não comungar das suas opiniões pois continuo a achar, que VNFCôa não tem nada a ver com a raia centro, para além de pertencer ao mesmo distrito.
Seria a Covilhã o que é hoje sem um Hospital como teve e agora tem? Sem Faculdades? Sem CP sem A25?
É ou não é o investimento publico uma grande alavanca para o desenvolvimento local?
Ou posso pelas suas palavras depreender, que as Faculdades da Covilhã deveriam ter sido feitas na Marinha Grande e o novo Hospital talvez em Anadia, ou ainda melhor nem sequer terem sido construídos?
Não tivessem existido esses enormes investimentos publicos e a Covilhã, após as falências consecutivas das fábricas de iniciativa privada, seria hoje como a cidade de Vila Nova de Foz Côa.
Não me parece que os habitantes de VNFCôa, mereçam ser parentes pobres dos habitantes da Covilhã nem com menores capacidades.
Não acha que o nosso povo é todo igual? Ou haverá uns mais iguais do que outros?
Anónimo, poderia respoder, como o Anónimo fez (quando eu disse que há barragens aqui na raia centro que não se traduzem em desenvolvimento nenhum), que comparar uma barragem com a Universidade da Beira Interior é comparar coisas incomparáveis. Mas não me fico por aqui, como o Anónimo fez; pretendo explicar-lhe porque é que acho que a sua comparação não faz sentido.
A Universidade da Beira Interior (UBI) não foi uma decisão simples de Lisboa cuja construção e exploração foram entregues a empresas nacionais, com pouca ou nenhuma intervenção de actores locais. Ela resultou de um processo que foi sendo amadurecido ao longo de dezenas de anos e que começou com a reforma de Veiga Simão, ainda antes do 25 de Abril de 1974. Antes da UBI, houve o Instituto Politécnico da Beira Interior, a que se seguiu o Instituto Universitário da Beira Interior. De certa forma, a UBI foi-se pouco a pouco afirmando, passando nalguns testes, falhando noutros, como universidade graças aos esforços de pessoas que moravam e investiram pessoalmente na região. Ou seja, foi uma aposta do estado, claro, mas foi conduzido, aproveitado e potenciado, desde o início, por esforços locais. E este processo não parou ainda. Continua todos os dias, em cada aula dada e em cada artigo científico publicado por docentes da Universidade, em cada convénio de colaboração que estabelecem com outras instituições, nacionais e estrangeiras.
A Faculdade de Medicina não foi uma prenda que o estado ofereceu à Covilhã. Foi preciso muito esforço, muito empreededorismo e muita (muita, mesmo!) chatice para mostrarmos ao governo que a UBI (não a Covilhã, que as faculdades pertencem a universidades, não a cidades) tinha capacidade organizativa e *científica* para fazer funcionar uma tal faculdade. E sabe que mais? A coisa tem funcionado tão bem que os métodos de ensino de medicina que adoptamos estão também a ser aproveitados noutras instituições mais antigas, aqui e no estrangeiro.
Por fim, da existência da Universidade resultam várias centenas (senão alguns milhares) de empregos directos e outros tantos (pelo menos) empregos indirectos. A "sua" barragem teria gerado zero empregos directos e vá-se lá saber quantos indirectos (o Anónimo acha que seriam muitos os agricultores que aproveitariam o regadio; eu não sei, mas duvido da sua optimista visão).
Não, caro anónimo. A Universidade, tanto pela forma como foi aparecendo, como pelos seus efeitos económicos e sociais, não tem nada, mas nada que ver com uma barragem.
Parece-me até que o investimento nas gravuras e no museu tem muito mais semelhanças (numa escala diferente, bem entendido) com a aposta na UBI que referiu do que a construção da barragem. Saibam os habitantes de Foz Côa (e os que eles conseguirem atrair) aproveitar e potenciar bem as gravuras e o museu! Continuo a achar que são mais aproveitáveis do que a barragem.
Claro, que uma Universidade nada tem a ver com uma barragem como VNFCôa nada tem a ver com a Covilhã + com a raia centro.
Mas acredita mesmo, que esse enorme investimento publico teria outra menor dimensão cientifica se fosse construído na Guarda?
Ou até acredita, que foi para a Covilhã pelos simples factos históricos antes 25/Abril?
Presunção e agua benta cada um toma a que quer....
Aliás no seu texto refere " Ou seja, foi uma aposta do estado, claro..." Bem aproveitada sim, concordo, mas isso por muito mérito que haja dos locais, não deixa de ser uma aposta politica de enorme investimento publico!
Está a resultar porque existe empenho dos politicos, dos docentes, dos alunos e da cidade! Mas até poderia não ter resultado nada ou pelo menos com esse reconhecimento que refere e nem por isso, existiram dúvidas na potenciação desse enorme investimento.
Para finalizar esta pequena conversa(estou de saída para férias) por acaso tem ideia quantos empregos directos e indirectos dependem actualmente das barragens do Douro iniciadas antes do 25/Abril e que afundaram gravuras de que ninguém fala?
Certamente não tem essa noção se ateima, que 20 empregos no parque arqueológico, são facto de realce e digno de figurar na história local!
Ter a UBI inicial e Medicina é melhor não é?
Então porque carga de água é que VNFCôa não pode ter barragem e gravuras?
Os méritos, que eu saiba, só depois se avaliam, como aliás acontece por aí ou alguns são dignos de créditos antecipados e os outros a "desgraça" do costume?
E não venha com passagens de bola, porque comparar o incomparável foi o seu inicio de "conversa"!
16 comentários:
Deu-se razão aos ambientalistas!
Deu-se razão aos arqueológos!
E Vila Nova de Foz Côa ficou mais pobre.
A não edificação da Barragem trouxe mais riqueza ao concelho? Não.
Mais emprego? Não.
Mais desenvolvimento? Não.
Mais turismo? Não.
Mais comércio? Não.
Mais serviços? Não.
Então o que ganhou o concelho de Vila Nova de Foz Côa e o País com a não edificação da Barragem?
Nada.
O que gastou?
Apenas 20 milhões de contos em 1997!
Pequeno gasto para defesa de uma ideia, que se provou totalmente errada!
Um dia virá, que como a do Tua e do Sabor, também esta se construirá!
Quem provou que é errada? É muito fácil dizer que Foz Côa não ganhou nada porque a barragem não está feita.
E se tivesse sido construída já pensou no que estaria melhor?
Ao ler várias opiniões como a sua fico pasmada com comentários como:
"as gravuras do Vale do Côa são tacanos
rabiscos mas não posso deixar de exercitar o meu direito à
indignação pública "por aquilo que penso ser " uma total ignorância
dos factos e a uma fuga à verdade.
Coitado! Aquele que pensa que sabe tudo e tem opinião sobre tudo, não
só nunca viu as gravuras como ainda não entendeu que as gravuras do
Vale do Côa são hoje património mundial com igual estatuto das
Pirâmides, da Ultima Ceia do Leonardo ou da muralha da China. E que o
Museu já está quase feito!
Aliás se procurar em qualquer universidade de estudos sociais por mapas de arqueologia do mundo vai ver assinalados os locais arqueologicos mais
importantes nas diferentes areas do nosso planeta.
Quando se aproximar do mapa da Peninsula Ibérica verá que tem tres
bolinhas vermelhas:
- umade Altamira.
- outra Los MIllares,
junto à terceiroa estará escrito - Foz Côa.
Isto serve para ilustar, que ao contrario do que diz,
por exemplo, os colegas de umas das mais prestigiosas universidade do
mundo estao convencios da importancia do Vale do Côa. Pelo que
entendi para si, as gravuras não têm qualquer valor, ou seja o facto de as
gravuras serem classificadas como patimonio mundial pela UNESCO parece ser
completamente irrevelante. Para si.
Nunca se esqueça do que é a UNESCO.
Famel, não me leve a mal, concordo consigo, mas tenho mais tendência para responder aos que não concordam comigo. Obrigado pela sua intervenção.
Não era minha intenção com este post manifestar uma posição sobre a (antiga) polémica com a construção da barragem, nem me quero embrenhar numa discussão sobre um assunto que não está no centro das preocupações do Cântaro Zangado, mas:
1. Penso que não foram usados argumentos ambientais na contestação à barragem de Foz Côa, (mas posso estar enganado, já não me lembro bem). A contestação baseou-se principalmente em razões histórias e culturais. Em contrapartida, os argumentos contra a barragem do baixo Sabor são principalmente ambientais e os contra a do Tua são ambientais e turísticos.
2. Visitei o parque arqueológico de Foz Côa (sector de Penascosa) numa sexta feira de Junho. Além de mim e da minha família, acompanhou a mesma visita um casal de espanhóis. Tinha havido outra visita de manhã. Assim, numa sexta feira à tarde (de manhã não sei) de um mês tradicionalmente pouco escolhido para férias, visitaram a aldeia de Castelo Melhor seis pessoas. Tomei uma cerveja num café da terra, a minha mulher uma água, os meus filhos um gelado. Dos espanhóis, não sei. Se se tivesse construído a barragem, quantas pessoas teriam, nessa sexta-feira, visitado Castelo Melhor? Quantas teriam comprado refrescos no comércio de Castelo Melhor?
3. Segundo me disseram, trabalham no parque arqueológico perto de cinquenta pessoas. Que seja um exagero, admitamos que não sejam mais do que vinte. Se se tivesse construído a barragem, seriam vinte empregos a menos.
4. Os empregos que a barragem teria gerado (se se tivesse construído) teriam a exacta duração das obras. Concluídos os trabalhos, lá se iam os empregos. Além disso, os fozcondenses teriam tido que competir por esses empregos, provisórios e mal remunerados, com emigrantes da Europa de Leste e dos PALOP. Os que o parque arqueológico gerou são mais permanentes (enfim, se é que se pode falar em empregos permanentes nesta estranha época pós guerra fria) e melhor remunerados (alguns deles, pelo menos).
5. A conclusão do museu arqueológico de Foz Côa vai gerar mais alguns empregos e mais alguma animação no comércio e nos serviços, saibam os fozcondenses aproveitá-la e potenciá-la. Não é muita, mas é mais do que a que a barragem alguma vez poderia trazer ao concelho, assim que terminassem os trabalhos de construção.
6. À entrada de Vila Nova de Foz Côa um grande cartaz anuncia "Um concelho, dois patrimónios mundiais". Não percebo como é que alguém não vê nesta realidade, que a é, uma enorme vantagem estratégica sobre os restantes concelhos.
7. Claro, não há soluções fáceis e milagrosas para problemas complicados. Tudo dá trabalho. Tudo exige imaginação, esforço, iniciativa e chatices, muitas chatices. Mas um parque e um museu arqueológico apoiados sobre *duas* declarações de património mundial é algo que mais nenhum concelho da região tem. E é algo que *pode* ser aproveitado para o desenvolvimento. Uma barragem, não. Mas não fiquem os fozcondenses à espera que esse desenvolvimento lhes caia no colo. Construam-no! Para isso, a natureza e a história dotou-os como a poucos.
8. Por estas razões, não me convence, caro anónimo, que teria sido melhor afundar as gravuras, os cinquenta (ou que sejam vinte) empregos *permanentes* que elas geraram e os visitantes (por poucos que sejam) que elas atraem numa barragem que, a ter sido construída, não geraria, hoje, *nenhum* emprego nem *nenhum* visitante.
9. Por fim, devo dizer que compreendo a necessidade nacional de barragens. Elas são precisas para armazenar água (já que há indicações de que ela poderá vir a faltar a médio prazo, devido às alterações climáticas). Mas as suas vantagens, ao nível local, são mínimas, parece-me. É isso que acho mais estranho nos seus argumentos, caro anónimo. É o facto de serem locais. Acusa o parque de não se ter traduzido no desenvolvimento local do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Mas que desenvolvimento teria trazido a barragem?!
Não concordo consigo, mas agradeço aa sua intervenção, caro anónimo.
Boa semana!
Ora menina da mota, falar é fácil pq não vive em FozCôa e não é comparável á Cova da Beira, mas nunca na minha intervenção me referi ao valor das gravuras. Poderiam ter sido preservadas em meio subaquático com visitas por elevadores apropriados solução apresentada pela EDP e ao mesmo tempo ter-se construido o Museu.
Isto é: gravuras, barragem e Museu!
Mas uns iluminados acharam que as gravuras não sabiam nadar.....e muitos deles tinham préviamente recebido chorudas indeminizações da EDP.
Resultado:ficaram com o dinheiro e com os terrenos!
E claro, que não me esqueço da UNESCO com os seus milhentos programas de ajuda: FozCôa, já ganhou uma bolinha vermelha!!!
Quanto ao Sr.ljma, gostei muito das suas alíneas principalmente da do lanche na tasca da terra; pena que não tenha antes bebido um copo da adega local ou provado um cálice de vinho fino e a esposa um refresco de mel das colmeias do concelho. Muito lhe agradeceriam se assim fosse, mas preferiu ser mais um camone!
Um dia ainda irei á Serra da Estrela comer um queijinho de Serpa!
Mas se chama a isso contribuir para o desenvolvimento económico, por este andar, na próxima visita já não terá tasco que o sirva: é que o pessoal está a esgotar-se pela idade e pela vida!
Se o cartaz da entrada enche de orgulho os fozcoenses, o hotel á saída inacabado á 11 anos ...lixa essa "alegria" toda.
20 empregos?!?!
Qualquer casa agrícola de meia-tigela tem isso nos seus efectivos e por certo, se a barragem tivesse sido construída, tería a região muito mais área produtiva de regadio e consequentemente muitos mais agricultores e sobretudo jovens técnicos, que agora saem das UTAD´s e andam á migalha!
Quando se refere o potencial económico que a edificação de uma barragem pode ou não resultar numa região, longe vão os tempos de pensar em "durante" a construção. Isso era em mil e troca o passo, quando não haviam estradas, quando os trabalhadores se fixavam nas terras, quando os meios envolvidos tinham outras agora "inferiores" tecnologias.
Desde pelo menos os anos 80, que esse factor económico é apenas considerado numa percentagem muito pequena, como o Sr. muito bem deve saber e porquê? Porque a grande maioria dos empreteiros e dos trabalhadores, na construção, não são das zonas, não teem os seus encargos económicos junto do local de trabalho e portanto, para além dos gastos semanais em alojamento e alimentação, pouco mais ficará!
Se sabe que assim é porque teima em atirar poeira para os olhos, referindo factores económicos durante a construção?
E pessoal do Leste e PALOP....é palha para encher o texto?
Agora, que é muito diferente olhar-se para os campos e verem-se nús, despidos de vegetação, áridos, com temperaturas no verão de 40 e tal graus,incendiados, com amendoeiras dispersas de dificil amanho, oliveiras mirradas pela idade e pela doença, e verem-se campos recentemente plantados, alinhados, regados, produtivos ... jovens agricultores transformando uma terra que é sua, fabricando o melhor azeite do mundo, amêndoa de paladar próprio e qualidade, internacionalmente muito bem paga nos mercados belgas, suiços e holandeses, o mel que abastece a DIESE, o queijo terrincho....
Como é que querem que isso se faça sem água!
Só com gravuras?
Só com Museus?
Só!?!?
Se até o Sr. ali vai em Junho e bebe uma cerveja!!!
Boa noite e obg.
Os portugueses não merecem o país que têm!
A ignorância de um povo é um factor de atraso, e é por isso que estamos como estamos, na cauda da Europa, em vez de sermos a cara da Europa, como já o fomos!
Hoje em dia, defender a ideia de que construir é factor de desenvolvimento é um grande erro!
Se as gravuras tivessem sido afundadas, a região e o país perderiam a médio e longo prazo, mais do que se ganharia a curto prazo, com a construção da barragem!
A construção civil serve apenas para atirar areia para os olhos das pessoas, e é o meio mais eficaz de controlar a opinião pública. Criar verdadeiras oportunidades às populações para melhorar as suas condições de vida, é que é mais difícil! Serem empreendedores e originais, não são qualidades dos nossos políticos. Por essa razão estamos no fundo da Europa! Criar verdadeiros empregos, e não trabalhos temporários, não são prioridades de quem decide! É muito mais fácil apostar nas obras públicas, já que não requer grande capacidade mental, e assim o povo está sempre contente.
Não se esqueçam de uma 'pequena coisa': a água só abunda se tiver condições para tal. É que a arborização é um factor importante para a captação de água e enriquecimento das nascentes! É que os rios que alimentam as barragens, necessitam de nascentes! Será que arborizando, como devia ser, aquelas encostas incultas do Douro, não daria melhor resultado a médio prazo? Temos de parar de pensar no imediato, e começar a ter uma visão mais alargada!
NEM TUDO O QUE LUZ É OURO, NEM TUDO O QUE ALVEJA É PRATA!
Já agora, e se alguém me souber responder, quantas pessoas trabalham na barragem do Pocinho? Actualmente, quantos trabalhos indirectos cria às populações da zona?
Deixo aqui os meus parabéns ao magnífico trabalho desenvolvido pelos colaboradores do blogue 'ocântarozangado', no sentido de alertar a opinião pública de algumas atrocidades cometidas numa das zonas mais encantadoras de Portugal!
Com os melhores cumprimentos,
Bruno Guedes Quinhones
Podemos tambem pensar nas inumeras barragens que existem dentro do PNSE...mas parece que não chegam pois creio ser de acordo geral, que quem vive dentro do PNSE considera esta região pouco desenvolvida e económicamente deprimida!Então em que ficamos, as barragens trazem ou não desenvolvimento e crescimento económico para as populações locais?Bom, na minha opinião, as barragens, como muitas outras coisas, podem trazer (e trazem muitas vezes) beneficios para as regiões mas estes são algo limitados. Em minha opinião as duas principais vantagens para as populações locais prendem-se com (i) o aumento das reservas de água (muito importante!) e (ii)com um aproveitamento turistico diferente do até aí existente com a criação de um espelho de água. No entanto, enquanto que a primeira premissa pode ser (quase) sempre justificável, a segunda já pode ter nuances que implicam um reflexão profunda sobre os prós e contras da instalação de tal infraestrutura (a barragem).Por outro lado, apenas a primeira premissa (reserva de água) é passivel de beneficiar toda a população local. A segunda premissa pode beneficiar alguns e prejudicar outros ou pode simplesmente não beneficiar ninguem caso o aproveitamento turistico não seja potenciável.
Ou seja, penso que não é de todo linear que a construção de uma barragem seja sempre um factor determinante, ou até adjuvante, no desenvolvimento económico de uma região. Penso que é inutil visualizar grandes obras publicas como a panaceia para todos os males das populações. A panaceia tem sempre de passar pelas próprias populações e pela maneira como aproveitam as qualidades que já existem nas suas regiões!Sempre foi assim e penso ser a unica forma de promover um crescimento local sem estar permanentemente dependentes do poder central e do dinheiro que há-de vir. Passamos a vida a demonizar o poder central mas ao mesmo tempo colocamos nas suas mãos a responsabilidade de garantir a melhoria do nosso futuro! É um posicionamento que me custa entender e que me parece trazer poucos benificios em particular nos dias de hoje onde a iniciativa privada de pequenas e médias impresas é responsável por parte substancial da economia Portuguesa.
Tendo em conta esta reflexão acho que para comparar Foz Coa com e sem barragem temos que começar por discutir o que poderia ter sido feito em ambos os cenários para potenciar o desenvolvimento local.
Na minha opinião Foz Coa ganhou com a preservação das culturas mas tambem sei que por si só isto não chega. De que adianta ter um tesouro para mostrar se ninguem sabe que o temos. Penso que as gravuras de Foz Coa conferem uma identidade à região que é o que é procurado pelos turistas de toda a parte. Julgo que não vale a pena por não ser possivel competir de igual para igual com destinos tipicos e claramente instalados com referencia existentes noutros países. Veja-se por exemplo o emergente turismo do vinho no Douro com casas de alojamento e refeições pagas a peso de ouro!
O que é preciso é imaginação e empenho, esperar que outros nos façam ter sucesso não está no meu feitio, por isso tenho a opinião que tenho!
Talvez a maior vantagem das barragens seja mes pôr as pessoas a pensar nos beneficios e prejuizos que a instalação ou não de tal estrutura acarreta para a região estimulando assima procura de novas formas de desenvolvimento local.
Abraço
Ora aí está uma opinião muito estimulante de ler, do Sr. Tpais.
Na materia referida no post do Sr. Quinhones respeitante á barragem do Pocinho, apenas um comentário em geito de informação: o facto é que actualmente trabalham nela tantas pessoas como as que trabalham no parque arqueológico;submergiu várias gravuras, já conhecidas pós 25 de Abril e muito antes da sua conclusão.
Nunca percebi, porque não se fazem grandes e rasgadas referências a esse facto.
Mas esta barragem, iniciada nos anos 60/70, estava incluída no plano hidroelectrico e de navagabilidade do Douro á semelhança da Valeira, Bagauste, etc.
Lamentavelmente não foram aproveitadas para irrigação, porque essa necessidade á época não se colocava.
No entanto, assiste-se ao crescente potencial turistico da navegabilidade do Douro agora, que não seria possível se as barragens não tivessem sido construídas no passado.
E por inerência desse fluxo turistico, cruzeiros constantes num corropio de subidas e descidas de endinheirados, o tais que frequentam as casas de turismo e pagam as refeições a peso de ouro, como habilmente referiu.
Muitos dos visitantes do parque arqueológico, são os mesmos que sobem o rio internacional em barcos de grande calado, iates e pequenos veleiros e não se limitam a beber uma cerveja ou duas, antes apreciam o que verdadeiramente é único e regional.
E os postos de trabalho directos e indirectos que essa navegabilidade fixa?
E mesmo sem serem vocacionadas para a irrigação, o desenvolvimento vinhateiro e agrícola, que tal acumular de agua proporcionou á região?
É ver-se toda a envolvente do rio, desde Barca d´Alva até além Régua.
É ver-se toda a envolvente do Pocinho, com surribas recentes, numa aposta ganha de desenvolvimento agrícola.
Grandes empresas?
Também, mas a grande maioria dos produtores de vinho generoso=vinho fino=vinho do Porto, têm em média menos de 10 pipas, isto é ter litragem inferior 7500 kgs; pequenos produtores!
O sustento anual de muitas famílias, humildes, que teimam em transformar de sol a sol a sua terra.
É isto que uma barragem representa para esta região, que não é igual á Serra da Estrela, nem ao Tejo, nem ao Alentejo!
Não tem a ver com pseudo ganhos na construção como anteriormente tive a oportunidade de desmistificar!
Muito menos com o afundar da história, porque umas gravuras não sabem nadar.
E ainda menos com referências a jogadas politicas dos prós e contras, tudo farinha do mesmo saco!
Os dourienses e transmontanos já foram demasiado castigados na sua alma, por gerações de borras-politicos.
Os exemplos do Douro estão á vista!
No rio, no vale da Vilariça e podiam estar no Côa!
Se as barragens do passado mostram agora o seu potencial de desenvolvimento, construam-se as que faltam.
Deixem quem ali vive e apostou nesta região, que possa igualmente pronunciar-se sobre o seu futuro, sem maquinações e coustumeiros adivinhos.
Obg
Tenho andado por fora e por isso só agora respondo.
Volto a dizer que o que pretendi com este post foi uma brincadeira apenas, não tomar uma posição sobre um problema que cria já encerrado. Aproveitei para, quase subliminarmente, deixar no ar a sugestão para uma visita a Foz Côa, incluindo links para o parque arqueológico.
Há muitos exemplos, aqui na raia centro, de barragens que não se traduzem no desenvolvimento dos concelhos. Que não atraem turistas, que não alimentam a agricultura. Para que a barragen de Foz Côa pudesse desempenhar um papel nesse sentido, seria ainda necessário, para além da sua construção, muito esforço, muita imaginação, muito empreendorismo, muita chatice. E as gravuras? Igual. Por si só não resolvem nada, ou quase nada. Para as aproveitar, é preciso esforço, imaginação, empreendorismo e chatices.
Mesmo sem nada disso, as gravuras atraíram um camone que gosta de beber uma mini numa tarde quente (estes camones, só visto! Vejam lá do que eles se lembram! Cerveja numa tarde de Verão!). Se considera que os camones são indesejáveis, ok, percebo o seu ponto de vista. Mas, se quiser atrair outro tipo de visitantes, terá que começar a fazer alguma coisa por isso. E, para isso, parece-me que está muito melhor servido com gravuras, do que com barragem... Será talvez por ser um camone que penso assim? Talvez.
Mais uma vez, caro anónimo, muito obrigado pelas suas intervenções.
Bom fim de semana!
Não estamos certamente a falar da mesma coisa, se continua a querer comparar o incomparável, numa tentativa frustrada de atirar mais um areaozito para o olho dos seus leitores na ansia de querer forçosamente a razão.
Não tem a região em causa nada a ver com o Tejo, com o Alentejo e muito menos com a raia centro!
São realidades diferentes, totalmente diferentes e se as aponta como exemplo, deixe-me que lhe diga, que são muito fracos exemplos para um homem da sua formação.
Esperava melhor, francamente!
Quanto aos camones, o Sr. é que tentou justificar esse gasto como uma potenciação de desenvolvimento económico a seguir.
Repito-lhe, use os seus ensinamentos na sua região e aconselhe os visitantes a comer queijo de Serpa, sempre que visitarem a Serra da Estrela, a beberem vinho de Lagoa e agua do Marão em vez de Pedra de Urso e Glaciar.
Talvez seja por isso, que se vendem aquelas coisas "giras" no barracal da Torre!
Obg.
Caro anónimo, lamento imenso tê-lo desapontado, apesar da relevância que parece atribuir à minha formação.
Olhe, não comparei coisa nenhuma, e não pretenda fazer crer que o fiz. Falei da raia centro apenas para explicar porque é que duvido de que a construção barragem em Foz Côa teria, só por si, levado o concelho pela senda do desenvolvimento. Foi, quando muito, uma extrapolação, não uma comparação. E fiz esta extrapolação, não para o convencer a si, mas para mostrar porque penso como penso. Pensei que tinha sido muito claro.
Mas o caro anónimo acredita mesmo que, porque Foz Côa não é a raia centro, a construção da barragem teria arrancado o concelho das garras do empobrecimento, do envelhecimento, do abandono e da desertificação? Acha mesmo que em Foz Côa, só por se ter construído a barragem, se passariam a fixar famílias de jovens lavradores felizes, produtivos e bem sucedidos?
Acha mesmo que Foz Côa é assim tão diferente de todo o resto do país?
Olhe, numa coisa acredito que Foz Côa e a raia centro são zonas muito parecidas: o seu desenvolvimento não virá às costas de um grande e único investimento público, seja em barragens, seja em gravuras, seja no que for. Tem que ser construído pelos locais, sem passes de magia demagógica e eleitoralista. Com esforço, imaginação, empreendorismo e muitas chatices. Continuo a achar que Foz Côa tem condições ímpares para começar esse esforço, exactamente porque não se afundaram as gravuras.
Mas isto sou só eu a falar. E que sei eu?
Boa semana.
Pois ljma, felizmente que isto não passa de uma simples conversa.
Felizmente, que algumas albufeiras nessa região vão ser edificadas.
Felizmente, que se está a dar continuidade aos projectos hidricos e agrícolas protagonizados pelo Eng. Camilo de Mendonça.
Felizmente, que irão arrancar uma série de vias de comunicação e investimento publico.
Felizmente, que já com frequência aparece procura de terrenos agrícolas por parte de jovens agricultores individuais e em família.
Felizmente, que os incêndios descresceram.
Muito feliz particularmente fico em não comungar das suas opiniões pois continuo a achar, que VNFCôa não tem nada a ver com a raia centro, para além de pertencer ao mesmo distrito.
Seria a Covilhã o que é hoje sem um Hospital como teve e agora tem?
Sem Faculdades?
Sem CP sem A25?
É ou não é o investimento publico uma grande alavanca para o desenvolvimento local?
Ou posso pelas suas palavras depreender, que as Faculdades da Covilhã deveriam ter sido feitas na Marinha Grande e o novo Hospital talvez em Anadia, ou ainda melhor nem sequer terem sido construídos?
Não tivessem existido esses enormes investimentos publicos e a Covilhã, após as falências consecutivas das fábricas de iniciativa privada, seria hoje como a cidade de Vila Nova de Foz Côa.
Não me parece que os habitantes de VNFCôa, mereçam ser parentes pobres dos habitantes da Covilhã nem com menores capacidades.
Não acha que o nosso povo é todo igual? Ou haverá uns mais iguais do que outros?
Obg.
Anónimo, poderia respoder, como o Anónimo fez (quando eu disse que há barragens aqui na raia centro que não se traduzem em desenvolvimento nenhum), que comparar uma barragem com a Universidade da Beira Interior é comparar coisas incomparáveis. Mas não me fico por aqui, como o Anónimo fez; pretendo explicar-lhe porque é que acho que a sua comparação não faz sentido.
A Universidade da Beira Interior (UBI) não foi uma decisão simples de Lisboa cuja construção e exploração foram entregues a empresas nacionais, com pouca ou nenhuma intervenção de actores locais. Ela resultou de um processo que foi sendo amadurecido ao longo de dezenas de anos e que começou com a reforma de Veiga Simão, ainda antes do 25 de Abril de 1974. Antes da UBI, houve o Instituto Politécnico da Beira Interior, a que se seguiu o Instituto Universitário da Beira Interior. De certa forma, a UBI foi-se pouco a pouco afirmando, passando nalguns testes, falhando noutros, como universidade graças aos esforços de pessoas que moravam e investiram pessoalmente na região. Ou seja, foi uma aposta do estado, claro, mas foi conduzido, aproveitado e potenciado, desde o início, por esforços locais. E este processo não parou ainda. Continua todos os dias, em cada aula dada e em cada artigo científico publicado por docentes da Universidade, em cada convénio de colaboração que estabelecem com outras instituições, nacionais e estrangeiras.
A Faculdade de Medicina não foi uma prenda que o estado ofereceu à Covilhã. Foi preciso muito esforço, muito empreededorismo e muita (muita, mesmo!) chatice para mostrarmos ao governo que a UBI (não a Covilhã, que as faculdades pertencem a universidades, não a cidades) tinha capacidade organizativa e *científica* para fazer funcionar uma tal faculdade. E sabe que mais? A coisa tem funcionado tão bem que os métodos de ensino de medicina que adoptamos estão também a ser aproveitados noutras instituições mais antigas, aqui e no estrangeiro.
Por fim, da existência da Universidade resultam várias centenas (senão alguns milhares) de empregos directos e outros tantos (pelo menos) empregos indirectos. A "sua" barragem teria gerado zero empregos directos e vá-se lá saber quantos indirectos (o Anónimo acha que seriam muitos os agricultores que aproveitariam o regadio; eu não sei, mas duvido da sua optimista visão).
Não, caro anónimo. A Universidade, tanto pela forma como foi aparecendo, como pelos seus efeitos económicos e sociais, não tem nada, mas nada que ver com uma barragem.
Parece-me até que o investimento nas gravuras e no museu tem muito mais semelhanças (numa escala diferente, bem entendido) com a aposta na UBI que referiu do que a construção da barragem. Saibam os habitantes de Foz Côa (e os que eles conseguirem atrair) aproveitar e potenciar bem as gravuras e o museu! Continuo a achar que são mais aproveitáveis do que a barragem.
Saudações!
Boa tarde.
Claro, que uma Universidade nada tem a ver com uma barragem como VNFCôa nada tem a ver com a Covilhã + com a raia centro.
Mas acredita mesmo, que esse enorme investimento publico teria outra menor dimensão cientifica se fosse construído na Guarda?
Ou até acredita, que foi para a Covilhã pelos simples factos históricos antes 25/Abril?
Presunção e agua benta cada um toma a que quer....
Aliás no seu texto refere " Ou seja, foi uma aposta do estado, claro..."
Bem aproveitada sim, concordo, mas isso por muito mérito que haja dos locais, não deixa de ser uma aposta politica de enorme investimento publico!
Está a resultar porque existe empenho dos politicos, dos docentes, dos alunos e da cidade!
Mas até poderia não ter resultado nada ou pelo menos com esse reconhecimento que refere e nem por isso, existiram dúvidas na potenciação desse enorme investimento.
Para finalizar esta pequena conversa(estou de saída para férias) por acaso tem ideia quantos empregos directos e indirectos dependem actualmente das barragens do Douro iniciadas antes do 25/Abril e que afundaram gravuras de que ninguém fala?
Certamente não tem essa noção se ateima, que 20 empregos no parque arqueológico, são facto de realce e digno de figurar na história local!
Ter a UBI inicial e Medicina é melhor não é?
Então porque carga de água é que VNFCôa não pode ter barragem e gravuras?
Os méritos, que eu saiba, só depois se avaliam, como aliás acontece por aí ou alguns são dignos de créditos antecipados e os outros a "desgraça" do costume?
E não venha com passagens de bola, porque comparar o incomparável foi o seu inicio de "conversa"!
Obg.
Disse o caro Anónimo:
"Ter a UBI inicial e Medicina é melhor não é?
Então porque carga de água é que VNFCôa não pode ter barragem e gravuras?"
Desculpe, mas não estou mesmo a perceber.
Boas férias!
Ok.
Então se não percebe, fica para outra vez.
Explicações só depois das férias; até lá, faça uns trabalhos de casa para se preparar melhor:
http://www.ci.uc.pt/fozcoa/arqmai95.html
e tire as suas conclusões, volvidos que são 11 anos pelo menos.
Dê mais uma vista de olhos:
http://www.nordeste-digital.com/guias/arribas/arribas-do-douro/frset-index.html
www.douro.iptm.pt/PT/navegacao/mapa.pdf
www.ordemengenheiros.pt/LinkClick.aspx?link...cao.pdf&mid=7671
Por último um pequeno relatório de 2006:
www.emam.mdn.gov.pt/Contributo%205.pdf
Tem razão, as barragens não criam postos de trabalho; no Douro, isso fica remetido ao PAVC......
Até.
Enviar um comentário