"Choquei" por acaso com esta notícia, na Rádio Boa Nova de Oliveira do Hospital.
25/05/2006 - Sistema de Realidade Virtual da Serra da Estrela
A SIQUANT encontra-se a desenvolver um Sistema de Realidade Virtual da Serra da Estrela (SRV-SE), encomendado pelo Município de Seia para o Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE). O SRV-SE é um sistema multimédia que permite navegar pela Serra da Estrela, explorando e visualizando conteúdos 3D, proporcionando uma visita virtual em tempo real a este importante espaço natural e histórico-cultural de Portugal. O SRV-SE constitui um exemplo importante do uso das tecnologias de Informação Geográfica e de Realidade Virtual para o desenvolvimento de aplicações turísticas modernas. A realidade virtual é uma tecnologia capaz de ultrapassar várias das limitações que caracterizam os outros meios de disseminação de informação (ex.: brochuras) ao permitir iludir os sentidos através de um conjunto de sensações, tais como a visão, a audição, e o movimento, transportando o utilizador para dentro de um “mundo, espaço” virtual. Para a execução deste projecto, a SIQuant coordenou uma equipa multidisciplinar, tendo sido responsável pela produção do Sistema de Informação Geográfica e deu apoio ao desenvolvimento da aplicação de realidade virtual. Contou com a participação do INESC-ID/DIGraSys, responsável pela programação da aplicação de navegação e visualização de realidade virtual, com a Caixa d’Imagens, responsável pela produção dos quiosques multimédia e conteúdos 3D, incluindo o filme e com o IST/DECivil, responsável pelo desenvolvimento da aplicação de consulta da informação geográfica com base no Google Earth. O SRV-SE foi desenvolvido com base em produtos da tecnologia de Realidade Virtual EON Studio e do Google Earth, sendo ainda significativamente parametrizável e extensível.
Alguém de fora poderá estranhar que por trás desta iniciava não se encontrem entidades com funções especificamente turísticas, isto é, a Turistrela e a Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE). Abençoada ignorância. Nós por cá sabemos perfeitamente que é muito mais provável estarem os responsáveis daquela empresa e deste organismo público entretidos a desenhar urbanizações, novas estradas e ampliações selvagens da estância de esqui, ou a planear folclorices como a da neve no Rock in Rio...
Vá-se lá saber porquê, em Seia há a ideia (pelo menos aparece frequentemente em blogs de senenses) de que o desenvolvimento do turismo passa pela Turistrela, e que não há direito que esta empresa aposte apenas na vertente sudeste. Ainda bem que o CISE e a Câmara de Seia não se ficam pelos resmungos, porque, como se vai tornando cada vez mais evidente, o que passa pela Turistrela & friends é a estragação do espaço, a desordenação do turismo, a degradação das paisagens. Felizmente, do lado noroeste, ainda vamos notando algumas iniciativas razoáveis. (Mas ele há outras, como a defesa intransigente da estrada para a Torre... Enfim.)
Srs. responsáveis (autarcas, presidente da RTSE, administradores da Turistrela, Coordenador da Acção de Base Territorial da Serra da Estrela e outros), como vêm, o Cântaro Zangado alegra-se com pouco: basta uma no cravo de vez em quando, que ele logo esquece, contente, as tantas (mas tantas!) que caem na ferradura...
4 comentários:
Em vez de fazer uma estrada e, porque ja existe uma, porque nao melhora-la e arranjar formas de condicionar o transito, para evitar aglomeracoes na torre?
Al, viva!
Imagino que os "responsáveis" (alguns, pelo menos) responderiam à sua pergunta com uma longa dissertação, cheia de siglas rodoviárias como IP e IC, e outras europeias, FCS, FEDER, INTERREG, e eu sei lá mais o quê, em que o tentariam convencer, se tivesse pachorra para ler aquilo tudo, que o que faz falta para ordenar o trânsito na Serra são... mais estradas! Não acredita? Leia as contribuições de Lemos dos Santos (coordenador da Acção Integrada de Base Territorial da Serra da Estrela) no blog Tráfego na Serra da Estrela.
Concordo com muito do que aqui o Cantaro diz, mas no que toca à estrada para a Torre, continua a gostar dela aberta...
Perfiro a estrada que já cá está, doque os teleféricos, parques de estacionamento, ...
Deveriam era proíbir o estacionamento na Torre de carros particulares e usarem os parques nos piornos e na lagoa comprida, para a ligação de autocarro, que a ser feita, deveria ter inicio logo na Covilhã e em Seia, pois só assim retiraria mesmo os carros da Serra.
Quanto ao tema do post, fiquei curioso com este modelo da serra em RV. Será que vai depois ser disponibilizado gratuitamente ou a baixo custo?
Gostava que isso tivesse informações como o nome das diferentes zonas, barragens, ribeiros, ... para pessoas como eu, que até vão conhecendo mais ou menos a serra (e não é de carro) mas que não sabe o nome da maioria dos covões, ribeiros, ...
Dar-me-ia muito jeito, a ver se aprendia um pouco mais.
Rui, sei apenas o que está na notícia.
Estou de acordo consigo a 99,9%, quanto ao que diz sobre a estrada da Torre. Essa é a maneira mais lógica, mais evidente, mais barata, mais fazível, mais viável e, sobretudo, mais promissora de ordenar o trânsito na Serra e evitar o circo dos fins de semana com neve. Claro que, se me quiserem fazer a vontadinha toda, para eu ficar mesmo, mesmo contente, a 100%, fechem a estrada, usem os tratores para a "apagarem" e semeiem vegetação na cicatriz, para sarar mais depressa... Obrigado pela contribuição.
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