terça-feira, julho 18, 2006

Incêndios

Referi no último artigo que me parecia que o PNSE tinha, devido aos incêndios, perdido uma "percentagem muito, muito razoável" do seu coberto florestal.
Hoje possso concretizar um pouco melhor. É que, por acaso, ando a ler o livro "Portugal: o vermelho e o negro" de Pedro Almeida Vieira, sobre a recorrente problemática dos incêndios. Aproveito para recomendar vivamente esta leitura. Pode também dar um salto ao blog do autor.
Citando dados do Instituto de Conservação da Natureza, Pedro Almeida Vieira informa na pág. 229 (cap. A ruína das jóias da coroa) que, desde 1992, arderam no PNSE 58000 ha. Só nos anos de 2003 e 2005, "foram-se" 20000 ha. A área total do PNSE é de cerca de 101000 ha. Ou seja, mais de metade do seu território ardeu nos últimos 14 anos. Foi a região protegida mais fustigada tanto em termos absolutos como em termos relativos.
Catastrófico para o ambiente, catastrófico para a paisagem, catastrófico para o turismo.

1 comentário:

João disse...

Sem dúvida José, esse é um número bem presente e sobre o qual pretendia fazer uma referência, Parabéns mais uma vez pela pertinência da informação, o PNSE está verdadeiramente a saque, defender esta região natural é para mim e para muitos, e sei hoje através deste "movimento" bloguista, uma forma de estar e um sentimento para além de quaisquer interesses mais obscuros como muitos por vezes querem fazer crer, vivo na Montanha e dói-me a alma quando a vejo cada vez mais ser dilacerada com o objectivo de a transformar num pseudo-suburbio de toda uma presumivel comunidade urbana que se quer afirmar achando que a diferença entre litoral e interior se esbate com a perda da sua própria identidade, achando que o assumir dessa mesma identidade nunca trará viabilidade económica / social á região...

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!