José Maria, dirigente da Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE) fez ontem um apelo aos organizadores da Volta a Portugal em Bicicleta (que, este ano, tem uma etapa finalizando na Torre), às equipas participantes, às empresas que aproveitam para fins publicitários o evento e aos seus espectadores o maior cuidado com o ambiente da Serra da Estrela. Referiu-se ao lixo publicitário e deixado pelos espectadores, às pinturas de encorajamento que os apoiantes dos ciclistas deixam nas rochas e ainda ao estacionamento de viaturas sobre cervunal. Pode ler toda a notícia no Diário XXI. Selecciono o seguinte excerto:
A Volta é bem-vinda e as bicicletas não nos causam problemas. O que está em causa é o comportamento do público e das caravanas, nomeadamente as publicitárias, numa prova que atravessa a zona sensível do Parque Natural e que arrasta milhares de pessoas.
O Cântaro Zangado faz suas as palavras e as preocupações do dirigente da ASE. O Cântaro Zangado gostava de ter ouvido palavras semelhantes, proferidas por responsáveis do Parque Natural da Serra da Estrela, da Região de Turismo, das autarquias da região, da organização da prova ou das equipas que nela participam. Só lhes ficava bem!
6 comentários:
Esses comentários e acções de sesibilização deveriam também ter sido feitas pela Câmara e a RTSE na rampa, que deixou igualmente a mesma completa de latas de cerveja e restos de farneis.
A responsabilidade da organização (CÂMARA, RTSE E ACP)nest tipo de eventos é igual Deveria sensibilizar, mas só se querem mediatizar..
Nicolau Santos
O Amigo.,
Mas não percebe que a Câmara e a RTSE não se preocupam com este tipo de coisas... para eles o lixo na Serra é assunto que lhes passa ao lado. Ou já viram alguma destas entidades tomar alguma atitude ou acção publica de sensibilização, pressão junto dos organismos responsáveis pelo Parque? Não els querem é apenas defender a sua imagem, andar nos jornais e Televisãoes promoverem a sua imagem.
Para quê arranjar problemas ou fazer afronta a quem tem responsabilidade no Parque? São uns cobardes. Ficava-lhes bem era vir a público (televisões) mostrar o lixo na Serra, mas isso eles não fazem. Não é politicamente... tem que se dizer sim...sim..ao governo para não serem penalizados, não é? E entretanto ninguém faz nada pela limpeza e ordenamento da serra. Não é assim que vamos ter os tais turistas que tanto falam. Vão ao Gerês ver e aprendam.
Jorge Silva
Nem mais, Nicolau Santos. Tudo o que se faz numa área protegida deve partir desse pressuposto: é preciso cuidado com o ambiente.
Jorge Silva,
Concordo no essencial consigo, mas parece-me entender que considera ser responsabilidade do PNSE a limpeza do lixo na Serra.
Eu não concordo com essa tese. O lixo na Serra resulta principalmente do tipo de turismo que temos e que insistimos em desenvolver. São aquelas absurdas enchentes de alguns fins de semana, que enchem de alegria a Turistrela, a Região de Turismo e as autarquias. Por isso, entendo que uma parte (pelo menos) da responsabilidade cabe aos agentes turísticos, à Região de Turismo e às Câmaras.
José Amoreira
Jose Amoreira,
Não concordo consigo.Às Cãmaras e PNSE é que deveriam ter esas ocpetências. A Rtse apenas e só de promoção e divulgação do produto Srra da Estrela.
Agora, concordo que a politica da RTSE e da Turistrela está errada na questão de massificação do Turismo. Era muito mais rentável e prestigiante estrurar-se um turismo de qualidade do que de massas. Vejamos o que aconteceu no Algarve , que neste momento parte do turismo de qualidade fugiu para outros destinos e agora recebem os pedreiros e classe baixa de todo o Mundo. Seria importante tambem que fosssem ver os canais de busca dos grandes operadores, para verem que a Serra da Estrela e o Centro de Portugal nem lá constam.É Lisboa, Algarve, Madeira e Açores. E porquÊ? A RTSE, e agora com o irmão à frente do Turismo de Portuigal, devetria criar e negociar uma plataforma com esses grandes mmotores de Busca na WEB - Tui, ETC,e negociar. Esse seria uma forma de promover a região externamente e anagariar turismo de qualidade sem que fosse de massas. Turismo de massas afasta. é preferivel receber menos mas com mais qualidade, que possam deixar mais dinheiro na região e não lixo. Mas claro, são pontos de vista e nem a Turistrela nem a RTSE sabem na verdade o que é turismo de qualidade. Preferem volume a qualidade. A Serra da Estrela, assim não passará de um destino, apenas para classe baixa, sem poder de compra e sem sensibilidade para a manutenção do ambiente. Afugentam assim quem poderia prestigiar oa Região.
Luis Fonseca
Luis Fonseca:
Você tem razão no que diz. Concordo que de facto a Turistrela e a RTSE querem tornar a Região em Turismo de massas e não de qualidade.Que pena! Vamos continuar a ver em Fevereiro e Março filas de carros e de autocarros com gente a deixar só lixo e os que poderaim de facto querer ir fazer ski, sentir a paz da serra vão a ^ª vez e nunca mais voltam. O pior é que vão dizer mal e vira uma bola de neve.
A estratégia da Região de Turismo está errada e caduca. Turismo não é só fazer hóteis e criar pseudo rotas. Será que ninguém do Governo põe esta gente em sentido e lhes começa a exigir outras politicas?é lamentável que o Primeiro Ministro que é de cá não faça nada e não ajude. Ele que vai para a Suiça fazer ski e que sabe o que é qualiidade ambiental e turistica. Não são os chalés que a Turistrela fez que estragam a Serra, mas todo o lixo que por lá se vê. A falta de qualidade do atendimento aos turistas, a falta de informação na Covilhã- principal entrada para a serra das pessoas que vêm de Lisboa e não têm um posto de informação no acesso à serra bem visivel. O existente na Sede da RTSE é dificil encontrar.
Manuel Robalo
Acho que cada organismo deve participar na resolução do problema na medida exacta em que contribui para a sua causa.
Há custos asociados à poluição dos turistas. Estes custos poderiam ser avaliados monetariamente (incluindo, é claro, os custos da sua limpeza) e o valor obtido deveria ser integrado no deve e haver da actividade turística na Serra da Estrela, ou seja, incluido na contabilidade das empresas que vivem mais directamente dos turistas. Do outro modo, o que estamos a fazer é a subsidiar actividades privadas. Porque é que se subsidiam estas e não outras (empresas de laníficios ou agrícolas, por exemplo)?
Esta internalização dos custos ambientais já foi em parte implementada. No passado, os comerciantes da Torre pagavam rendas pelas lojas que exploravam ao PNSE, uma vez que este organismo financiou as obras de recuperação dos edifícios onde elas se situavam. Assim, supostamente, pretendia-se investir uma parte dos lucros gerados pela vinda dos turistas na resolução dos problemas ambientais que causavam. No entanto, há alguns anos, entendeu-se desviar essas verbas para a Turistrela, de forma completamente injustificada. Ou seja, a parte dos lucros que antes ia para o organismo encarregado da gestão ambiental da área protegida, supostamente para ajudar na protecção ambiental, passou a ser entregue à principal instigadora do turismo poluente que temos. É incrível, não é? A isto chamamos liberalismo e livre concorrência...
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