sexta-feira, janeiro 18, 2008

(Des)Preocupações paisagísticas

Um amigo enviou-me estas fotografias de um poste de telecomunicações com que se cruzou, durante uma caminhada na Galiza.

Na primeira (acima) mostra-se como se tenta minimizar o impacto visual dos equipamentos, instalando numa mesma torre diversos elementos. Outro aspecto (que não se pode comprovar na fotografia) é a não utilização de linhas aéreas para a alimentação eléctrica. Na segunda fotografia, vê-se como a mesma preocupação com o aspecto visual da estrutura foi levada ao ponto de camuflar a caixa de equipamentos com rochas.

Não sei se estas fotografias foram tiradas numa área protegida galega, se não. Seja como for, parecem-me muito louváveis estas preocupações com a paisagem. Acho muito bem que se tente preservar o carácter "natural" de uma zona, minimizando o número de equipamentos que nela se instalam e a alteração visual que acarretam. Estarei a ser muito eco-fundamentalista, radical ou original com estas minhas considerações? Acho que não.

Mas, então, o que há a dizer do "parque de antenas" no Alto das Piçarrinhas, perto do posto de vigia de incêndios situado atrás do edifício do Sanatório dos Ferroviários? Outro caso, o que há dizer sobre esta antena para comunicações móveis, recentemente instalada perto do Centro de Limpeza de Neve, onde não serve moradores (que não os há) nem turistas (que vêm quando vêm, e quando vêm não é para aqui)?

Se são razoáveis os cuidados demonstrados nas duas primeiras fotografias, é razoável o que se mostra nestas duas? Se não não se considera eco-fundamentalismo apoiar aqueles cuidados, pode considerar-se aceitável o que aqui se fez, ainda por cima numa área supostamente de paisagem protegida? No fundo, o que quero perguntar é: pode uma pessoa declarar-se favorável à protecção da natureza e da paisagem em abstracto, e considerar aceitável esta construção em concreto?

Esta antena tem outra particularidade. A caixa branca e azul no exterior da área cercada (no lado esquerdo) é um gerador a diesel. Ou seja, esta antena não só se vê à distância como se pode ouvir e cheirar, também. Tem que ser alimentada periodicamente, pelo que é necessário manter circulável um acesso com algumas centenas de metros até à estrada nacional.

Tudo isto era mesmo necessário? Tudo isto tinha mesmo que ser feito assim? Tudo isto, e assim feito, é aceitável numa área protegida? Tudo isto, e assim feito, faz sentido numa zona que se pretende turística?

1 comentário:

Anónimo disse...

Em relação às antenas de telémoveis, passe pela estância de esqui por de trás do café, nas traseiras do Hotel Serra da Estrela. Ficam lá mesmo bem. passe por lá.

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!