No mesmo texto da página 15 do suplemento de domingo do Correio da Manhã de 19 de Dezembro de 2004 que ainda agora citei, o último parágrafo diz o seguinte:
O próximo passo é o acesso à serra em telecabinas, que irão entrar em funcionamento em 2006. "Os projectos estão feitos. Alguns encontram-se mesmo em conclusão. São muito importantes, para que o ar lá em cima seja o mais puro possível, evitando assim que as pessoas tenham que subir à Serra de automóvel, o que é altamente poluente", conclui. Jorge Patrão acredita que estão a conseguir criar um novo destino de turismo: "Existe um produto novo. Há uma antiga e uma nova Serra da Estrela".Imaginemos que nos encontrávamos em Dezembro de 2004, lendo esta notícia na altura em que foi publicada. Imaginemos que nada sabíamos da Serra. Ou seja, esqueçamos os factos, concentremo-nos na notícia propriamente dita. Que podemos concluir do excerto "Os projectos estão prontos. Alguns encontram-se mesmo em conclusão."? Cá para mim, um projecto que está pronto não está no início dos trabalhos, nem em execução, nem mesmo em conclusão, está mesmo é acabado! Assim, quando li o artigo em 2004, cheirou-me que nos estavam a tentar comer por parvos.
Vejamos agora os factos. Na altura em que estas declarações de Jorge Patrão foram recolhidas não havia (e ainda não há) o menor vestígio de início de obras de construção das telecabines.
E acrescento: ainda bem! É que ainda não se ouviu nenhum responsável dizer claramente: "defendo o encerramento definitivo da altamente poluente estrada da Torre quando as telecabinas estiverem em funcionamento". Enquanto não se virem os responsáveis tomarem clara e inequivocamente esta atitude, parto do princípio que esta preocupação sobre a poluição dos automóveis é, apenas, paleio.
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