quinta-feira, fevereiro 22, 2007

(triste)Carnaval na Torre


Este video foi realizado na passada segunda-feira (19-02-07) e mostra o triste espectáculo que se vive no ponto mais alto do Parque Natural da Serra da Estrela por alturas do Carnaval! A verdade é que espectáculos semelhantes se vivem em quase todos os fins de semana de Inverno onde exista neve "qb" para o "sku" e as estradas estejam abertas. Como podem vêr o ambiente é extremamente Natural e qualquer pessoa diria que estamos numa zona protegida ao abrigo de 4 estatutos!!Estou a ser irónico, obviamente! Na verdade, com o nevoeiro que estava era muito facil confundir aquele local com a zona da Expo em hora de ponta e dia de espectaculo. Infelizmente, todo este ambiente (até me custa usar esta palavra neste contexto) só atrai visitantes que não tem um real interesse em conhecer a Serra como ela é mas sim pelo "parque multi-diversões" que ela pode ser, acessivel a todos num estilo urbano de rápido consumo onde tudo se pode ver e comprar.
Na minha opinião, são este tipo de visitantes que não tem qualquer problema em abandonar o material que acabaram de utilizar para "skuar" ou a bandeirinha que o stand da "Milka" andava a distribuir às centenas. São estes os visitantes que que de facto não se importam de esperar 1hora na fila de transito para dar uma voltinha na rotunda da Torre e 20 minutos depois voltar para baixo e seguir para casa. E é o ambiente criado por todos estes visitantes e pelo comércio presente na Torre que afasta aqueles que querem conhecer a Serra como ela é e não pelo potencial "produto" turistico em que ela pode ser transformada.
E não é só a música pimba aos berros e a fancaria que me incomodam neste cenário. Incomoda-me também a quantidade de carros que passam pela Torre em dias como estes! Dei-me ao trabalho de ficar 10 minutos (cronometrados)na rotunda da Torre em frente ao stand da "Milka" e contei todos os carros que ali passaram nesse intervalo de tempo! 100, foram 100 os carros que ali passaram em 10 minutos. Ou seja, 600carros/hora ou 3000 carros/dia se considerarmos um dia útil de 5 horas!! Isto é o mesmo que estarmos a despejar 400 Kg de CO2 num dia, considerando apenas a pequena área da Torre!
Digam-me sinceramente, haverá alguém que considere este cenário benéfico para a Serra da Estrela?Ou mesmo para as suas gentes? Será este o cenário que queremos ver alargar para o resto da Serra com a possivel construção de Casinos em altitude ou outros polos de atracção de multidões...? Para mim NÃO! Este é o tipo de ambiente que eu gostaria de ter na Torre quando a visitasse:

17 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com o que disse, mas anda tudo à volta do assunto que é debatido constantemente nos blogs da serra da estrela, "o que fazer para tirar o trânsito da torre?"..e na minha opinião, infelizmente este cenário nunca irá mudar...Todos "nós" contribuimos pra tal (falo por mim, que quando me desloco a serra da estrela, tambem utilizo o automovel), algumas pessoas para utilizam a estância, outras pessoas que gostam de ver neve...Mas talvez algumas pessoas ao lerem este artigo, em vez de deixaram o saco de plástico ou restos de trenós que se partem,ponham a mão na consciência e levem o lixo para despositar num sitio apropriado! Parabéns e Boa continuação deste bom trabalho desenvolvido por vocês..

TPais disse...

Olá Nuno,
obrigado pelas felicitações!
Apesar de perceber a sua sensação de impotência relativamente à resolução do problema do transito da Torre, não partilho a sua sensação de fatalidade!Não é só o Nuno que utiliza o automóvel para chegar à Torre. Eu próprio tambem o faço mas com cada vez menos frequência, no entanto, este nunca foi o meu principal meio de locumoção na Serra. A verdade é que utilizo a estrada apenas porque ela está lá!Não me faz falta e a maioria das vezes que vou à Serra nem se quer passo pela Torre. Ou seja, a maioria das pessoas utiliza aquela estrada apenas porque ela está lá!
Mas voltando à resolução do problema do transito na Torre. A sua resolução mesmo utilizando medidas pouco extremas é, de facto, bastante simples e evidente. Ou seja, limitar o numero de carros autorizados a circular no percurso Piornos-Torre-Lg Comprida. Esta ferramenta está ao alcance do ICN pela definição de "capacidade de carga" de um determinado local. Quando este valor fosse atingido não seria autorizada a "subida" de mais nenhum veículo. Além do mais, por razões da própria segurança dos condutores, esta medida é particularmente importante na época de Inverno.
Este tipo de medidas restritivas no acesso automovel é utilizado com sucesso há vários anos em Portugal pelas entidades do Parque Natural da Peneda-Gerês nomeadamente na mata de Albergaria e no acesso a determinadas zonas de Vilarinho das Furnas. Nestes casos são utilizadas portagens para controlo do tráfego dentro de determinadas áreas. Como disse estas medidas estão em vigor há vários anos sem prejuizo para as populações locais ou para a actividade económica local. Antes pelo contrário, ao limitar-se o acesso automóvel pelos visitantes em determinados locais, criou-se espaço para um novo nicho de mercado para as populações que oferecem medidas de acesso alternativas a esses locais!
Voltando ao seu comentário Nuno e prometo terminar brevemente pois já vai longo este texto. No que eu deposito menos esperança é na mudança de atitude das pessoas que frequentam a Torre nessas condições porque de facto muitas delas não se importam de encontrar a Serra suja, desde que esta lhes forneça a tão desejada neve.
Deposito mais esperança em acções mais activas por parte das entidades competentes.
Um abraço e muito obrigado pelo seu comentário,

ljma disse...

Obrigado por este vídeo, TPais. É preciso um feitio muito especial para te ires meter na Torre na segunda feira de Carnaval. Não era eu, mesmo que tivesse tido essa oportunidade...

Esta bandalheira desclassificada é, claro, péssima para o ambiente. Mas não só. Isto é tão mau para o turismo, um turismo a sério, com qualidade, que não percebo porque é que se continua a tentar fazer a quadratura do círculo, e o que vou dizer dirige-se também à questão levantada pelo Nuno. Este problema só é difícil de resolver porque se tenta resolver este problema de forma que ele se mantenha. Se quiséssemos, mesmo, acabar com este circo rasca, podíamos:
a) fechar a estrada ao trânsito;
b) (menos radical) proibir o trânsito a partir de determinada hora, em função do número de veículos já presentes no maciço central;
c) colocar portagens nas estradas com acesso ao maciço central;
d) impedir o estacionamento para além de determinada carga;
e) etc, etc, etc.

Quer ver o que chamo a quadratura do círculo, caro Nuno? Ao seguinte: vamos resolver o problema do trânsito na Torre
a) Instalando telecabines de acesso à Torre (está mesmo a ver o pessoal das excursões sair disciplinadamente, pagar o bilhete e esperar pelas cabines, não está? Ou os esquiadores, cheios de pressa, escolherem demorar meia hora [em vez de dez minutos, pela estrada] para chegarem à à estância...)
b) Perfurando túneis por baixo da Serra da Estrela (pois sim, aguardemos...)
c) construindo a tão esperada IP6 com perfil de autoestrada...
d) Com novos acessos ao maciço central como a recém inaugurada estrada de S. Bento (Portela do Arão - Lagoa Comprida), a planeada e espantosamente chamada Estrada Verde, ou a sempre defendida estrada asfaltada Unhais - Nave de Sto António. Claro que mais estradas vão apenas servir para levar mais carros à Torre, mas enfim...
e) Com a ajuda de D. Sebastião, que há-de aparecer do meio das brumas que o TPais tão bem registou

Não, Nuno. O problema do trânsito na Serra é fácil de resolver. O problema é que quando o resolvermos, este circo triste acaba. E isso, não consigo perceber porquê, assusta muita gente.

ljma disse...

Só um acrescento: talvez não sejam muitos os que se assustam com a possibilidade de acabar com este circo degradante. Mas são "os que contam". Porque é que contam? Porque nós o permitimos, porque nós escolhemos não contar. Não é nada connosco. Ou é?

Anónimo disse...

E nem de propósito...por falar neste assunto, deixo aqui o link para um artigo que saiu hoje mesmo no jornal "O Interior".

Ver notícia aqui:
http://www.ointerior.pt/home/verarquivo.asp?ed=374&id=114

Abraço

Anónimo disse...

Uma coisa também e verdade,se quisessem fechar a estrada,haveria soluções para chegar à torre...O ICN podia promover o acesso pedestre (não sei se existem trilhos pedestres, devidamente indicados, e as empresas que desenvolvem essas modalidades,fica mais caro que subir e descer a serra 2 ou 3 vezes de automovel),telecabines, ate mesmo autocarros (sei que existem estancias que promovem o acesso à mesmo por autocarro,n é que considere um resolução total do problema, mas talvez parcial), entre outras variadas formas..Mas depois o grande problema que existe actualmente na torre, vai passar a existir nos piornos.. Espero que daqui a pouco tempo possa ver um video aqui no blog com a torre sem transito..Em vez de a(s) empresa(s) concessionária(s) do turismo no PNSE terem placas a dizer "Aqui vai nascer uma aldeia de montanha", podiam dizer "Proteja a natureza, está-se a proteger a si" e outros variados slogans...Mas infelizmente só pensam em lucros e mais lucros.

Um pequeno à parte, tive oportunidade ver fotografias neste blog e noutros do covão d'ametade, um sitio espectacular, algum dos senhores me podia dar umas dicas como lá chegar se faz favor!?

Anónimo disse...

Desculpem ser chato, mas esqueci-me de comentar um pormenor... TPais você devia ter dito aos senhores promotores da Milka, que os chocolates Milka são oriundos dos Alpes, não da Serra da Estrela..Chega perfeitamente ter que levar com os anuncios publicitários constantemente na TV...Já nem nos meios naturais se tem descanso...

Abraço

ljma disse...

Caro Nuno, obrigado por mais este comentário. Eu concordo consigo, há maneiras de resolver o problema. Também acho que os autocarros não dão, só por si, escoamento a todos os visitantes que a serra tem nestes dias loucos. Mas acho é que este número é exagerado. Mais valia que a Serra fosse visitada apenas por um décimo dos que que agora aqui afluem, mas que esses viessem todo o ano, e que cá ficassem alguns dias, passeando a pé, de bicicleta, a cavalo, de burro, remando, etc, pagando por cada uma destas actividades, pagando pelas pernoitas e pelas refeições... E não pagando apenas a uma empresa. Aposto que seria, em termos regionais, muito mais lucrativo. Um sonho? Porquê?! Nem é preciso ir ao estrangeiro para ver isto, basta chegar ao Gerês...
A questão na Serra é que se "pretende" resolver os problemas causados pelo tipo de turismo que temos, mantendo e intensificando esse mesmo particularíssimo turismo! É claro que assim não vamos lá!

Quanto ao acesso ao Covão da Ametade, é muito simples: de carro, chegando aos Piornos (local do Centro de Limpeza de Neve, entre as Penhas da Saúde e a Torre), vire para Manteigas. Passados dois ou três quilómetros chega a uma curva apertada, com parque de estacionamento, com indicação de que chegou ao Covão da Ametade. Desfrute!

TPais disse...

Olá "Refugio",
obrigado pela dica da noticia. De facto creio que é a primeira vez que vejo o director do Parque defender públicamente e com tanta clareza, o condicionamento do acesso à Torre (peço desculpa se de facto isto já aconteceu antes mas de momento não tenho memória disso). No entanto preocupa-me tambem a observação pertinente que Nuno faz relativamente à transferencia do problema da Torre para os Piornos. Este problema, no entanto, seria em muito menor escala pois estariamos a dilui-lo um pouco visto que na Torre confluem visitantes oriundos de várias encostas da Serra e não apenas dos Piornos. Por outro lado, não concordo que devam ser construidos grandes estacionamentos nestes locais pois estariamos mais uma vez a artificializa-los. O ideal é criar os estacionamentos nas zonas já descaracterizadas e sempre em pequena escala para estimular a procura de acessos alternativos por parte das pessoas!
Nuno, é claro que é fundamental a sensibilização ambiental e esta acção tem que começar nas escolas; "outdoors" a apelar aos visitantes para a recolha do seu próprio lixo deve ser feita o mais junto possivel às zonas urbanas para não descaracterizar a paisagem; alternativamente podem-se usar outras abordagens nomeadamente através de "slogans" visiveis em restaurantes, hoteis, cafés ou outros sitios onde as pessoas possam olhar repetidamente para o "slogan"(tipo mensagem subliminar!!ehhe!).
Quanto ao stand da "Milka",concordo plenamente consigo!Alem de ser no local que é, promove-se um produto estrangeiro quando os produtos regionais, e de melhor qualidade, necessitam de muito mais apoio. Mas não se preocupe porque o comparsa que me acompanhou nesta pequena incursão "Torreana" passou mais de 20 minutos a questionar o responsável local pela marca sobre o enquadramento do stand naquela área e garanto-lhe que lhe pôs a cabeça em água!O pobre do homem no fim acho que o meu comparsa lhe ia levantar um "auto"!!
Nuno, quanto a custar 3 vezes mais subir com um guia, é mais do que natural e do que justo!Por um lado o "gozo" é, no minimo, 3 a 4 vezes maior do que subir de carro e por outro é mais que justo que os guias locais sejam remunerados de forma a reduzirmos o abandono das aldeias e de facto benefeciarmos a economia local(já é tempo!!)
Só para terminar, quanto ao covão da Ametade, a melhor maneira de se chegar lá é uma suave caminhada a partir de Manteigas através do vale do Zezere cruzando moreias de antigos galciares e contrafortes das suas encostas. Depois é só descançar à sombra das suas arvores...
Termino dizendo só o seguinte: Quanto mais gosto as gentes locais tiverem pela Serra mais hipoteses esta terá de se manter original!

"O Padrinho" disse...

Caro Nuno, obviamente o acesso tem que ser de carro pois não há outra alternativa. Considero que um teleférico apesar de ferir um pouco a paisagem minorasse estes problemas ou entãos uns autocaros amigos do ambiente. Enquanto assim não for porque nõ uma introdução de uma portagem que permitisse obter verbas que pudessem ser aplicadas na protecção do meio ambiente.

Excelente post TPais ilustra mesmo aquilo que é a Torre. É por estas e por outras que eu nem sequer me desloco à torre para ver a neve.

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

O problema é aqui, tão só e apenas um, a facilidade com que os portugueses convivem com este tipo de situações; o à vontade com que os portugueses convivem com a confusão, com o lixo, com a algazarra, com o desordenamento...os portugueses acham isto normal, sentem-se bem e confortáveis e não sentem falta de outro tipo de situações, até porque é com isto que convivem nas cidades e vilas portuguesas: caos, falta de planeamento e lixo escondido atrás de cada moita...logo, quando vêm à serra, sentem-se em casa!

TPais disse...

Bem visto Pedro!!
tambem em Katmandu a confusão é total (maior ainda do que aqui) e aparentemente as pessoas vão sobrevivendo!A verdade é essa mesmo, cada vez os Portugueses tem menos contacto com outro tipo de realidades que não as das cidades, por isso se sentem "seguros" em ambientes semelhantes quer seja na montanha ou na praia. Por vezes sentem até uma certa angústia pela falta deste ambiente e o haver menos de 10 pessoas/m2 causa uma certa sensação de insegurança!
Eu acho que nós ainda estamos melhor do que os habitantes de Katmandu mas a urbano-dependencia empurra-nos para lá.
E já se sabe que uma dependencia é o mesmo que uma relação amor-ódio: não gostamos do ambiente das nossas cidades (quem é que não se queixa da sua cidade) mas não conseguimos viver sem ele...
"Padrinho", para começar acho que se deveria introduzir portagens não pagas, apenas para limitar o acesso automovel pois tudo que tenha a ver com dinheiro gera sempre alguma desconfiança entre as pessoas!Comecemos por limitar o acesso e depois partimos daí. Mas o primeiro passo , para mim, deverá ser sempre a limitação do acesso.
Obrigado pelos vossos contributos.

Anónimo disse...

Eh lá, Eh lá. Isto é pimbalheira topo de gama. (não é fácil fazer melhor)

E ainda há quem defenda este modelo turístico-pimba. Carros, milka e musiquinha gay...Assim vamos lá. Só faltam mesmo as roulotes das bifanas e das farturas. Ah, e os carrinhos de choque com o seu brilhante folclore electrónico. (Já faltou mais acreditem…)

Para terminar um grande baile carnavalesco e alegórico com o título: “A NEVE. O projecto ANZOL séc. XXI”, com Jorge Patrone e as suas bailarinas, brilhantemente apresentados por Artur “The Show Man” Costa Pais. (Aqui estou eu a dar ideias a estes iluminados…Espero que não me levem a sério)

Aqui no Torremaquistão, com a quantidade de carros e confusão no estacionamento, os fiscais de EMEL ganhavam o dia. (Alguém tem dúvidas????)

Será que já pensaram fazer um modelo de multas idêntico ao de Lisboa. Ui ui...

Bom fim-de-semana para todos os "arreliados".

nGaspar disse...

Olá a todos!
De facto entristece-me observar um vídeo destes. No fundo o que se passa, é que o povo como nunca vê neve, fica eufórico sempre que caiem dois ou três flocos. Mas este é um problema temporário. Reparem que as previsões sobre o aquecimento global apontam para que cada vez haja menos neve na Estrela. Depois estou a ver o tal passeio domingueiro a repetir-se muitas vezes!
De qualquer das formas, eu aponto uma possível solução, como já disse anteriormente, a reeducação das pessoas. Eu por mim faço o que posso, uma vez que me insiro neste meio por excelência.
Na boa gíria beirã…um grande Bem-haja.

Anónimo disse...

Sr. ljma,
É com muita satisfação que vejo outros visitantes deste blogue a partilhar a minha idéia de vedar o tráfego no planalto da Torre aos carros particulares, a partir de determinada cota, e limitar o acesso a transportes colectivos e meios mecânicos não poluentes, sem excluir o acesso pedestre a partir das aldeias de montanha, designadamente aquelas cujos domínios atingem a Torre a quem competiria, de início, recuperar os antigos trilhos da pastorícia e as canadas de acesso aos campos de cultivo.
A manter-se este statu quo e a concretizar-se a idéia de querem construir "aldeias de montanha" em altitude, vão transferir para aí a confusão da Torre e condenar as típicas Aldeias de Montanha com história e tradições, a perderem a única oportunidade de apanharem o combóio do turismo da Serra da Estrela, com a agravante de terem que suportar os dejectos das "cloacas" existentes, aqui denunciadas e que começam a contaminar as suas ribeiras, outrora puríssimas, logo à nascença.
O autarca da Covilhã, ao pretender denegrir e inviabilizar as telecabines ou o teleférico a partir de Alvoco, gorando, desta feita, uma séria hipótese de sobrevivência dessa aldeia, devia, por uma questão de elementar justiça, reivindicar para o seu concelho o transvase daqueles detritos.
Quem come a carne do festim turístico deve também roer os ossos, não é verdade?
Uma coisa é mais que certa: Se não for àvante esse projecto, devido a interesses monopolistas reinantes, só resta a Alvoco levar uma estrada até à Torre e que, vejam só, pode ser toda construída nos terrenos da freguesia.
Uma vez concretizada, poderá então voltar a cantar uma canção tradicional dos meus tempos de menino e que rezava assim:
"E nós que também lá vamos, mostrar os nossos calções..."
É uma pena, porque lá fica mais uma ferida aberta, de cicatrização difícil até que ganhe patine, num vale que se pretendia preservado, mas pode ser o elevado preço a pagar para que Alvoco não morra vítima de uma política criminosa que se tem estado borrifando para as aldeias serranas, com raríssimas excepções.
Com estas considerações, sei que me arrisco a levar com uma lição de sapiência do amigo Cântaro mas é sempre um prazer ler os belíssimos textos de quem sabe mais do que eu.
Partilho da maior parte das suas apreensões mas custa-me ver Alvoco a definhar e esforço-me para evitar que isso aconteça.
Victor Santos

ljma disse...

Caro Vitor Santos, boa noite!
Olhe, eu acho que compreendo o desespero que é assistir ao definhar económico e social de uma terra ou de uma região. Mas face ao que apresenta como a única saída para Alvoco, eu tenho que dizer, na minha qualidade de turista, que Alvoco é infinitamente mais interessante para uma visita do que a Torre. Desenvolva-se o turismo em Alvoco (e nas outras aldeias vilas e cidades da corda da Serra), um turismo a sério, em vez de se desenvolverem os acessos à Torre que só servem para ver os turistas passar e para afastar os que mais gostariam de aqui permanecer alguns dias, perdendo-se nas maravilhas da serra.
Parece-me a mim que os projectos de "aldeias" ou "minicidades" de montanha de Carlos Pinto, o comércio rasca da Torre ou do Sabugueiro, ou a ideia de que são necessárias estradas pela serra para desenvolver o turismo são várias faces de um mesmo erro. Um erro que tem produzido este turismo toca e foge.
Obrigado pela visita!
Um abraço da Covilhã!

Unknown disse...

OLA!
Parabens!
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ficaremos muito felizes com vossa participação obrigado

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!