Os turistas que queiram escalar a montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal (2351 metros), localizado no arquipélago dos Açores, vão ser obrigados a utilizar uma pulseira de geolocalização, por motivos de segurança.
Mais do que as belas paisagens, mais do que a necessidade de aplacar qualquer vício de adrenalina, mais do que a satisfação de atingir objectivos que acreditava não estarem ao meu alcance, mais do que a tentativa de incorporar em mim a imagem cool do velho alpinista ou a do miúdo radical, aquilo que realmente me atrai no montanhismo (em todas as suas vertentes, desde a escalada ao esqui de randonné) é a possibilidade de ser verdadeiramente livre para decidir o que fazer e como fazer. Com essa liberdade vem uma grande responsabilidade, que não quero partilhar com ninguém que não esteja na aventura comigo, que não esteja preso na outra ponta da corda. Há a possibilidade de as coisas correrem mal? Claro. Às vezes as coisas podem correr mesmo muito mal. Às vezes tem-se a impressão de que se escapou por pouco. Mas são essas as regras do jogo, e são elas que tornam o jogo interessante.
Dito isto, é óbvio que tenho para mim que, se me ocorrer algum azar (que, quase sempre, resultam de erros de apreciação ou, pura e simplesmente, de disparates grosseiros), o único responsável sou eu. Claro que agradeço que me ajudem se chegarmos a tanto, mas não considero que isso seja obrigação de ninguém.
Os dirigentes da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, ao contrário, parecem achar são os responsáveis pela segurança de quem pretende subir até ao topo do Pico, porventura ainda mais do que os próprios. Por agora ficam-se com a exigência da pulseirinha, mas daí até regulamentarem (com os costumeiros requintes burocráticos, que com isto da segurança não se brinca) as condições em que alguém pode ser autorizado a tentar a ascenção, vai um passo muito pequenino. Não perceberam nada de nada, parece-me.
35 comentários:
Devo dizer que da maneira que as coisas andam por cá dou-me por satisfeito por cada dia que passa em que "eles" não se lembram de construir uma estrada até ao topo da ilha do pico...por razões de segurança claro!
Tambem tinha lido esta noticia mas através de outro forum. O que me preocupa nesta situação é, irónicamente, a falsa sensação de segurança que estas pulseirinhas possam trazer! É que na verdade pouco adianta saber onde está algum caminhante se este já tiver caído de um penhasco abaixo e tiver morrido da queda!
Mas infelizmente, a minha fasquia de exigência está muito baixa para Portugal por isso este é uma situação que não me tira o sono por aí além!!eheh!
Viva Tiago:
Não há estrada, mas já lá estão centenas de postes usados para a sinalização das estradas, com reflectores e tudo. Alguns já estão tombados, mas aquilo é mesmo uma estrada por ali acima... São bem inestéticos, mas não é que funcionam?
De resto, tenho para mim que a ascenção ao Pico, que fiz no ano passado, não tem qualquer dificuldade técnica em dias de visibilidade razoável e sem neve.
Agora que temos que estar atentos, isso não duvido! Ele são as securitárias pulseirinhas, depressa descobrirão as taxas, as proibições etc, etc...
Um abraço
JV
O Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA) e a Associação de Estudantes do Instituto Superior de Agronomia convidam a participar no debate
OGM: O debate em falta - Riscos e (in)certezas da engenharia genética na agricultura
30 de Outubro, 14h00 – Sala de Actos do Instituto Superior de Agronomia | ENTRADA LIVRE
As posições dos vários actores no debate dos organismos transgénicos estão divididas. Enquanto que uma parte está seriamente convicta de que a aplicação da engenharia genética na agricultura é o caminho a seguir na agricultura global, a outra parte acredita que a utilização de OGM* é semelhante à abertura da caixa de Pandora, contendo toda uma série de riscos e ameaças para o ambiente, saúde humana e sociedade em geral. Muitas questões pairam no ar: De que riscos se tratam? O que sabemos destes? E o que não sabemos?
Apesar de estas questões serem por si só suficientemente difíceis de responder, outra série de questões apresenta-se como fulcral: Quem são exactamente os actores no debate? E, por outro lado, como decidimos como cidadãos se consideramos os riscos aceitáveis em comparação com os benefícios que se proclamam?
Há muito em jogo. De todas as formas, o debate está aberto.
MAIS INFO: http://gaia.org.pt/node/2563
Curioso paradoxo o Português.
Se alguém perguntar quem utiliza pulseiras de localização, em Portugal, a resposta apontará directamente para praticantes de montanhismo e pessoas sujeitas a medidas coativas ordenadas por tribunais... Faz sentido =)
Mas se não gostam das pulseiras, que suportem os custos dos resgates como qualquer cidadão =)
Ora ai esta' Fernando!
E pagam muito bem!Quem faz montanhismo frequentemente tem um seguro proprio para estas coisas (resgates, hospital, repatriacao,etc), embora em geral tenham que recorrer a seguradoras estrangeiras para terem uma "cobertura" de confianca!
Mas ate aqui a escolha e' de cada um, assim como as escolha de ir ou nao para a montanha.
Abraco
Por acaso a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal tem ao dispôr um Seguro Carta de Montanheiro cujos prémios são até muito acessíveis: http://www.fcmportugal.com/images/cgeral/seguromontanha.pdf
Claro que se pode recorrer sempre as seguradoras estrangeiras, mas não pelo facto de terem coberturas de mais confiança.
É tudo uma questão de "status", como dizia um pastor amigo.
Penhas, bom dia!
Pode ler-se na página que nos indicou o seguinte:
"As pessoas seguras são todos os atletas que constem na lista de inscrição dos participantes em actividades desportivas de competição ou de lazer, designadamente pedestrianismo, jogos tradicionais populares e/ou jogos rurais.
A Federação compromete-se a enviar à Fidelidade Mundial o calendário anual das actividades e provas a realizar ao longo do ano, bem como a lista nominal dos participantes nas provas realizadas."
Ou seja, só está seguro quem estiver a participar, devidamente inscrito, num evento organizado pela federação e do qual a federação tenha informado previamente a seguradora.
Quem quiser passar o sábado a escalar no Cântaro Magro com dois amigos ou quem estiver a planear uma ascensão ao Monte Branco na Páscoa, é melhor servido se recorrer à tal "questão de status" do seu amigo...
Ou então, "Seguro? Na, há-de correr tudo bem!"
;)
http://www.fcmportugal.com/frameP.asp
ACORDO DE COMERCIALIZAÇÂO – SEGURO DESPORTIVO
Entre a Fidelidade Mundial – Companhia de Seguros, Sa. e a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal é estabelecido o presente Acordo de Comercialização para o Seguro Desportivo.
Este seguro ... e, contempla as actividades desportivas seguintes:.
• Seguro de Acidentes Pessoais Grupo para os participantes em actividades desportivas ou de lazer durante os eventos promovidos e realizados pela Federação ou suas Associadas.
• Seguro de Acidentes Pessoais para os titulares da Carta Desportiva das Disciplinas de Montanhismo.
O ilustre Prof. Dr. refere-se na sua resposta ao Seguro de Grupo:
ACIDENTES PESSOAIS GRUPO – DESPORTO, CULTURA E RECREIO
Pessoas Seguras
As pessoas seguras são todos os atletas que constem na lista de inscrição dos participantes em actividades desportivas de competição ou de lazer, designadamente pedestrianismo, jogos tradicionais populares e/ou jogos rurais.
Mas como habitualmente faz quando lhe dá geito, esqueceu-se de ler o ponto "Seguro de Acidentes Pessoais para os titulares da Carta Desportiva das Disciplinas de Montanhismo", que não é propriamente um seguro de grupo e portanto fora das obrigações de prévia comunicação á seguradora.
A não ser que tenha por opinião que um montanhista não deva ser habilitado com a Carta Desportiva ...
E como verificou certamente, o seguro que a FCMP disponibiliza cobre nomeadamente "MODALIDADE C : Adulto ( Mais de 18 anos)
Actividades Seguras: Pedestrianismo, montanhismo, acampamentos, escalada, canyonning e alpinismo até 7000 metros de altitude, ou na "MODALIDADE D:alpinismo acima dos 7000 metros de altitude."
Não me parece que alpinismo acima de 7000 metros, se possa entender como "jogos tradicionais populares e/ou jogos rurais", como recorrendo ás habituais habilidades o ilustre Prof. Dr. quer fazer em crer.
Depreendo então, que as tais seguradoras estrangeiras de"confiança" não colocam restrições a qualquer "amigo" disposto a tirar um fds para escalar o Cântaro Magro, desde que paguem e paguem bem os prémios; será k na hora de honrarem os compromissos de "confiança" não aparecerão as cláusulas em letras miudinhas?
O meu amigo pastor acha que é uma questão de "status"; não comungo da mesma opinião: para mim é simplesmente a mania de armar ao pingarelho!
Penhas, boa noite!
Longe da ideia do ilustre Prof. Dr. querer "fazer em crer" seja o que for. Aliás, eu sou daqueles que diz e pratica "Seguro? Na, há-de correr tudo bem!".
Limitei-me a seguir a link que nos indicou e a destacar as primeiras (e únicas, que o resto são apenas tabelas) frases com nexo que encontrei. Se calhar devia ter visto melhor.
Apesar de não estar a par das condições das letras pequeninas destes contratos, sei de muitos casos de pessoas que ficaram agarradas apesar de terem pago os prémios.
Além disso, apesar de conhecer muitos montanhistas e escaladores com quem não me quero dar por serem uns irritantes convencidos, com a mania que são bons só porque se penduram em lugares esquisitos, nunca conheci nenhum que se quisesse "armar ao pingarelho" pelos contratos de seguros que faz. Mas quem sou eu, decerto haverá quem tem uma muito maior experiência com essa malta fanática das cordas e das letras pequeninas dos contratos de seguros...
Mais ainda, este post não era sobre seguros (mas bem sei que não foi o Penhas que levantou essa questão). Pode ter a certeza que, se não tenho pachorra para tratar disso em meu proveito ainda menos a tenho para ficar a discutir isso consigo, ou com quem quer que seja, não se trata aqui de uma questão pessoal, descanse.
Bom fim de semana!
José Amoreira
Ok.
A única coisa k não percebo são essas suas habituais intervenções fora de contexto, sempre k o eventual diálogo caminha na direcção do seu amigo tpais.
Tem algum receio de lhe faltar o protagonismo, o tpais perdeu a lingua ou é um acordo editorial?
É k situações semelhantes já aconteceram algumas vezes com outros comentaristas!
Folgo também em saber, k excepcionalmente, não se tratou aqui de uma questão pessoal!
Da minha parte, sempre estive muito descansado, porque sem excepções nunca coloquei um cunho de questões pessoais.
E o stress é tão pouco k ainda tenho os cabelos todos.
Bn e bfds.
Caro Penhas,
A profundidade da sua análise deixa-me boquiaberto! Acertou em cheio! Em tudo! Tenho receio que me falte o protagonismo, o tpais perdeu a língua e fizemos mesmo um acordo editorial. Mas é tudo segredo, Penhas, não conte a ninguém. Quando as multidões que, em todo o mundo, lêm o Cântaro Zangado souberem disso, perderemos o enorme protagonismo que temos! O que será de nós? ;)
Ainda bem que não tem stress e que está muito descansado. Pelo que aqui escreve e pelo tom com que o escreve, uma pessoa até quase apostava que não. Mas, por favor, sinta-se à vontade para continuar como até aqui.
Até breve!
José Amoreira
Multidões?!?!?
Essa é pra rir amanhã ou daqui a uma semana?
Nota-se pela quantidade de comentários e média de 49 consultas ao perfil/mês, mas tudo bem, quem pouco tem muito lhe parece!
Finalmente ouvi, ainda que em surdina, alguma verdade da boca do ilustre Eng.: a sua preocupação com a SE e respectivo ambiente nada tem a ver com questões de preservação e altruísmo social, mas tão sómente de na sua maneira peculiar de adivinhar o futuro, poder "eventualmente" ficar impedido de gozar umas escaladazitas sem seguro e em caso de acidente, a expensas das contribuições de todos nós!
Um bocadinho egoísta essa sua eco-pegada!
Mas nem tudo é péssimo:dou-lhe os parabéns e aprecio-lhe muito o desvelo no cultivo das bolotas - temos notado ultimamente, k os javalis estão mais gorditos e saborosos.
Por outro lado, é uma pena k as raposas continuem esfomeadas e tenham de se alimentar nos desperdicios vazados dos caixotes do lixo ou das mãos "caridosas" k não agitam as bandeiras da vossa propaganda.
Bn e Bsemanat.
A questão do seguro é muito simples e nada tem a ver com as hipóteses avançadas pelo penhas. Tem a ver com o que já referi anteriormente: Confiança!
Não lei nem nunca li as letras pequenas ou grandes. Nesta questão oriento-me pela experiência de pessoas que praticam o desporto e que me fizeram os respectivos testemunhos sobre a sua experiência com seguradores portuguesas para este tipo de actividades: MÁS!
Quando eu planeio ir a locais de risco elevado seja para escalar seja para fazer montanha quero ter a certeza de que se for necessário a minha relação com a seguradora vá ser a mais adequada, ou seja, escolho a seguradora em que mais confio.
A confiança advem de vários factores (alguns pessoais e subjectivos) por isso acho naturalíssimo que outros praticantes escolham outras seguradoras.
No meu caso em particular a minha escolha é reforçada pelos descontos associados a estadias em refúgios do CAF.
Se o Penhas recebesse o feed-back que eu recebi sobre as seguradores Portuguesas talvez fizesse a mesma opção, ou não.
MAs isso é uma escolha sua, e aqui voltamos novamente ao tema do "post", que é a obrigatoriedade de usar uma pulseirinha de localização, ou seja, ausencia de escolha.
Abç
Penhas,
Estou abismado! Este fim de semana anda inspirado! Mais uma vez acertou em cheio: é exactamente porque posso "ficar impedido de gozar umas escaladazitas sem seguro e em caso de acidente, a expensas das contribuições de todos nós!" que comecei o Cântaro Zangado. Olhe que andei anos e anos a tentar esconder isso de toda a gente! Ora bolas, apanhou-me!
Por tantas e tão profundas descobertas, o Penhas será o próximo laureado com o Nobel da cântarozangadologia!
Olhe, obviamente não notou a ironia (nada subtil) com que falei das "multidões"; em contrapartida, anda a ter alucinações "em surdina"... O que se há-de fazer? Nem o Penhas, que é o Penhas, consegue acertar sempre, não é?
Penhas, passe bem! Continue a alegrar aqui o Cântaro com a sua boa disposição!
(Hehehe, o Cântaro Zangado por causa das "expensas das contribuições de todos nós", este Penhas... É só rir!)
Plenamente esclarecido: é aceitável essa sua versão pessoal apesar de não explicar porque generalizou tão bem essa escolha! Frisou que na generalidade são escolhidas seguradoras estrangeiras por uma questão de confiança e porque se fazem pagar bem; deveria ter referido que se tratava da generalidade dos seus amigos, dos k podem pagar bem, se bem que existam amigos seus que preferem nem ter seguros!
Não me parece no entanto, que a generalidade dos seus amigos seja a generalidade dos montanhistas.
Relativamente á pulseirinha de localização quem sabe se para grandes males não têm de existir grandes remédios!
=Abç
Ó Dr. o ilustre consegue ser o máximo!
Eu sei k ás vezes(ou quando lhe dá geito)não lê conteúdos ou passa-lhes por cima, agora esquecer-se totalmente do que escreve e publica na "Outras Ocupações da Sua Página WEB"
http://www.dfisica.ubi.pt/~amoreira/nowork.html
é deveras surpreendente! Deixo o boquiaberto e abismado para o ilustre Eng. Prof. Dr.
Amanitar a Serra da Estrela? Não, obrigado!
Penhas,
Transcrevo aqui o que escrevi nessa página pessoal (já agora, o link que deixou tem um erro, é preciso apagar dele o "é" no final):
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"Estou muito preocupado com o rumo que estão a tomar as perspectivas para o «desenvolvimento» do turismo na Serra. Com os anúncios de urbanizações, novas estradas, centros comerciais, com as telecabines, os «spas», a ampliação da estância de esqui, com o casino, o centro de estágios desportivos em altitude, os hoteis na zona da Torre, com tudo isso e muito mais que se propõe em nome do progresso, parece-me que estamos em vias de reproduzir na Serra o pior do Algarve, coisa que me aborrece porque impedirá a minha fruição da Serra. Por isso, iniciei O Cântaro Zangado, um blogue com as palavras de ordem «Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!»"
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Confesso que não percebo o seu ponto com esta chamada à minha página pessoal. Ao certo, ao certo, o que é que isto tem que ver com as "expensas das contribuições de todos nós" com que diz que egoisticamente o sobrecarregarei no caso de ter um acidente de montanhismo?
Numa coisa tem parte da razão. O meu interesse na conservação da natureza *é* egoísta. Aborrece-me pessoalmente ver a degradação a que o ambiente da Serra está a ser conduzido. Preocupa-me que os *meus* filhos não venham a poder encontrar na Serra o espaço de deslumbramento e de jogo que ela foi (e ainda é) para mim. Por acaso, até acho que aquilo que tenho proposto é o melhor para a Serra e é o melhor para quase todos os que vivem perto dela. Mas não quero ser eu a determinar as prioridades dos outros. Por isso me refiro mais às minhas.
E as posições que tem tomado sobre a Serra, Penhas, são motivadas por razões puramente altruístas? A si, pessoalmente, tanto se lhe faz? Não sente estas questões em si, não as refere à sua vivência particular (e egoísta, pois então!) da Serra?
Custa-me a crer que assim seja mas (tal e qual como com os seguros) isso é consigo.
Não sei se deva ficar lisonjeado (ou preocupado?) com a atenção que dedica à minha (ilustre, como não se cansa de repetir) pessoa. Enfim, imaginava que tivesse coisas melhores para fazer. Pelos vistos não. Mas isso também é consigo.
Gostei.
Finalmente desceu do pedestal e espero k não tenha sido só de passagem, como fez de outras vezes.
Deu um bocado de trabalho mas valeu a pena ouvi-lo reconhecer k "até acha que aquilo ... para a Serra é o melhor para quase todos os que vivem perto...".
Este "quase" é a certeza de que reconhece não ser o detentor da verdade; k as ideias pq se bate, não são as mais correctas para muita, muita gente; é o aceitar finalmenten k contribuições sim e tentativa de imposições, não!
Até acredito, sinta ser a sua verdade o melhor para 50% das pessoas k vivem perto da Serra, mas igualmente acredito k não o é para a quase totalidade das pessoas que vivem mesmo na Serra da Estrela.
É k viver perto não é o mesmo k viver dentro!
E ainda k a sua verdade fosse absoluta, isso não lhe daria o direito de achar que é Deus no Céu e o Dr. José Amoreira na Serra!
Por isso, quando dispara em todas as direcções tenha a humildade de perceber que quem não é por si não quer dizer que esteja contra si: apenas temos o direito a uma visão diferente da sua, por muito k lhe custe!
Amanitar a Serra da Estrela? Não, obrigado.
Abç. e até qualquer dia se justificável!
Para mim o montanhismo em todas as suas vertentes, desde a caminhada mais "light" até á escalada mais destemida, resume-se num única palavra: LIBERDADE.
E neste caso concreto, liberdade de opção na decisão de utilizar ou não as ditosas "pulseirinhas".
E liberdade de optar em realizar um seguro ou não.
E liberdade de decidir sobre que riscos assumir.
Claro está que essa liberdade acarreta responsabilidade individual e para com os demais. Uma determinada decisão pode influenciar directamente a segurança de outros, nomeadamente das equipas de resgate. E então?
Na nossa vida mundana também tomamos decisões que podem colocar em risco a segurança de outros. Quando todos os dias nos colocamos detrás de um volante de automovel estamos a colocar imediatamente a nossa vida em perigo mas, também a vida de outros com quem nos cruzamos, peões e condutores. Não será por isso que iremos deixar de conduzir todos os dias, pois não?
A meu ver, pulseirinhas e coleiras são uma falsa segurança. A melhor forma de prevenir um acidente é estar cosciente a todo o momento do risco que se assume, tenha esse risco o nível que tiver.
E, para pessoas sem experiência a melhor forma de segurança é a formação, ministrada por pessoas competentes, claro está.
Hasta.
Paulo Roxo
"liberdade de decidir sobre que riscos assumir". Nem mais, é isso para mim o montanhismo.
(Isso, mais as paisagens, o ar transparente, a luz brilhante, o esforço, a bicharada, as tiras de entremeadas grelhadas num fogareiro, o som mágico dos clicks dos mosquetões e o "vuuucch" das cordas quando as puxamos, o cheiro dos líquenes, a neve dura a "crocar" sob os nossos passos, o gelo dos lagos a roncar ao sol da manhã, uma agarra de mão cheia a seguir a dois ou três movimentos de aderência manhosa, o paleio simples e meio marado dos amigos e ainda há mais de que me estou a esquecer... ;)
Saudações
José Amoreira
"A nossa liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros".
Lord Acton
Para mim, essa afirmação é tão verdadeira quanto inútil na vida real! E neste caso em particular não vejo que a liberdade de terceiros fique limitada pelo facto de não se usarem as pulseirinhas.
Abç
E já agora até gostava que o ilustre auto-proclamado-sr-intelectual elucidasse aqui o burro num ponto: MAS, QUEM É ESSE TAL DO LORD ACTON??
Eu fico abismado com a elevada cultura destes senhores anónimos.
Paulo Roxo
Hoje em dia muita gente esquece que a liberdade não pode ser absoluta. A liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade do próximo.
Pode parecer uma frase feita, mas, é de facto, um realidade que não podemos esquecer.
E para o Sr. PR k muito acertadamente se classifica, esclareço k a frase de que "a nossa liberdade termina quando começa a liberdade dos outros" é de Lord Acton, filósofo do liberalismo e um dos grandes pensadores do século XIX.
As pessoas esquecem facilmente as contribuições do liberalismo para a sociedade em que vivem.
Como assinalou Edmund Burke e foi retomado por Lord Acton, uma sociedade de homens livres não é aquela que não reconhece nenhum padrão, mas aquela em que os padrões são voluntariamente procurados e adoptados pelos indivíduos.
É bem verdade, que alguns kromos sabem menos k um puto de 10 anos.
Bom fds.
Outras frases profundas que vêm a propósito deste post e de toda esta discussão:
"Chuvas em Novembro, Natal em Dezembro"
"O Papa Reza, o Mercecedes Benz"
"Réu-béu-béu, Pardais ao Ninho"
Ou ainda, mais a sério, "Liberty is not a means to a higher political end. It is itself the highest political end." (Lord Acton)
P:Sabes o que se encontra debaixo de um tapete de um manicómio?
R:Um doido varrido!
"Mais vale compreender pouco do que compreender mal."
Anatole France
Obrigadinho ó Penhas por explicar aqui ao burro coisas tão importantes.
Esta noite já nem vou conseguir dormir por estar a reflectir sobre a enxurrada de cultura proporcionada aqui pelo anónimo preferido da casa.
Muito obrigado ó anónimo sem nome.
Paulo Roxo
PR, como sempre (auto)classificou-se na habitual tentativa de mediatização e protagonismo,infiltrando-se nesse grupo!
Saiba, que a especie já não está em vias de extinção não sendo possivel por isso, a atribuição de qualquer subsidio.
Tenho de reconhecer que essa do subsidio foi boa.
Paulo Roxo
Antes de mais devo dizer que sou dos Açores. Da ilha vizinha ao Pico, ilha do Faial.
Muito se tem falado das pulseiras, mas como sempre em Portugal quando não se faz nada lá vem o povo criticar, quando se faz, lá vem ele novamente criticar.
Pois ora bem, se as pulseiras resultam ou não isso não sei, não estou a par. Quanto à subida do Pico, só mesmo um chico esperto é que lá vai sem segurança alguma (falo daqueles sujeitos que pensam que la por terem feito umas caminhadas já sabem subir aquilo) como é os casos dos turistas que já lá faleceram. Antes de mais, é preferivel pagar a um guia, e digo-vos, que temos (eles tem) bons guias, aptos para qualquer circunstancia naquela montanha. Já para não falar da casa de apoio que vão construir (ou que já construiram). Vamos de deixar de questionar sobre o que fazem ou nao deixam de fazer.
Cumprimentos.
A questão é apenas relativa à OBRIGATORIEDADE de usar as pulseirinhas. Nada mais. pois claro que o melhor, para quem não tem qualquer experiência, é contratar um guia competente.
Quanto a mim, se um dia quiser subir ao Pico e me obrigarem a colocar uma pulseira de localização darei imediatamente a voltinha e vou fazer turismo para outro sitio qualquer.
Creio que sou livre para decidir o que me apetecer.
Paulo Roxo
Marco Nascimento,
Cá pela Serra da Estrela, pelo menos, tem-se questionado muito pouco "sobre o que fazem ou nao deixam de fazer". Por isso mesmo, nós por aqui no Cântaro Zangado vamos continuar a questionar.
Sobre as pulseiras, o que está em causa não é o serem propostas, é serem obrigatórias, como disse o Paulo Roxo ainda agora. E podem até, como disse o Tiago Pais ao princípio, aumentar o número de acidentes, por darem aos não preparados uma falsa sensação segurança.
Quanto aos guias, óptimo (desde que não sejam obrigatórios, claro).
Cumprimentos,
José Amoreira
Antes de mais, não queria iniciar nenhuma conversa mais acessa. Queria antes dizer que pelo que eu conheço da Montanha do Pico, e acreditem, já la fui muita vez, todo o cuidado é pouco (em qualquer montanha é assim).
Quanto às pulseiras de localização não sei qual o problema em usarem (?!), visto que não irão ser pulseiras que pensam 1 ou 2 KG (lol), mas sim umas gramas, muito mais levo por exemplo, que um monopé. Além de garantir a exacta localização será uma ajuda enorme para os socorristas, e acreditem, há lá grutas/buracos com muitos metros de altura.
Contudo, deixo vos desde já um convite para cá virem aos Açores e principalmente à montanha do Pico.
Quanto à Serra da Estrela, caso seja necessário alguma divulgação sobre os problemas que a afecta disponibilizo o meu blog para ajudar em divulgar.
Cumprimentos,
Marco Nascimento
Marco, expliquei no artigo qual é o problema das pulseiras. É que, com pulseiras ou sem elas, os principais responsáveis pela segurança dos participantes numa actividade são os próprios participantes. E esse é um fardo que eu, pessoalmente, não quero partilhar com ninguém que não esteja na actividade comigo. Se a questão é uma de segurança, que se coloque aos que se consideram inseguros essa possibilidade. É que começamos com a obrigatoriedade das pulseiras, a seguir (em nome da segurança, claro!) virá a obrigatoriedade de contratar guias, o pagamento de uma caução ou seguro, a necessidade de carta de montanheiro ou papelucho afim, a declaração prévia, no formulário regulamentar 597/58B, do percurso que se pretende seguir (com multa para quem não respeitar o declarado) e tudo para quê? Para continuar a haver acidentes e acidentes mortais. Muito mais razoável é deixar bem claro que a responsabilidade dos praticantes cabe-lhes a eles, e que os serviços disponibilizam, para quem o entender, guias, pulseiras, o que for.
Nunca estive no Pico mas acredito em si, que seja perigoso. Mas será mais perigoso do que os Alpes ou os Pirinéus no Inverno, onde avalanches de neve enterram, de um momento para o outro, grupos inteiros de montanhistas? E porventura é obrigatório nessas montanhas a utilização de sistemas de localização? Não. É fortemente encorajada a utilização desses sistemas (em particular para o esqui fora de pista) mas fica à consideração de cada um (e às expensas de cada um) essa *opção*. Assim, sim.
O problema com a obrigatoridade das pulseiras é que a considero uma ingerência irritante e desnecessária do estado na minha esfera privada. Dito isto, até imagino que, tentando subir ao Pico, e sobretudo se arrastasse a minha família atrás, era bem capaz de voluntariamente usar essas pulseiras. Só não concordo (mais uma vez) é que sejam obrigatórias.
Caramba, é pedir demais ao estado que nos largue em paz por um momento?! Nem que seja para nos metermos em apuros? Temos que fazer de todos os espaços um jardim de infância, com todo um dispositivo preparado para o caso de nos acontecer alguma? Ah!, já sou crescidinho, sei no que me meto quando subo uma montanha, possivelmente muito melhor do que os que inventaram a obrigatoridade das pulseiras. E se não é nas montanhas que sou responsável por mim, onde será?! E para quê é que se sobem montanhas, senão para escapar a esta rotina burocratizada e infantilizante? E o que é a obrigatoriedade das pulseiras senão um elemento dessa rotina, agora infiltrando-se no nosso mecanismo de escape? Ah, deixem-me em paz, se eu assim o entender! É pedir muito?
Espero que tenha agora percebido um pouco melhor o que eu queria dizer. Obrigado pela disponibilidade que demonstrou quanto ao seu blogue. Disponha, também! Abraço!
José Amoreira
Boas tardes Sr. José.
Antes de mais, obrigado pelo seu esclarecimento, provavelmente, interpretei mal as suas palavras.
Contudo, concordo consigo em alguns aspectos. É óbvio que quando nos metemos em algo logo há partida estamos cientes do que poderá vir acontecer, neste caso, os perigos de escalar uma montanha.
Quanto à história das pulseiras, tudo bem que não deveria ser obrigatório, mas contudo, penso que deveria ser obrigatório aqueles que não tem o mínimo de experiência a subir montanhas e que não queira acompanhar-se de um guia, seja por questões monetárias ou não. E sim, é óbvio, que com pulseiras ou sem elas haverá sempre acidentes.
Como já disse anteriormente, estou falando do que eu sei e do que eu penso, apesar de não estar muito por dentro do assunto relacionado com Leis e afins.
Cumprimentos,
Marco Nascimento
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