... [Fernando Matos] adiantou que existem zonas cuja inclusão na área protegida já não se justifica, dada a sua "degradação e ausência de valores naturais assinaláveis".Deixem-me realçar a parte que me interessa: existem zonas cuja inclusão na área protegida já não se justifica.
Não sei se esta parte, a que realcei, terá mesmo saído da boca de Fernando Matos, se terá sido sugerida implicitamente, ou se, pura e simplesmente, foi invenção do jornalista que colheu as declarações. Seja como for, o que esta frase diz é que, no passado, se justificava a inclusão destas zonas na área protegida porque, então, tinham valores naturais assinaláveis. Ou não é isso?
5 comentários:
É pois. O tempo verbal assim o indica. Mas como andam por aí pessoas com uns dicionários diferentes dos nossos....
Eu quando li a entrevista fiquei convencido que tinha sido Fernando Matos a proferi-la e apesar de concordar que realmente determinadas áreas tem tudo menos de Naturais fiquei verdadeiramente preocupado!!É que pelo andar da carruagem terão de ser revistos anualmente os limites do Parque pois as zonas em risco de degradação,desnaturalização ou urbanização (como lhe queiram chamar) progridem a olhos vistos em todas as vertentes do PNSE. Ou seja, não se impede que essas zonas sejam sucessivamente degradadas e depois do facto consumado acaba-se por exclui-las da protecção que inicialmente deveria ter existido!! Isto é de uma incompetencia de bradar aos céus!! Apagam-se os erros cometidos não pela sua correcção mas sim por deixarmos de os considerar errados!!
Acho que já vai aqui uma grande confusão, mas para quem entendeu o que escrevi concerteza se sentirão indignados com afirmações semelhantes às proferidas por Fernando Matos
Pois, Tiago, passou-te pela cabeça o mesmo que a mim. Em vez de se proteger a área, reclassifica-se. É muito mais fácil e barato!
A Quercus, a LPN e os amigos da Serra da Estrela acham que as zonas fronteira das áreas protegidas devem ser também protegidas, com um regime menos exigente, de modo a que possam servir como zonas de transição ou de tampão. (Parece-me que isto é ponto assente na teoria da definição de zonas protegidas). O PNSE está necessitado de zonas tampão não só na sua fronteira exterior, como também nos inúmeros focos de "desenvolvimento" no seu interior. É o que Jorge Patrão (presidente da Região de Turismo) chama "núcleos de recreio", sendo recreio, para ele, urbanizações, hotéis, centro comercial, barzinhos, discotecas e casino. Alguns já existem (as Penhas da Saúde, a Torre) outros nem pouco mais ou menos (Portas dos Hermínios, Piornos) outros têm ainda a possibilidade de se desenvolverem numa direcção positiva (Vale do Rossim).
Se juntarmos a estes focos de infecção as estradas para o maciço central que praticamente todas as freguesias da Serra entendem ser ab-so-lu-ta-men-te necessárias para "alavancar" o desenvolvimento (que desenvolvimento?) e impedir a desertificação (como?), está-se a ver para onde o PNSE caminha, a passos largos... Ainda se houvesse esperança de que esta redução da área do parque acompanhasse um intensificar do entusiasmo e do rigor com que o parque cumpre as suas funções...
~Não será possivel dinamizar uma conferência de imprensa pelas organizações ecologistas e outras ong´s com cobertura televisiva para chamar os "burros" pelos nomes e desmascarar as posições de turistrelas e afins. Desmistificar de uma vez por todas a urbanização e o alcatrão como forma de pesudo -desenvolvimento. É fundamental confrontar directamente o "poder" com câmaras a assistir.
Caro anonymous, também me parece que uma coisa assim seria bem boa. Tem havido algumas intervenções junto da imprensa, por parte dos Amigos da Serra da Estrela, da Quercus, da LPN e outras associações e ONGAs. Talvez fosse útil dar mais consistência a estas intervenções, coordenando-as ou conjugando-as. Mas, quanto a mim, o mais grave não é esta anunciada redução da área do PNSE. O pior são os projectos de urbanizações e estradas, de ampliação da estância de esqui, da criação de novos "núcleos de recreio", etc, etc, etc. Isso é que me assusta, e é quanto a isso que mais necessária e urgente me parece a coordenação das iniciativas dos ambientalistas.
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