quarta-feira, outubro 10, 2007

Por falar em direitos adquiridos...

... E em protecção ambiental, vi no Ondas que
Na Inglaterra, uma enorme zona húmida costeira de Essex vai ser devolvida à natureza após quinhentos anos de utilização agrícola.
Imagem retirada do site da notícia, no Guardian-online.

Bem sei que esta é uma decisão muuuuuito mais simples do que, por exemplo, a de limitar o número de viaturas automóveis que tentam subir à Torre em certos fins de semana de Inverno, ou a de demolir horríveis monos em ruínas na Serra (que, aliás, nunca deveriam ter sido construídos). Ah, mas os ingleses têm sorte, ficaram com os problemas mais fáceis! (Ou isso, ou com a vontade de os resolver...)

4 comentários:

carpinteira disse...

O problema reside sempre na impossbilidade de tomar decisões que põe em causa interesses instalados. É uma questão genética que, dificilmente conseguiremos ultrapassar.
http://www.carpinteira.blogspot.com

Cova Juliana disse...

Creio que por aqui o que falta é MUITA falta de vontade...

Cova Juliana disse...

ups... enganei-me... mas creio que deu para perceber o que queria dizer =)

O que por aqui mais há é muita falta de vontade... ou há é interesses a mais de certos senhores?!

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Se a falta de ordenamento do território é a "mãe" de (quase) todos os problemas ambientais de Portugal, os ditos "direitos adquiridos" são uma das suas facetas mais perversas.

É em nome desses ditos direitos que se continuam a construir perfeitas barbaridades por todo o país...e se é certo que o Estado tem que ser uma "pessoa de bem" e que as pessoas criaram expectativas em face dessas concessões, também é verdade que o país não pode ficar refém deste estado de coisas; à luz das novas realidades sociais/ambientais/económicas não podemos continuar a permitir projectos que foram aprovados há dezenas de anos, numa altura em que não existiam problemas e preocupações que se colocam hoje.

Até o insuspeito presidente da Região de Turismo do Algarve, Hélder Martins, veio recentemente defender uma revisão destes direitos. É claro que o que o preocupa a ele não é tanto a preservação do ambiente e um turismo sustentável, mas mais a concorrência desleal do mercado paralelo de alojamentos de Verão. Mas, apesar disso, é um sinal. Quando o presidente de uma região de turismo pede a revisão destes direitos adquiridos é porque algo deve estar mesmo muito podre!...

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!