domingo, junho 11, 2006

Uma semana de introspecção

1. Reconheço que não coloquei da melhor maneira a questão do bikepark. Não que tenha chegado à conclusão que não tinha razão em cada uma das coisas que disse, acho é que o disse de forma que não convida à reflexão, mas antes à reacção. Quem quer cativar aqueles que acha que têm telhados de vidro não deve atirar pedras ao ar... Não o deve fazer, sobretudo, quem tiver calcanhares de Aquiles.
2. O turismo na Serra da Estrela está mal organizado. Para mim, isto é uma verdade evidente, cristalina. Podemos comparar com o turismo de montanha noutros países, que não vive apenas do esqui e dos bikeparks. Ou podemos comparar com o Gerês. Qualquer destas comparações deixa a Serra da Estrela envergonhada. A culpa deste estado de coisas não é da Turistrela. Ou melhor, não é só da Turistrela. Não é só da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE). Não é só das autarquias. Não é só do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE). Não é só dos comerciantes do queijo e fancaria. Não é só do Cântaro Zangado. Não é só das populações em geral. Não é só do Governo. É de todos. Mas não o é de todos equipartidamente.
3. A protecção do ambiente da Serra não existe ou praticamente não se nota. A culpa não é só da Turistrela, nem da RTSE, nem das autarquias, nem do PNSE, nem dos comerciantes do queijo e fancaria, nem do Cântaro Zangado, nem das populações em geral, nem do Governo. A culpa é de todos. Mas não o é de todos equipartidamente.
4. Os dois aspectos que acabo de referir só me dizem respeito na medida em que tornam a Serra cada vez menos atractiva para a prática das actividades que me agradam e que quero continuar a praticar na Serra.
5. O que é que cada um pode fazer, na medida das suas responsabilidades pelo estado das coisas e na medida do seu interesse no estado das coisas, para que elas mudem, para melhor, nas várias vertentes do problema, nomeadamente nas duas referidas, a da oferta turística e a da protecção ambiental? Repito, noutros termos: o que é que é legítimo esperar das várias entidades públicas e privadas com responsabilidades na organização e futuro da Serra da Estrela? Repito, ainda noutros termos: até que ponto têm essas entidades cumprido as suas funções?
6. As respostas que a tenho chegado para estas questões são a razão da existência do Cântaro Zangado. Não acredito que seja eu o mais habilitado ou o melhor informado para fazer esta análise. Acredito é que alguém devia começar a fazê-la.

Sem comentários:

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!