A não perder mais um artigo do Cova Juliana sobre o Covão d'Ametade, onde uns entusiastas motorizados fizeram este fim de semana um ensaio geral da barbárie que se prepara para 15, 16 e 17 de Fevereiro: a autointitulada 1ª Concentração Invernal de motoqueiros "Eskimos 2008".
Estes simpáticos e civilizados convívios de sossegados amantes de piões, cavalinhos e derrapagens, sempre muito cuidadosos com a limpeza dos locais onde se reúnem, respeitadores dos demais, que podem não partilhar (ele há gente estranha!) dos seus delírios com os estouros dos escapes, são sempre de encorajar. E, no coração do Parque Natural da Serra da Estrela, que mais se pode pedir? Venham, venham! Com o apoio da Câmara Municipal de Manteigas!
No site do Moto Clube do Barreiro pude apurar mais algumas informações. Por exemplo, que vão estar disponíveis no local "duches quentes", um refeitório e "toneladas de lenha para alimentar as fogueiras". Mas o convívio pretende exaltar "O verdadeiro espírito Motociclista de confraternização aliado às condições mais adversas de viagem e acampamento". As condições mais adversas, pois, pois. Na linha do já tradicional acampamento dos militares, que vêm para o Covão d'Ametade equipados com tendas com aquecimento central, não vão os bravos constipar-se...
Ai, ai... Serra da Estrela: uma montanha cada vez mais rasca está a nascer aqui.
No seu artigo, o Cova Juliana menciona uns turistas estrangeiros que estranharam com desagrado a invasão do espaço onde esperavam encontrar sossego e paz por esta turba barulhenta dos motoqueiros. Eles que se habituem. Na Serra da Estrela somos todos iguais, mas uns são mais iguais que outros.
32 comentários:
Eu proponho que se contactem os maiores especialistas nacionais em direito (na vertente da "legislação ambiental") e se avalie da real possibilidade de processar o Estado português (em particular o Ministério do Ambiente e o ICNB) por "incumprimento" das responsabilidades (perante as leis e Constituição da República) na conservação da natureza.
Já é altura de se pensar a sério numa medida de grande alcance.
Enquanto vamos a tempo de salvar o que ainda pode ser salvo...
é impressionante, lastimável e negligente a maneira como as entidades competentes fecham os olhos a situações tão calamitosas quanto esta...
processar? concerteza, 90% deveriam ser processados, mas ambos sabemos que são conceitos utópicos.
Não entendo como é que alguém no seu perfeito juízo organiza um evento desta estirpe num parque natural.
Já estou mesmo a ver as garrafas a voarem para dentro das fogueiras, milhares de pedaços de vidro no chão, milhares de pontas de cigarro, e os famosos 'rateres' [não sei se se escreve assim] a perturbar a fauna e a flora, já para não falar do resto.
E sim, nem todos são iguais mas é isto que acontece.
Ao ler este post publicado no blog Cântaro Zangado com o título “Algarvear a Serra da Estrela não obrigado” como cidadão e motociclista cumpridor dos meus deveres não posso nem devo ficar calado de tal maneira fiquei indignado.
O autor deste blog deve ter algum preconceito contra os motociclistas pois trata-os como verdadeiros bandidos que por onde passam destroem tudo. Não posso nem quero afirmar que todos os motociclistas que se desloquem á Serra da Estrela (Património de todos nós e não só de alguns) sejam “santos” mas o generalizar está errado pois todos nós já vimos “ambientalistas” (presumo que seja o caso do autor do Blog) a portarem-se como verdadeiros selvagens e nunca me ouvirão dizer a mesma coisa sobre todos os defensores do ambiente que este pseudo ambientalista afirmou sobre todos os motards .
Naquilo que li no Blog nunca o vi ter a mesma posição antes sobre montadas que se fazem aos javalis na Serra passeios de Jipes e mesmo o que dizer sobre a selvajaria que è a subida a Torre na Volta a Portugal em Bicicleta com carros a parar em todo lado lixo acumulado estradas e rochas pintadas e os mesmos acampamentos e fogueiras que tanto critica aos motociclistas (pelo menos não o vi atacar antes da Volta se realizar só depois quando é impossível de esconder os maus tratos causado á Serra).
Para não falar nas romarias semanais de carros e autocarros cheios de turistas que devem deixar marcas à nossa amada Serra (será que o autor do blog não os quer lá?).
As preocupações com o ambiente são legitimas mas caso desconheça cada vez mais os motociclos são veículos amigos basta para isso imaginar o que seria se nas nossas cidades mais gente se deslocasse em motos a quantidade de carros que deixariam de circular e o beneficio que traria para o ambiente de todos nós.
Motardesintra, boa tarde!
Não tenho boa nem má opinião sobre os motards. Recuso-me a avaliar as pessoas pelo(s) grupo(s) com que se identificam. Dou-me bem com alguns motards, mal com outros. Não percebo a mistíca do motard, como não percebo nenhuma mística grupal, nem sequer a dos montanhistas (actividade a que me dedico com alguma regularidade). Mas não tenho que perceber, basta-me aceitar-me como sou e reconhecer que há coisas que não são para mim. Não é por causa das motas, é por causa dessa (para mim) exacerbação gregária, dessa tão forte identificação de grupo. E chateiam-me os rituais, parece-me coisas de miúdos. Os dos motards e os da maçonaria, dos escoteiros, dos militares, dos montanhistas. Se calhar sou doentiamente individualista. Mas tudo bem, já aceitei que os outros não são como eu, nem têm que ser.
Não tenho preconceitos contra motards, tenho opiniões (negativas) sobre o barulho (entre música e motores) que fazem nos vossos encontros e sobre o estado em que os espaços onde decorrem ficam depois de os abandonarem. Serão só alguns, que os restantes são todos "santos" (para usar a sua expressão), mas esses alguns chegam e sobram para eu ser da opinião que o vosso encontro não se devia realizar no Covão d'Ametade.
A serra da Estrela é património de todos, pois claro. Por isso mesmo, nada, mas mesmo nada, tenho contra o caro motardesintra pegar na sua mota e nalguns amigos, meter na bagagem uma tenda, um saco cama e algo para trincar e vir cá acima passar o fim de semana. Acho muitíssimo bem, e gostaria de ouvir depois as histórias que tiver para contar. O que sou é contra o circo que se está a anunciar, com refeitório aquecido, duches quentes e "toneladas de lenha". Isso não se faz sem impactos. E, se é para isso, porque não fazê-lo em qualquer outro sítio, menos sensível? É que "condições agrestes" como essas, não precisa vir procurá-las na Serra da Estrela, pode encontrá-las em qualquer lugar.
O caro motardesintra tem todo o direito à indignação. Mas, repare, o amigo indignou-se com a minha opinião. Eu indignei-me (e foi exercendo o meu direito a tal que escrevi o meu post) não com o que os motards pensam, dizem ou escrevem, mas sim com o que planeiam fazer num local emblemático do Parque Natural da Serra da Estrela. Convenha que há aqui uma diferença. É que, ao fim ao cabo, você está, aparentemente, a indignar-se com o meu exercício do direito de opinião...
Sobre as tomadas de posição do Cântaro Zangado, compreendo que não saiba quase nada, nem tem que saber. Parece ter lido o suficiente para me classificar primeiro como ambientalista, depois como pseudo-ambientalista, mas parecem ter-lhe escapado os posts em que falamos (eu e o meu colega TPais) de caça, da Volta a Portugal em Bicicleta, dos passeios de jipes, das estradas e das romarias rodoviárias, etc, etc, etc. Mas tudo bem, o Cântaro Zangado é só um blog, não pretende ser o novíssimo testamento.
Saudações cordiais! (A sério! ;)
Meu caro amigo é claro que você tem todo o direito á sua opinião e ao exercício do direito da mesma mas ela esbarra quando você GENERALIZA ofendendo com ela pessoas que nada tem a ver com o que diz no post e que tem todo o direito de realizarem um convívio na Serra da Estrela desde que devidamente autorizados ainda que vá contra a opinião de alguns como deve ser o seu caso .
Ao falar dos encontros motards como: “amantes de piões, cavalinhos e derrapagens, dos seus delírios com os estouros dos escapes “ o que vindo de alguém que não gosta “da exacerbação gregária, dessa tão forte identificação de grupo Não percebe a mistíca do motard, como não percebe nenhuma mística grupal” e se acha “individualista” tudo palavras suas convenhamos é muito estranho.
Caro amigo também eu não gosto de quem faz raters nunca fiz um cavalinho ou pião e como eu de certeza seremos muitos.
O circo que fala com refeitório aquecido, duches quentes não vislumbro aonde esta o mal pior seria não existir um local aonde as pessoas comessem sem o mínimo de condições e não tomassem banho após uma longa viagem as "toneladas de lenha" concerteza que existe algum exagero nestas palavras.
Não conheço a organização do encontro mas de certeza que terão previsto a limpeza do local como alias e um hábito geral Obrigatório a todos os grupos que organizam concentrações e caso não aconteça ai sim o Sr. tem todo direito a reclamar e ate o dever de informar a Federação Nacional de Motociclismo.
Com isto dou como terminado este meu “direito á indignação”pois não pretendo nem sou de polémicas com ninguém.
Saudações motards.
Não sei em que utopia vive.
O que eu sei é que, generalizando, as repercussões que se verificam são das atitudes de um grupo.
Essas, repercutem-se em sujidade e centenas de pontas de cigarros, verdade ou mentira?
Que vossa excelência seja isto ou aquilo não interessa rigorosamente nada, pois não é o único a participar em qualquer evento, certo?
Ou, é capaz de me garantir que os outros não poluem, não atiram as pontas de cigarro para o chão?
... Claro que não garante.
Ou, aliás, fuma?
E, se sim, atira as pontas de cigarro para o chão?
Ou acha que isso é o menos?
Que é 'apenas uma ponta de cigarro'?
A problemática que se prende com esta questão é exactamente ser um grupo e não um individuo que, como o senhor, diga que não tem determinado comportamento... estou a fazer-me entender?
Ou não quer entender a situação e apenas encara os comentários como preconceituosos?
E com o 'saudações motards' não espere ser levado muito a sério.
Atentamente
"saudações espaciais"
E mais digo: "Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado."
Subscrevo.
Motardesintra, também não gosto de polémicas, mas gosto de discussões civilizadas. Oiça, se o ofendi pessoalmente quando falei dos sossegados amantes de cavalinhos, perdoe-me. Não era essa a minha intenção. Mas a verdade é que não é a primeira vez que me encontro na vizinhança de um encontro de motards, e sei do que falo quando falo de raters, de cavalinhos, de piões, do cheiro dos pneus queimados no asfalto, de música em altos berros, de porcaria por todo o lado, de manobras perigosas na via pública. Diz-me que esses são só alguns. Muito bem, mas eu digo e repito que, por causa dessa minoria que frequenta os vossos convívios e que gera a imagem pública que eles têm, esses encontros não se deveriam realizar no interior (e bem no interior) de uma área protegida como o é o Parque Natural da Serra da Estrela.
Reconheço que posso ter sido ofensivo com o post que redigi. E peço desculpas. Mas compreenda que é difícil resistir a explorar o ridículo de que os organizadores se cobriram, quando falaram das "condições mais adversas" disponibilizando ao mesmo tempo os luxos dos duches quentes e do espaço de convívio/bar/refeitório aquecido. É claro que as toneladas de lenha foram um exagero, mas o facto de terem sentido a necessidade de exagerar diz muito dos organizadores e das pessoas a quem se dirigem. Desculpe lá, mas agora a sério: condições menos adversas do que isto é quê? Room Service? Já agora... E olhe, quanto à necessidade de duches quentes, já cheguei ao Covão d'Ametade caminhando desde a Covilhã, carregando às costas tudo o que necessitava para o fim de semana, incluindo cordas e quinquilharia diversa de escalada. Sei o que é chegar suado ao Covão d'Ametade. Mesmo assim, a possibilidade de duches quentes (com tudo o que isso acarreta de instalações, maquinaria para o aquecimento, fornecimento de combustível e tudo o mais) é, para mim, um pesadelo. E quero notar que há a possibilidade de se tomarem duches quentes, desde que se fique hospedado em diversas pensões, estalagens e hotéis das redondezas, em Manteigas e nas Penhas da Saúde. Claro que não é bem o mesmo, mas o que vão ter com todos os luxos que vos oferecem os organizadores também não é bem, bem, o mesmo, pois não?
Enfim, olhe: se para si e muitos mais, estes luxos fazem sentido no Covão d'Ametade, isso é sinal de que sou eu que já não entendo nada. O Covão d'Ametade já não é para os que, como eu, procuram um contacto simples, íntimo e exigente com a natureza. É para outros, que querem "animação, muita animação", condições agrestes (mas confortáveis), música ambiente, convívio e tudo isso que considerará indispensável ou, pelo menos, razoável. Ah, sou eu que estou a mais na Serra. São os montanheiros que estão a mais nas montanhas. Perdoe este velhote seco e amargo, "zangado com todos", como diz. Faça o favor, sirva-se. E seja feliz. No Covão d'Ametade, como em Faro ou em qualquer outra concentração de motards. Acho que é isso. Eu é que ainda não percebi nada. Mas já não vou a tempo.
Saudações cordiais.
"Enfim, olhe: se para si e muitos mais, estes luxos fazem sentido no Covão d'Ametade, isso é sinal de que sou eu que já não entendo nada. O Covão d'Ametade já não é para os que, como eu, procuram um contacto simples, íntimo e exigente com a natureza. É para outros, que querem "animação, muita animação","
Eu cá acho que para determinados locais deveria existir cartões de acesso, de modo a rastrear os visitantes.
Para bom entendedor meia palavra basta.
Errar é Humano Perdoar Também
Ao publicar este ultimo post com o titulo DIREITO À INDIGNAÇÃO fi-lo porque estava realmente zangado com o autor do Blog Cântaro Zangado pelo que tinha publicado a meu ver ofensivo contra os motociclistas .
Acontece que o autor do blog já se retratou reconhecendo que o post era ofensivo para os motociclistas chegando mesmo a pedir desculpas pelo facto. O MOTARDESINTRA nunca se calará quando achar que estão a cometer injustiças mas não existe para alimentar polémicas portanto ponhamos ponto final nesta historia .
Cabe-nos a todos nos motociclistas mostrar em cada evento que vamos que estas vozes que aqui e ali se levantam contra nós não tem a mínima razão de ser assim como cabe a quem não nos entende o esforço de ver mais alem e que atrás de cada motard existe um cidadão perfeitamente normal .
Saudações Motards
"lol."
rest my case.
motardesintra, nunca me passou pela cabeça que os motards não fossem cidadãos normais. Imagino que, como em tudo, haja cidadãos mais ou menos exemplares, entre os motards, como entre montanhistas.
Para ver se me faço entender melhor, deixe-me contar-lhe uma história. Na Primavera do ano passado, já não sei quem promoveu um concerto do Sting na Sierra de Gredos (aqui mesmo ao lado da Estrela, em Espanha). O concerto teria lugar dentro do Parque Natural Regional de Gredos, num sítio bonito, ambientalmente sensível, mas ao qual se chegava facilmente de carro (como o Covão d'Ametade). Montanheiros e ambientalistas opuseram-se ao evento, não porque não gostassem do Sting ou dos seus fans, mas sim porque consideravam que o barulho e a multidão não eram compatíveis com a conservação do local. Eu assinei um abaixo assinado contra a realização do evento. E agrada-me a música do Sting, e simpatizo com ele como figura pública. Tendo conhecimento deste movimento, o Sting entrou em contacto com os promotores do concerto e ele acabou por ter lugar, sim, mas noutro sítio, menos emblemático, mais afastado do coração da Serra, mais próximo de uma povoação. Todos ficaram felizes, os que gostavam do Sting sem gostarem da Sierra, os que gostavam da Sierra sem gostarem do Sting, os que gostavam da Sierra e do Sting.
Voltemos ao nosso diferendo. Nada tenho contra os motards como grupo, nem contra as suas concentrações. Aliás, creio que teríamos este diferendo mesmo que eu próprio fosse motociclista. Mas considero que o local específico que os organizadores do Eskimos 2008 escolheram não é compatível com a realização de uma concentração como a que está planeada, em particular quando se prevê a instalação de uma tenda gigante aquecida e de duches quentes. Acho que deveriam considerar a possibilidade de realizarem o encontro noutros locais. Por exemplo, nos parques de campismo do Pião (Covilhã) do Sameiro (Manteigas) ou até o do Vale do Rossim (está fechado no Inverno, mas talvez a organização conseguisse negociar a sua abertura com os proprietários). Estes locais, ao menos, já têm infraestruturas minímas, incluindo duches quentes e esgotos.
Lamento, mas nisto continuamos em desacordo.
Paciência, nem sempre se chega a consenso. O que não significa que não valha a pena, mesmo assim, discutir as coisas. Já que mais não seja, para nos irmos habituando (uns e outros) à relatividade dos discursos e dos pontos de vista.
Saudações sinceras. Passem um bom fim de semana no Covão d'Ametade.
Concordo que se faça a concentração na serra.Deuses da serra ja há muitos!!!Se quiserem começem por outras coisas pelos esgotos abertos ao ceu 30 x pior e voçes fizeram alguma coisa???Se pensarem em desenvolver a serra é que seria esta um autentico degredo,nimguem constroi hoteis,melhora as estradas,nimguem faz nada por ela."Pensar incomodar a fauna e a flora" há la muita tambem deves por mozart pas plantas em casa de certeza.
Para terminar lutem é para terem as coisa que voçes querem.Que são uns trilhos pedestres sinalizados.Mostrem trabalho falam tanto tanto.É so paleio!!
Eu ja utilizei o meu suor para fazer um trilho para andarmos de bicicleta devidamente sinalizado com qualidade.Se utilizares o caminho não vou dizer que por la passares a pe que me removes a terra do caminho, que desvias uma pedra que ta no caminho, que incomodas isto e nao sei mais o que.Utilizem o pouco que ha para o que voçes gostarem mais agora saibam utilizar a serra.Ela é de todos.
Deuses e parlapies ha muitos.Ja basta os que ja ha
Não percebi patavina disto. Deuses? Mozart? Degredo? Suor?
Sobre os esgotos a céu aberto, se a situação é do conhecimento público é graças a estes que o anónimo acha que "falam tanto", mais concretamente ao Cova_Juliana do Estrela no seu melhor (que também foi quem primeiro se manifestou contra a concentração Eskimos 2008). E quem tem pressionado as autoridades a fazerem alguma coisa quanto à situação tem sido a Plataforma pelo Desenvolvimento Sustentável na Serra da Estrela, que ajudei a criar, à qual pertence ainda (e muito activo) o meu comparsa TPais e o próprio Cova_Juliana. E o anónimo, o que é que já fez acerca do problema dos esgotos? E acerca dos restantes problemas da serra da Estela, que mostra conhecer tão profundamente e tanto o preocupam?
Por fim, se "Deuses e parlapies ha muitos.Ja basta os que ja ha", por favor, caro anónimo, dispense-nos dos seus.
José Amoreira
se escrevesse correctamente era mais plausivel as asneiras que diz.
eu, por exemplo, sou guia turística e intérprete e já publiquei um guia do PNSE.
É motard, vossa excelência?
A sua opinião é nula.
Saudinha.
So tenho a dizer que gostava de ver isto com outra vida.Não chega aos calcanhares das estancias de la fora.Não ha casas,não ha hoteis não investimentos por causa dos Deuses e das politicas. Por este pais viver de politicas esta como esta. Se amanha quiser fazer um hotel na serra o deus da Serra nao deixa ou vem logo pedir 40% do lucro.
Ja que tudo é especialista neste site pergunto então porque não ha mais 4 ou 5 hoteis na serra,porque não ha mais casas tipo apartamentos na torre é o que se ve la por fora
Talvez porque ainda há algum discernimento de tentar manter a Natureza natural.
Talvez porque os habitantes locais tentem opor-se a ideais de transformar o PNSE em periferias e casas-cogumelo.
Talvez porque ainda há algum bom senso.
Talvez...
Talvez nunca vá perceber, pois provavelmente nem é da zona.
Que se ganha com isso nada depois vem a dizer que não ha dinheiro no centro, que é um atrasso.Sem evolução não ha nada.A zona da torre tem uma natureza que é uma coisa doida estarem la casas, hoteis e comercio faria uma diferença enorme ate parece!Ora parece a idade da pedra ora idade do gelo.Natureza é do centro de limpeza para o lado de manteigas é onde ha umas arvores e tal.
E muito é o deus da serra que ai tem 2 hoteis e é so para ele porque sem quem investia ai uns milhões de euros para construir um hotel ou recuperar algo e nada.Axo que perde toda gente com isso o dinheiro e dessenvolvimento vão para outros lugares depois "ah e tal aquilo é a pobreza para aqueles lados"
Acha então, caro anónimo, que a Serra tem estado demasiado protegida, é? É que diz que ela está como está por causa "destas políticas". Suponho que se refere às do Cântaro Zangado?! E os outros problemas que não explicita mas que sugere que existem, também? OK, é um ponto de vista. Quanto a mim, gravemente desfocado, devo dizer.
Vamos ver um exemplo dos hoteis que não se constroem: o previsto para a ruina do sanatório dos ferroviários. Pesquise um pouco e verá que a protecção do ambiente não tem nada, mas nada que ver com o estado de abandono em que aquilo está. Outro exemplo? Os bairros de lata das Penhas da Saúde. Leia, informe-se, e verá que aquilo não tem nada que ver com a acçaão dos ambientalistas. Masi exemplos? Há trinta zonas de caça *legal* no interior do Parque Natural da Serra da Estrela. Graças aos ambientalistas? Há estradas nacionais em número muito maior do que o considerado desejável pelos ambientalistas e estão mais planeadas. É também culpa dos ambientalistas? Caramba, amigo! Diga-me lá ao certo onde é que nota a influência dos ambientalistas na Serra da Estrela, para além da existência formal (e pouco mais do que isso) desse organismo que dá pelo nome de Parque Natural da Serra da Estrela? NÃO: a serra da Estrela está como está, também acho que está mal, mas isso não se deve aos ambientalistas. Parece-me que se deve muito mais aos que criticam os ambientalistas e que defendem os modelos de desenvolvimento que o amigo refere (construções, "melhoramentos", requalificações, artificialização e urbanização generalizada).
Claro que pode achar que a protecção da natureza é uma chachada que não interessa a ninguém. Isso é lá consigo. Mas não passa do seu ponto de vista.
E onde é que "lá fora" encontra isso dos hoteis e das estradas melhoradas no interior, de áreas protegidas? É que, sabe (concerteza sabe, pois que fala nisso), "lá fora" também há áreas protegidas.
Não temos que ser especialistas. Mas convém saber do que se fala. Sobretudo quando se "entra" como o caro anónimo "entrou".
E olhe, não percebo porque é que defende este encontro Eskimos 2008. Pelas opiniões que aqui tem deixado, suspeito que não vai achar o local nada de especial (não tem hoteis nem boas estradas, nem nada disso que diz que se vê "lá fora"). Não, acho que não vai gostar da experiência...
pelo menos tem os chales de jeito pa dormir.Logo se ve! voçes é um blog de coisas mais a frente ja estou a ver.Eu dou o meu ponto de vista agora e um exemplo real.Eu vou ao bussaco e tenho la um hotel 5 estrelas fantastico no meio da natureza e para alem de ser toda a serra ser mais recheada de natureza do que qualquer lugar da serra da estrela.E ate agora não vi nimguem a morrer por causa disso!Estão la as arvores maiores que temos no pais! 12 homens de mao dada para dar a volta ao tronco.Agora na serra sinto falta de mais porque ha milhares de turistas e ha neve no inverno axo que era de aproveitar.
"Que se ganha com isso nada depois vem a dizer que não ha dinheiro no centro, que é um atrasso."
É verdade! Nunca tinhamos pensado nisso! O Eskimos 2008 é *fundamental* para trazer dinheiro à região, para desenvolver o tecido social, para evitar o abandono territorial, para renovar! Caramba! E a gente aqui, que tem apostado apenas na protecção da natureza (e por isso é que a serra está como está)... Até que enfim que nos trazem a solução!
Amigos motociclistas, não sei se percebem que este anónimo está a negar completamente a linha de entendimento que tinhamos há tempos, mais ou menos, estabelecido. Ele entende que a conservação da natureza é um empecilho ao desenvolvimento, e que por isso mesmo, este encontro deve ser permitido.
Eu pensava que a opinião daqueles com quem conversei é que a natureza é uma coisa boa, é por a serra ser um estrondo que vocês cá querem vir, no maior respeito pelo meio ambiente. Revêm-se nas posições que este anónimo tem assumido?
PS. Sobre o Buçaco, duas perguntas: se há menos árvores na Estrela do que no Buçaco, acha que isso também é culpa dos ambientalistas? Se há mais árvores no Buçaco do que na Estrela, acha que é graças ao hotel de cinco estrela que lá está instalado? Mas veja este artigo aqui do Cântaro. Verá que a protecção da natureza é na mata do Buçaco história antiga. E, noutros tempos, era assunto muito, muito mais sério do que o que hoje se pratica na Estrela. Talvez fosse mesmo incompatível com a realização de concentrações recreativas como a Eskimos 2008, se as houvesse na altura. Mais uma coisa, ainda sobre árvores. Procure aqui no Cântaro Zangado os artigos com a etiqueta "Milhões de carvalhos" (veja na barra lateral à direita); é para ver outro exemplo do pouco que nós, que só falamos, fazemos pela serra. E volto a perguntar-lhe, caro anónimo: e você, que tão pouco fala, que tanto é que já fez?
PS2: Então caro anónimo, na sua participação no Eskimos2008, vai dormir aos chalés, é? Acho muito bem. Só tenho pena que os restantes participantes não façam o mesmo e que, em vez disso, para tornar suportáveis as condições tão "adversas", considerem razoável a instalação de duches quentes e tendas gigantes para servirem de refeitório.
PS3: O que é um blog de coisas mais a frente?
Só mais uns pormenores: na mata do Buçaco paga-se para entrar, durante o Verão; a mata do Buçaco é minúscula (quando comparada com o Parque Natural da Serra da Estrela), atravessa-se a pé em vinte minutos; a Mata do Buçaco está toda murada; a Mata do Buçaco está integralmente rodeada de uma enorme extensão de eucaliptal (toda a serra do Caramulo).
Caro anónimo: a mata do Buçaco é, quando comparada com a Serra da Estrela, um jardinzinho. Um jardinzinho muito, muito bonito, não digo que não. Mas apenas isso.
Um novo erro sistemático (à medida que vou envelhecendo, vão aparecendo cada vez mais): Buçaco.
"O menino José Amoreira é burro e vai ser castigado: vai levar cinco reguadas por cada vez que escreveu Buçaco em vez de Bussaco." (Foi assim que aprendi a ortografia. Levei algumas reguadas. Pelos vistos não foram as suficientes.)
Bussaco, Bussaco, Bussaco, Bussaco....
ljma, e tu continuas a dar-lhes conversa, tens uma paciência de santo/a!
eu cá dou por finda a minha participação nesta discussão...
é uma perda de tempo... para falar para paredes falo em casa.
na volta, até estamos a responder a pessoas que nem separação do lixo fazem..
adeus e obrigada por continuar a defender o que a RTSE tem de melhor.
atentamente
ana
Ana,
é em parte para dar (e receber) conversa que mantemos o Cântaro Zangado. Mesmo quando a discussão fica mais acalorada e me enervo, acho que vale a pena discutir.
Às vezes tenho a impressão que quem está do outro lado não quer, verdadeiramente, discutir, mas apenas mandar umas atoardas para o ar, daquelas que nos acostumámos a ouvir de "pessoas importantes" (que a protecção ambiental é a causa do estado do país, que os ambientalistas não fazem nem deixam fazer, que são necessárias grandes obras [ainda mais] para trazer o desenvolvimento, etc, etc, etc). Mas não quero correr o risco de acabar a conversar apenas com os que pensam como eu.
Obrigado pelas palavras tão simpáticas, vai aparecendo!
Ora viva a todos.
Queria dar os meus parabens ao autor do blog, pois eu próprio adoro Natureza e denoto pelo seu post e respostas que pura e simplesmente quer defender aquilo que lhe deverá ser querido, e que tanto de paz e sossego nos pode proporcionar a todos.
Devo dizer que tenho moto desde sensivelmente 10 anitos. Já cobri nesses anos mais de 200.000 km's. Alguns por sitios lindissimos, em Portugal e fora. Já vi todo o tipo de organizações e mentalidades que rodeiam locais identicos e de grande valor ambiental como o Covão d'Ametade.
Gosto muitissimo pouco de multidões, e não tenho gosto pessoal por comparecer a concentrações motociclisticas. No entanto às vezes participo em algumas devido a amigos motociclistas e pelo convivio social com estes.
Claro que o poderíamos fazer (e fazemos em alguns locais que nos são queridos) sem nos associarmos a eventos destes, mas nem todos os gostos são os mesmos e de vez enquando para gozar a boa companhia de quem me é chegado alinho e "suporto" rateres, burnout's, etc,etc... de todos os outros exemplares da nossa espécie que visitam momentaneamente esses locais.
Nestes 10 anos já passei por diversas fases, e situações dramáticas, amigos que já não estão connosco, enfim. Histórias idênticas a muitas outras, mas que no entanto me permitem com alguma seriedade e certeza dizer-vos que devemos encarar estas situações com compreensão, equilibrio, racionalidade e se possivel participação para que se tente encontrar um equilibrio para a maioria das vontades.
Tenho visto/conhecido muita gente de vários estratos sociais, várias idades, etc... tomar posições e atitudes completamente desrespeitadoras pelos outros, e pelo Mundo que é de todos.
Neste contexto, falar-se de motards é totalmente indiferente. Tenho visto especimes perfeitamente execráveis tanto de moto, como montados em quaisquer outros veiculos...
Pessoalmente vou-me deslocar ao Covão pela 1ª vez devido a esta concentração. Também devido à mesma já visualizei fotografias do local pela www, LINDISSIMO. Conheço bem a zona onde o Zêzere acaba, e estou particularmente expectante por conhecer onde nasce.
Ainda sem ter visto o Covão "inloco" é mais que certo que irei passar por lá no futuro para conhecer a paz que tal sitio parece suscitar, e que um evento destes concerteza me impedirá de sentir. Acredito sinceramente que é de tal paz e sossego que se fala aqui e que o amigo autor deste blog refere.
Desgosta-me imaginar que o que se fizer em tal local não se faça com respeito pelo mesmo e que não o deixem exactamente como o encontraram. No meu caso, ficarei numa casa perto de Manteigas, e deslocarme-ei ao Covão para me encontrar com alguns amigos.
Considero que esta iniciativa pode ser positiva se for devidamente regulamentada, se a própria Camara de Manteigas tiver um papel importante e participativo junto dos organizadores, e se como em algumas outras concentrações os mais "exaltados" sejam logo chamados à razão e acalmados por elementos destacados para o efeito.
E como quem empresta a casa a um amigo,assim a mesma seja devolvida com devido respeito e dignidade que a acção 1ª revelou.
Se tudo isto for acautelado, não vejo porque se deva impedir tal organização.
Aliás, essa será sempre a solução a preconizar de modo a poder divulgar, investir, dar a conhecer o nosso património e do mesmo modo protegê-lo da falta de esquecimento e falta de investimento pela parte dos organismos responsáveis pelo mesmo.
E muitos exemplos temos pelo País fora.
Um bem haja e todos,
Alexandre Vicente.
Alexandre Vicente, bom dia
O seu comentário está na linha do que chamei o "ténue entendimento" a que tinhamos chegado. De forma mais ou menos implícita, concordámos (a) que a conservação ambiental se justifica e se justifica especialmente numa área protegida como é a Serra da Estrela, e (b) que a natureza, assim conservada, é para o usufruto de todos. Nada disto é universal, há quem não concorde com um ou com o outro destes dois pontos, mas eles constituem a base que implicitamente estabelecemos para o nosso diálogo.
Em contrapartida, o anónimo com quem tenho agora discutido tem defendido outra coisa. Tem dito que há protecção a mais, e que este encontro deve ser permitido até para contrariar o que ele considera ser um exagero proteccionista. Com esse anónimo não acredito que consiga construir uma base de entendimento mínima. Ele tem, na minha opinião, o discurso típico dos pato-bravos, o discurso que tem justificado todos os atropelos ambientais, todos os desordenamentos, o discurso responsável por termos as cidades que temos, o país que temos. Por isso perguntei se os restantes motociclistas se reviam nas posições que ele assumiu.
O termos estabelecido uma plataforma para o entendimento não nos pôs em concordância. Continuo a achar que o encontro não deveria ter sido autorizado, nos moldes em que está planeado, mais concretamente por estar prevista a instalação de uma tenda gigante aquecida e de duches quentes. Estou contra, mas trata-se apenas da minha opinião. A serra não é minha, nem pretendo que seja, mas tenho tanto direito a achar que este encontro a prejudica como vocês têm o direito a achar que ele é uma coisa boa. Nem Deuses, nem parlapies, nem nada disso; apenas opiniões.
Não concordo com o Eskimos 2008, porque não compreendo como é que alguém que considera belas as fotografias do Covão d'Ametade, com toda a calma ancestral, com a presença soberana do Cântaro Magro, o "silêncio palpável" (já não sei quem inventou esta expressão, mas referia-se ao Covão d'Ametade), não sei (dizia) como é que alguém que é sensível a tudo isso pode concordar com a instalação de uma tenda gigante refeitório (vai uma aposta que terá musiquinha ambiente?). Não tenho que perceber esta contradição (que para os motociclistas parece não existir), mas os motociclistas devem perceber que há outros turistas (alguns dos quais serão até, igualmente, motociclistas) que esperam encontrar o Covão d'Ametade como o viram nas tais belas fotografias. Ou seja, sem o circo das tendas gigantes. O Covão d'Ametade é para todos? Ou temos que fazer uma escala para a sua utilização por diferentes grupos? Ou quê?
Não concordo com o Eskimos 2008 também porque acho que estabelece mais um precedente no caminho da degradação urbanizante e massificadora da serra da Estrela. Motociclistas com duches quentes e tenda gigante-refeitório aquecida? Mas então porque não (por exemplo) um festival de Verão no Covão d'Ametade? Já estou a ouvir os argumentos: "se os motociclistas podem instalar uma tenda gigante, porque é que não nos deixam a nós instalar um palco gigante? Em quê é que os nossos decibeis são diferentes dos dos motociclistas? Ao menos os nossos são música!"
Mas por mim já chega desta conversa. Já repetimos todos os argumentos. Espero que este encontro não deixe muitas marcas no local. Espero também que se divirtam e sobretudo que considerem a possibilidade de, em futuras reedições, basear o encontro noutro local da serra, num que tenha as condições e infraestruturas que consideram indispensáveis já instaladas.
Dito isto, volto a desejar, sinceramente, que passem um bom fim de semana. E acrescento, sem conseguir conter a ironia com o que se lê no cartaz, oxalá consigam resistir às "condições mais adversas de acampamento".
José Amoreira
Olá.
Eu também sou contra a organização de um encontro de motards DENTRO do Covão.
No entanto, o Alexadre Vicente revela uma sinceridade e bom senso exemplares.
Como o encontro vai-se realizar com ou sem protestos (como é evidente, a não ser que a direcção da Camara municipal de Manteigas e do Parque natural se demitam...), o único desejo que aspiro é que os colegas do Vicente revelem o mesmo bom senso e responsabilidade.
A contenda não é contra os motards.
A contenda é contra a degradação da Serra da Estrela.
Abraço.
Paulo Roxo
Só para informar que a primeira concentração de motos no covão realizou-se em 89 com o nome de lobos da neve e "motoqueiros" é uma palavra feia, motociclistas é mais correcto, acho que tambem não gostavam que vos chama-se "marmiteiros".
Queria-vos dar os parabens por se preocuparem com a serra e o ambiente em si e pelo menos da minha parte deixar-vos sossegados que não estraguei nada nem sequer uma pica no chao, tenho grande respeito pelo ambiente natural e principalmente pelas zonas protegidas.
Pelo que lá assisti não me pareceu que alguem tenha faltado ao respeito ao espaço, mas voces podem confirmar isso com os vossoa olhos.
Anónimo, faça o favor de me chamar marmiteiro, seja lá o que for que com isso quer dizer, que eu não me importo, pode crer. E volto a dizer que não pretendi ofender ninguém com o termo "motoqueiro"; aliás, não fazia a menor ideia que estava a tocar um ponto sensível. Queria, tão somente, referir-me aos que se "sentem" motociclistas, aos que afirmam partilhar isso que chamam o "espírito" motociclista.
Ainda bem que a sua presença na Serra da Estrela não teve impacto nenhum. Gostava de poder ter uma certeza tão firme sobre a minha.
Saudações,
José Amoreira
Saudações a todos,
A discussão já serenou, e a concentração já passou. E ao que parece, pelo comentário do Sr. José Amoreira, não houve impactos naquele local, tão sensível que é.
Congratulo-me com esse facto. A minha convicção era mesmo essa, e digo isso na condição de motociclista, de cidadão e de blogger.
Preservou-se a natureza, a biodiversidade, e satisfez-se o grupo de visitantes de duas rodas.
No que respeita à posição do Sr. José Moreira, que o leva a temer eventuais danos ao local, penso que tem razões para o fazer. Muitas vezes a ideia do espírito motard e o que a ela está associado é mal difundida, e logo com os meios de comunicação social à cabeça. Estou-me a recordar de uma notícia trazida à praça em Agosto, pelo Correio da Manhã, com o seguinte título: "Dupla motard volta a roubar em estação de serviço"... Porquê dupla motard e não 2 indivíduos de capacete num motociclo?
No meu caso, já ando de moto desde os 16 anos. É uma paixão que cresce connosco desde essas idades. Depois seguiu-se um período de jejum, a seguir ao qual, há cerca de 1 ano, a dita paixão pelas 2 rodas foi reencontrada. Porquê? Talvez pela liberdade com que nos movimentamos no meio urbano, pela percepção directa e sem interferências que temos sobre a natureza que nos rodeia ao circular nos Picos da Europa, pela fraternidade entre motociclistas à qual tive todo o gosto de assistir em Góis, pela atracção que existe sobre a tecnologia, a força, a potência, ou até pela conjugação de todas estas virtudes. Eça de Queiroz, na Cidade e as Serras, fez uma crítica burlesca ao homem moderno e à corrida às novas tecnologias no princípio do séc. XX. No entanto, o escritor e diplomata, adorava Paris, o expoente da civilização, …, aliás, cidade onde viria a falecer.
O que pretendo dizer, é que as tecnologias também trazem coisas úteis e progresso à sociedade. Por isso, todos nós as utilizamos, ou melhor ou pior. A questão é a forma e o fim da sua utilização.
Óbvio que, pontualmente, existem utilizadores de motociclos que produzem emissões sonoras mais elevadas (raters), ou outros que deixam marcas de pneus na estrada (burns), sucedendo essas situações, cada vez mais em espaços restritos. Confesso que não convivo bem com isso, e aos mais próximos tento persuadi-los. Mas, por causa desses não vamos confundir a árvore com a floresta.
Confesso também, que como blogger, já me apeteceu utilizar a tecnologia da internet, na solidão e no conforto do teclado e do ecrã, e disparar em várias direcções. E, até o fiz. Provavelmente, nalgumas situações, não foi da forma mais correcta.
Não querendo com estes relatos e metáforas, diminuir a importância do meio ambiente e dos ambientalistas, ao fim ao cabo, a questão resume-se ao destino a dar aos inúmeros instrumentos tecnológicos de que dispomos, e sobretudo, a maneira como deles fazemos uso. E nesse aspecto, a minha convicção, face ao civismo e ao bom senso da generalidade dos motards, mantém-se. E, nesse capítulo, muito haveria a dizer dos automobilistas..., e das emissões de CO2 e sonoras produzidas por estes..., e do espaço cujos veículos ocupam nas urbes....
Os meus agradecimentos,
Victor Figueiredo.
Eu é que quero agradecer a sua participação nesta discussão, Vitor.
Entendo que é da discussão que pode nascer o entendimento (nem sempre isso acontece) e não há verdadeira discussão quando os pontos de vista de cada um não são assumidos e expostos com franqueza.
Gostava que ficasse claro que não tenho nada a priori contra as tecnologias nem em particular contra as motas ou os motards. Acho muito bem que venham à serra, com as motas ou sem elas. Mas não me agrada que se montem no Covão d'Ametade estruturas como as que montaram. Não é por terem sido motards a fazê-lo; se fossem montanhistas era igual a minha oposição.
Como acabei (mais uma vez) de explicar, não me agradou o vosso encontro mas, obviamente, não precisaram da minha autorização. Este é um blog que mantemos para exprimirmos a nossa opinião. Foi o que fizemos e continuaremos a fazer. Apenas isso.
Saudações e, mais uma vez, obrigado!
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