Tiago, isso faz lembrar o que o Niels Bohr (um dos pais da Física Quântica) dizia da Física Quântica: "Quem disser que compreende a Física Quântica, quem não se sentir perturbado com a sua essência, é porque não a estudou o suficiente ainda". imagino que ele não queria dizer que quem não percebe nada de Mecânica Quântica é que é especialista em Mecânica Quântica...
Outra frase mesmo esquisita, é uma pergunta clássica do budismo zen: "Qual o som das palmas batidas por uma mão só?"
A frase que dá o título ao post até nem é muito esquisita. Foi tirada do refrão de uma cançao do António Variações, uma em que ele tenta mostrar a constante insatisfação que sentia, a necessidade de ir mais longe, de não ficar parado, de procurar sempre novas realidades, desafios.
Eu usei-a mais para desabafar da minha vida profissional e pessoal que, estando aqui tão perto de locais onde me sinto tão bem, não tenho podido tirar umas tardes ou manhãs para neles me perder. Como o que mostro na fotografia do post, tirada ontem numa escapadinha de alguns minutos à hora de almoço.
Agora esquisito, mesmo, é eu ter sentido uma inspiração vinda de um cançonetista que sempre detestei, antes e depois da sua morte. As canções do António Variações eram quanto a mim musicalmente infantis e as letras, mesmo refletindo problemas universais da condição humana, eram de um imediatismo que as tornavam para mim desinteressantes. Quanto a mim, o António Variações tentava mascarar as suas limitações musicais e poéticas com pose, com estilo, com roupas. Mas isso nunca me interessou. Nem em músicos que me agradam, como o Peter Gabriel (que também se preocupa muito com o "visual", mesmo se noutro estilo), nem nos que considero (desculpem-me os muitos fãs do Variações, mas gostos cada um tem os seus) pretensiosamente foleiros.
Bem, eu até gosto das letras do Variações apesar de concordar com a parte primária, se compararmos, por exemplo, com as letras do Zeca Afonso, ou do Sergio Godinho, perfeitamente geniais e recheadas de significado. No entanto, penso que o António Variações teve a coragem de ser diferente numa época em que o preconceito e a mediocridade tinham ainda mais expressão que nos dias de hoje (apesar de pouco ter mudado, a julgar pelo abandalho na Serra da Estrela).
5 comentários:
se só estás bem onde não estás, terás que te ir embora de onde estás, ou seja, não páras em lado nenhum, pois estás mal onde estás.
"Frase esquisita", aqui está mais uma para pensar:
"Quanto mais sei, mas sei que nada sei"
eheh!
Abraço e boa semana!
Tiago, isso faz lembrar o que o Niels Bohr (um dos pais da Física Quântica) dizia da Física Quântica: "Quem disser que compreende a Física Quântica, quem não se sentir perturbado com a sua essência, é porque não a estudou o suficiente ainda". imagino que ele não queria dizer que quem não percebe nada de Mecânica Quântica é que é especialista em Mecânica Quântica...
Outra frase mesmo esquisita, é uma pergunta clássica do budismo zen: "Qual o som das palmas batidas por uma mão só?"
A frase que dá o título ao post até nem é muito esquisita. Foi tirada do refrão de uma cançao do António Variações, uma em que ele tenta mostrar a constante insatisfação que sentia, a necessidade de ir mais longe, de não ficar parado, de procurar sempre novas realidades, desafios.
Eu usei-a mais para desabafar da minha vida profissional e pessoal que, estando aqui tão perto de locais onde me sinto tão bem, não tenho podido tirar umas tardes ou manhãs para neles me perder. Como o que mostro na fotografia do post, tirada ontem numa escapadinha de alguns minutos à hora de almoço.
Agora esquisito, mesmo, é eu ter sentido uma inspiração vinda de um cançonetista que sempre detestei, antes e depois da sua morte. As canções do António Variações eram quanto a mim musicalmente infantis e as letras, mesmo refletindo problemas universais da condição humana, eram de um imediatismo que as tornavam para mim desinteressantes. Quanto a mim, o António Variações tentava mascarar as suas limitações musicais e poéticas com pose, com estilo, com roupas. Mas isso nunca me interessou. Nem em músicos que me agradam, como o Peter Gabriel (que também se preocupa muito com o "visual", mesmo se noutro estilo), nem nos que considero (desculpem-me os muitos fãs do Variações, mas gostos cada um tem os seus) pretensiosamente foleiros.
Bem, eu até gosto das letras do Variações apesar de concordar com a parte primária, se compararmos, por exemplo, com as letras do Zeca Afonso, ou do Sergio Godinho, perfeitamente geniais e recheadas de significado.
No entanto, penso que o António Variações teve a coragem de ser diferente numa época em que o preconceito e a mediocridade tinham ainda mais expressão que nos dias de hoje (apesar de pouco ter mudado, a julgar pelo abandalho na Serra da Estrela).
Abraço.
Paulo Roxo
Pois, Paulo, concordo contigo. Mas continuo a não gostar das canções do António Variações... Paciência!
Abraço
Enviar um comentário