sexta-feira, maio 25, 2007

Bom fim de semana!

Vista para o vale do Zêzere, de perto do cruzamento para Seixo Amarelo e Gonçalo. Na direcção oposta, avista-se parte da albufeira do Caldeirão.

Partindo da Guarda, há um acesso à Serra da Estrela de tal modo deslumbrante, que uma pessoa até se pode esquecer que deseja ir ao maciço central, supondo que seja esse o seu plano. Refiro-me à estrada (municipal?) 18-1, entre Vale de Estrela e Valhelhas.

Alguns quilómetros depois de Vale de Estrela, entra-se no vale da Ribeira de Famalicão, logo a seguir ao cruzamento para Fernão Joanes e Trinta. O meu conselho aqui é: largue o carro e meta-se a pé pelo bosque a dentro!

Carvalhos jovens no meio dos castanheiros

Castanheiros, carvalhos, freixos, cerejeiras. Uma frescura como já não estamos habituados a sentir... Vida por todo o lado. O som dos regatos, o cantar das folhas das árvores ao vento (e cada espécie tem o seu canto). As manchas de luz na penumbra reinante. Os líquenes e o musgo nos troncos... E este ar, este ar como não se encontra em mais lado nenhum...

Preste atenção aos detalhes.
O que mais nos marca numa floresta assim não se pode captar com uma câmara (eu não o consigo, pelo menos). É a atmosfera, o silêncio quase palpável, que não é silêncio, porque se ouvem os pássaros e o vento nas folhas das árvores. Talvez sejam os sons, alterados que ficam pela reverberação nos troncos, de um modo que tem que se ouvir, para se saber do que estou a falar.
Castanheiros que, se calhar, já por aqui "andavam" no tempo do Napoleão.

Uma floresta assim é um direito fundamental, uma necessidade básica. Tão básica que, por vezes, até nos esquecemos da falta que nos faz satisfazê-la.

Bom fim de semana!

6 comentários:

francisco t paiva disse...

Obrigado pela lufada de ar fresco e pelas belíssimas fotografias.

TPais disse...

Há quem diga que uma imagem vale mil palavras...uhm...Por vezes, mas neste caso não fossem as palavras inspiradas do Zé Amoreira fruto do ambiente que sentia, nós leitores não teriamos tido metade do prazer a ler esta prosa!devo dizer que no fim do texto fechei os olhos e relembrei a descrição do local....Fantástico...concordo com o Zé, imagens apenas não captam o necessário mas a lirica ajuda em muito à percepção!
Obrigado Zé, vou anotar este local para lá passar a pé!

Anónimo disse...

Excelente proposta!Bom fim-de-semana...de preferência num local como este!

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Este vale é um daqueles sítios mágicos onde tenho que regressar com tempo e uma máquina fotográfica...o castanheiro é fabuloso, bem como a extensão da mancha florestal; no Verão passado, quando soube do incêndio em Famalicão da Serra, para além de lamentar a perda de vidas humanas (que são sempre o maior dos dramas dentro destas tragédias dos Verões lusitanos), temi que parte desta mata tivesse desaparecido.

Não sei se conheces, mas à saída de Vale de Estrela (no sentido de Valhelhas) existe um cruzamento à esquerda que nos leva a um sítio mágico: um local onde se juntam 3 bacias hidrográficas (a do Mondego, a do Tejo (Zêzere) e a do Douro (Côa)); este local vem assinalado no mapa do Parque Natural (carta militar)...é um sítio magnífico!

Abraço e bom fim-de-semana...

P.s. - vou fazer referência a este texto na Sombra e "roubar-te" a foto do castanheiro...mal posso esperara pelo Verão para ter tempo de o ir fotografar.

ljma disse...

Obrigado a todos pelos elogios! São um pouco exagerados, mas obrigado na mesma.

Pedro, já sabia da existência desse lugar (o da confluência das três bacias hidrográficas) e, da última vez que passei em Vale de Estrela, até vi uma placa na estrada a indicá-lo. Mas ainda lá não fui. A ver se lá dou um salto.

Anónimo disse...

Passei os meus veroes no Seixo Amarelo e ainda agora la vou todos os anos. As vistas do Seixo sao fenomenais e um optimo lugar para descansar!
Miguel

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!