sexta-feira, novembro 23, 2012

Escalada e protecção ambiental em Espanha

Uma notícia que li na Desnivel al día (clique no texto para a ler na íntegra, mas a ligação pode não ser permmanente):
RESTRICCIÓN TEMPORAL EN LOS SECTORES CABRITO Y METECAÑA

Regulación a la escalada en Desplomilandia (El Chorro)

Tras meses de reuniones en la Delegación Provincial de Málaga y de trabajo de campo realizado por la AAEE (Asociación de Escaladores Andaluces) con los técnicos de Medio Ambiente, se llega a un acuerdo para la regulación en la zona de Desplomilandia (El Chorro). Queda prohibida la escalada en los sectores Tajo del Cabrito y Metecaña desde el 15 de enero hasta el 31 de julio.

Ou seja, elementos de uma associação de escalada andaluza mantiveram, durante meses, reuniões (numa delegação do governo autónomo da Andaluzia) e trabalhos de campo com técnicos de uma agência de protecção ambiental para definirem um regulamento que compatibilizasse a prática de escalada com a salvaguarda dos valores ambientais numa determinada falésia. Chegou-se a um consenso, e proibiu-se a escalada durante o período de nidificação de uma dada espécie de ave, numa zona bem definida dessa falésia.
Vemos assim, mais uma vez, que em Espanha os serviços de protecção ambiental explicam que valores consideram ser ameaçados pela prática de escalada e acordam com os praticantes os regulamentos necessários para salvaguardar esses valores. Pelo que tenho podido ler, raramente se opta por uma proibição pura e simples da escalada.

Cá na Serra da Estrela, os serviços do Parque Natural proibiram a escalada, permanentemente, em todos os sítios onde ela tradicionalmente se pratica. Ninguém explica que valores concretos se considera serem ameaçados pela escalada, com ninguém foi discutido fosse o que fosse.
Assim se protege o ambiente serrano das taaaão impactantes práticas da escalada e do montanhismo, mas deixando-o exposto (seja por autorizações ou apenas por ignorância) a tudo o resto: asfaltações, construções, parques eólicos, pistas de esqui, barragens, cabos de alta tensão, zonas de caça, parques de estacionamento, deposição de sal nas estradas (que, juntamente com os plásticos dos turistas, escorre para algumas das paredes onde é proibida a escalada), minicidades e o que mais vier. Isto é que é protecção ambiental a sério!

1 comentário:

Anónimo disse...

Quem dera que por cá existissem este tipo de cabeças pensantes. Por um lado, alguma entidade realmente competente que desse voz aos praticantes de actividades de montanha e por outro lado, uma entidade de protecção ambiental que realmente soubesse trabalhar. Infelizmente, por cá impera o autismo crónico e a estupidez militante. Temo não estar a ser justo com algumas excepções mas, lá está: a excepção confirma a regra!

Paulo Roxo

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!