Partindo da Guarda, há um acesso à Serra da Estrela de tal modo deslumbrante, que uma pessoa até se pode esquecer que deseja ir ao maciço central, supondo que seja esse o seu plano. Refiro-me à estrada (municipal?) 18-1, entre Vale de Estrela e Valhelhas.
Alguns quilómetros depois de Vale de Estrela, entra-se no vale da Ribeira de Famalicão, logo a seguir ao cruzamento para Fernão Joanes e Trinta. O meu conselho aqui é: largue o carro e meta-se a pé pelo bosque a dentro!
Castanheiros, carvalhos, freixos, cerejeiras. Uma frescura como já não estamos habituados a sentir... Vida por todo o lado. O som dos regatos, o cantar das folhas das árvores ao vento (e cada espécie tem o seu canto). As manchas de luz na penumbra reinante. Os líquenes e o musgo nos troncos... E este ar, este ar como não se encontra em mais lado nenhum...
Uma floresta assim é um direito fundamental, uma necessidade básica. Tão básica que, por vezes, até nos esquecemos da falta que nos faz satisfazê-la.
Bom fim de semana!
6 comentários:
Obrigado pela lufada de ar fresco e pelas belíssimas fotografias.
Há quem diga que uma imagem vale mil palavras...uhm...Por vezes, mas neste caso não fossem as palavras inspiradas do Zé Amoreira fruto do ambiente que sentia, nós leitores não teriamos tido metade do prazer a ler esta prosa!devo dizer que no fim do texto fechei os olhos e relembrei a descrição do local....Fantástico...concordo com o Zé, imagens apenas não captam o necessário mas a lirica ajuda em muito à percepção!
Obrigado Zé, vou anotar este local para lá passar a pé!
Excelente proposta!Bom fim-de-semana...de preferência num local como este!
Este vale é um daqueles sítios mágicos onde tenho que regressar com tempo e uma máquina fotográfica...o castanheiro é fabuloso, bem como a extensão da mancha florestal; no Verão passado, quando soube do incêndio em Famalicão da Serra, para além de lamentar a perda de vidas humanas (que são sempre o maior dos dramas dentro destas tragédias dos Verões lusitanos), temi que parte desta mata tivesse desaparecido.
Não sei se conheces, mas à saída de Vale de Estrela (no sentido de Valhelhas) existe um cruzamento à esquerda que nos leva a um sítio mágico: um local onde se juntam 3 bacias hidrográficas (a do Mondego, a do Tejo (Zêzere) e a do Douro (Côa)); este local vem assinalado no mapa do Parque Natural (carta militar)...é um sítio magnífico!
Abraço e bom fim-de-semana...
P.s. - vou fazer referência a este texto na Sombra e "roubar-te" a foto do castanheiro...mal posso esperara pelo Verão para ter tempo de o ir fotografar.
Obrigado a todos pelos elogios! São um pouco exagerados, mas obrigado na mesma.
Pedro, já sabia da existência desse lugar (o da confluência das três bacias hidrográficas) e, da última vez que passei em Vale de Estrela, até vi uma placa na estrada a indicá-lo. Mas ainda lá não fui. A ver se lá dou um salto.
Passei os meus veroes no Seixo Amarelo e ainda agora la vou todos os anos. As vistas do Seixo sao fenomenais e um optimo lugar para descansar!
Miguel
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