Esta fotografia, tirada nas proximidades da Vila do Belo Horizonte, sobre Unhais da Serra, mostra uma rede de plástico segura por dois ferros, protegendo um jovem carvalho... Seco. Nesta mesma zona encontramos grandes números destas protecções, como se vê na imagem seguinte.
Trata-se, obviamente, do resultado de um programa de reflorestação. Podemos obter imagens como esta em vários sítios da Serra, por exemplo, na vizinhança da Nave de Santo António. Em alguns sítios, as plantações foram feitas há já perto de dois anos. Tanto quanto pude constatar nas minhas (nada sistemáticas) dembulações, todas estas protecções (como as de outros locais) "protegem" jovens carvalhos completamente secos.
Um esforço de reflorestação sério e consequente deve incluir uma análise crítica do andamento dos trabalhos e dos resultados obtidos. Só assim se pode aproveitar a experiência colhida em novas iniciativas de reflorestação, que venham a ser encetadas pelas mesmas ou por outras entidades.
E como até a lavagem dos cestos é vindima, os promotores da iniciativa devem retirar os materiais que não forem necessários. Neste caso, deviam remover as redes de plástico que já não servem função nenhuma (por terem morrido os jovens carvalhos que protegiam) e também as que não chegaram a ser aproveitadas (vi um "depósito" destas redes atrás do Cascalvo, perto dos Piornos, da última vez que lá passei). É que o vento arranca das suas fixações estas "gaiolas", transformando-as naquilo que efectivamente são: lixo bem intencionado.
6 comentários:
Por acaso, já estive para abordar este assunto no meu blog! Estas plantações deveram-se, na sua maioria (ou mesmo na sua totalidade), à Associação dos Produtores Florestais do Paul, no âmbito do programa Life. Já me tinha apercebido, na zona da Nave de St. António, que muitos carvalhos morreram e que as redes se transformaram em lixo! É pois necessário tirar ilacções quanto à técnica de florestação e fazer alguma coisa relativamente às redes...o processo em si não estará errado, tenho visto noutras zonas do país, nomeadamente em Trás-os-montes, bastantes castanheiros plantados desta forma e com sucesso, mas neste caso é preciso reavaliar!
Também suspeitava que se tratava de programa life da APF Paúl. Pois é como dizes, é necessário reavaliar. E para revaliar é necessário acompanhar.
Acho que isto foi uma coisa boa, mas temos que reconhecer que não deu certo. É preciso identificar o que não correu bem, não por derrotismo, mas para não se cometerem os mesmos erros no futuro.
Eu que ate nem sei nada dessas coisas da florestacao, so queria colocar uma ideia, nao creem que seria tanto ou mais vantajoso, que em vez de plantar carvalhos, (que pelo que vejo poucos sobreviveram) semear bolotas?
E que aqui nesta America onde vivo, tenho carvalho em embora de especie diferente, se me nao acautelar so das bolotas que caem ja tinha uma floresta no quintal.
Isto digo eu que nao estudei na relacionado com a area florestal.
A ser implementado este tipo de reflorestacao, nao seriam necessarias as benditas redes de plastico.
Olá al!
Olhe, eu também não percebo disto das florestações (mas ando a aprender aos poucos, com ajuda dos amigos). Parece-me que o plano inicial dos Amigos da Serra da Estrela (ASE), os promotores da iniciativa, era a plantação de carvalhos jovens, para o que seriam necessárias as tais protecções. Mas agora estão convencidos das vantagens da sementeira, e é por aí que se vai avançar. Para já, agora em Outubro e Novembro, temos que apanhar bolotas. Milhões de bolotas. (Eu já tenho perto de 2kg, apanhados com os meus filhotes durante um passeio de bicicleta aqui nas redondezas de casa.)
Mas, faça-se uma plantação ou uma sementeira, as cabras constituem um risco grave para os carvalhos, pelo menos enquanto estes não atingirem um certo porte. Este risco tem que ser considerado, pois pode levar ao fracasso total da iniciativa...
Pois caro amigo so tenho que louvar-lhe a iniciativa, quanto as cabras creio que nao tera que preocupar-se muito, cada vez ha menos. Agricultura e pastoricia parece que nao e coisa que agrade as novas geracoes, la teram as suas razoes.
Um abraco do lado norte da "Serra"
Caro Al,
o seu a seu dono, esta iniciativa (a do milhão de carvalhos) não é minha, é da Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE), de Manteigas. Por acaso, até sou sócio mas, como vivo na Covilhã, não participo muito intensamente na vida desta associação. Estou a ajudar na medida das minhas possibilidades na parte da divulgação, espero contribuir com algumas bolotas e também talvez na parte da sementeira, logo se vê.
Se muitos fizermos um bocadinho, no final há-de ficar muito trabalho feito. Oxalá!
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