segunda-feira, abril 21, 2008

O nosso impacto

O Público de Quinta Feira passada trazia um artigo sobre o mundo de biodiversidade na cratera do atol de Bikini, onde os EUA fizeram testes com bombas de fusão nuclear em 1954 e que por isso mesmo tem sido, desde então, uma zona de acesso interdito.
No mesmo sentido, a zona de Chernobyl, evacuada há 20 anos na sequência do mais grave acidente em centrais nucleares de sempre, é hoje, segundo diz Alan Weisman no seu livro "O mundo sem nós", uma zona de grande pujança natural. As florestas cresceram, os veados e lobos regressaram, por todo o lado a natureza retomou o seu domínio.

Será que a variável relevante nestes dois casos é a existência de elevados níveis de radiação? Não. A mortalidade dos animais de Chernobyl é maior do que no resto do mundo. Por outro lado, outro paraíso natural referido por Alan Weisman, e um onde os níveis de radiação são os normais, é a zona de exclusão entre as duas Coreias, uma estreita faixa com quatro quilómetros de largura por duzentos e cinquenta de extensão, ladeada por dois exércitos vigilantes e em estado de prevenção constante.

Não, não são os altos níveis de radiação que fazem bem à natureza; são os baixos níveis de exposição ao homem. Por isso, pergunto se teremos mesmo que ocupar intensamente todos os espaços, até os que resolvemos declara áreas protegidas? Mais em particular, teremos mesmo que continuar a "desenvolver" (entendendo-se com esta palavra o que ela tem significado cá em Portugal) a Serra da Estrela?

A foto acima mostra um cavalo de Przewalski, raça selvagem que prospera na região de Chernobyl. Retirei-a daqui.

10 comentários:

Anónimo disse...

Um site que retrata muito bem a situação em Chernobyl é: http://elenafilatova.com/

Anónimo disse...

E este aqui retrata muito bem que de Espanha nem bom vento nem boas pr�ticas ambientalistas, apesar de insistirem em bater palmas quando apontam "dignificativos exemplos de algibeira" para darem alguma credibilidade �s suas opini�es.

http://diario.iol.pt/sociedade/portugal-nuclear-ministerio-do-ambiente-central-nuclear-ambiente-espanha/877574-4071.html

TPais disse...

Caro anónimo, são tão "exemplos de algibeira" aqueles que são aqui referidos como este que o Penhas, desculpe, o anónimo acaba de referir. Se os exemplos aqui referidos não fazem a regra porque há-de fazer este sobre um incidente com uma central nuclear que acaba de referir?
Felizmente, Portugal não possui nenhuma central nuclear mas acredito que este facto se deverá mais a uma questão de deficit financeiro do que propriamente a uma estratefia politica de não proliferação de centrais nucleares de energia.
Em resumo, concerteza os Espanhois não são santos imaculados no que toca à politica ambiental mas lá que tem mais e melhores exemplos de desenvolvimento sustentável, ai isso teem. E a isto não estará alheio, a meu ver, o facto de terem uma sociedade civil muito mais mobilizada/ora e sensivel à necessidade da preservação ambiental como vector de desenvolvimento economico em diversas zonas naturalmente vocacionadas para isso.
Até breve

Anónimo disse...

P: Qué medidas deberían tomarse para luchar contra el cambio climático?
R: Mas centrales nucleares, no producen CO2 pero si unos residuos rediactivos.
Ducharse con agua fría, suprimir ascensores, ir caminando a todos los sitios, fuera electrodomésticos, etc.
Fomento de energías renovables.Uso de energía nuclear.Restricción del vehículo particular y electrodomésticos superfluos (aire acondicionado, lavavajillas,secadoras,etc).
Además de otras cosas, que los tractores y otras maquinarias agrícolas funcionen con energía solar. Menos CO2 para las tierras.
Apagar las luces en cuanto amanezca. Y no navegar por páginas porno.
Primero empecemos por desacelerar todo el desarrollo insostenible que lleva teniendo España estos últimos años ya que indirectamente influye en el cambio clímático.
Entre otras: Controlar la natalidad. Destinar la ingente cantidad de dinero que se dedica a armamento a medidas de mejora medioambiental.
Pues yo no pienso ahorrar en el baño de mi niña mientras haya en este país más de medio millon de piscinas de agua potable.
Que los capitalistas y los ecologistas dejen de molestar a los que quieren arreglar las cosas de modo sincero y positivo. Hay que alimentar a mas de 5000 millones de personas.
Quitar todas las calefacciones i aires acondicionados del corte ingles y carrefours y centros comerciales y prohibirles estar con las puertas abiertas.
Eliminación de todo el tráfico aéreo mundial.
El impacto ambiental, mayor o menor,es una característica de todas las actividades humanas, por eso el control poblacional es uno de los requisitos para salvaguardar el ambiente.
Pricipalmente aquellos que siguen queriendo inflarse los bolsillos de dinero deberían irse a vivir a otro planeta y dejarnos al resto vivir en paz.
La gran mayoría de las soluciones que se aportan o son brindis al sol o no tienen que ver nada con el cambio climático. Por favor estamos en la era del conocimiento.
Hacer centrales nucleares para paliar el problema energético y dejarnos de chominás de biocarburantes que la hambruna nos va a comer a nosotros.
El cambio climatico es un timo que utiliza el miedo para espoliar a los ciudadanos mientras se forran unos cuantos y se evita el desarrollo del tercer mundo.
Crear conciencias? Qué estupidez. La conciencia es el problema. Lo que yo haría, y haré, es escaparme a un sitio limpio, agradable y solitario y procrear allí, lejos de mis semejantes y sus pocilgas.
Manipular el reloj biologico y retroceder, devolvernos al estatus de simio y mantenernos sin evolucionar.
No hay nada que hacer. Pero no se acaba el planeta ni la vida, sólo la Humanidad; y tampoco se pierde tanto.Queríais existir eternamente?

Viva la España !!!

TPais disse...

É um bom texto satírico se lermos com a dose de ironia que lhe é atribuida. Pelo menos assim o interpreto. Toca de uma forma mordaz no modus-vivendi da actual sociedade. Serve para reflectir não para agir!

Anónimo disse...

Esqueci-me de referir, que não se trata de um texto por si só mas um conjunto de algumas das inúmeras respostas obtidas num inquérito produzido e publicado recentemente no "El País" e que demonstra o
alheamento da sociedade civil espanhola ás questões ambientais.

Concordo, que as extensas respostas a este inquérito sirvam não para agir mas para refletir.

Mas se seguir atentamente e com frequência muito do publicado na imprensa espanhola, verificará que..."terem uma sociedade civil muito mais mobilizada/ora e sensivel à necessidade da preservação ambiental"...é um conceito ultrapassado e plenamente errado.

O facto Tiago Pais, é que na sua opinião a galinha da vizinha é sempre melhor q.. . .....!

TPais disse...

Anonimo disse: "O facto Tiago Pais, é que na sua opinião a galinha da vizinha é sempre melhor q.. . .....!";
Eu digo: Não, não é um facto, é uma interpretação sua, legitima, mas que não corresponde ao meu posicionamento sobre os factos da vida.

Anónimo disse:"e seguir atentamente e com frequência muito do publicado na imprensa espanhola, verificará que..."terem uma sociedade civil muito mais mobilizada/ora e sensivel à necessidade da preservação ambiental"...é um conceito ultrapassado e plenamente errado"
Eu digo: continua a ser a sua apreciação, legitima, e que mais uma vez difere da minha.
Eu sigo atentamente a imprensa espanhola mas em particular sigo as acções do movimento ambientalista em Espanha nas suas diversas vertentes e concluo que estão e são muito mais mobilizaveis para qqer causa, não só ambiental mas tambem do que a sociedade Portuguesa. Prefiro seguir acções do que noticias na imprensa que impõem sempre um filtro proprio da realidade. Se não vejamos um inquérito recente que diz que os Portugueses são dos Europeus a 27 que mais se preocupam com as causas ambientais e o aquecimento global! Não preciso de ler nada, basta-me a minha experiencia diária para concluir que este inquérito não reflecte a realidade das acções da maioria dos Portugueses.

Claro que a galinha da vizinha é tanto mais feia ou bonita quanto a nossa o for nos mesmos adjectivos. O que quero com isto dizer é que tendo em conta um ideal de mobilização e sensibilização ambiental ou mesmo tendo em conta estes factores noutros países, podemos chegar à conclusão que as galinhas Espanholas não são tão bonitas quanto a partida poderiam parecer, mas continuo a dizer que dentro do panorama do galinheiro ibérico, as galinhas Espanholas são bem melhores que as nossas! Perdoe-me a analogia galinacea mas a foi o anonimo que a introduziu ;)
Abraço

TPais disse...

Já agora anónimo, tenha a gentileza de indicar o link web, se estiver disponivel, desse tal inquerito no ElPais.
É que esse seu esquecimento não terá sido tão inocente como isso...!?ou estarei errado?
Bom fim de semana

ljma disse...

Por acaso, eu concordo com o Tiago. Acho mesmo que a sociedade espanhola é mais participada e tem maior capacidade de mobilização do que a portuguesa. Talvez tenham menor capacidade de o demonstrar em sondagens e inquéritos?...

Mas, de facto, isso pouco importa. Isto é, pouco me importa que os exemplos sejam espanhóis, brasileiros, portugueses ou da conchichina. Quando aqui damos exemplos de medidas ou atitudes que consideramos positivas, não pretendemos demonstrar a intrínseca bondade ou ruindade desta ou daquela nação, população, região ou grupo.

De tal forma assim é que até já apontei, neste blog cuja palavra de ordem é "Algarvear a serra da Estrela? Não, obrigado", um exemplo positivo vindo do... Algarve! E então? Quer isso dizer que acho que a galinha do "Allgarve" é melhor que a minha?! Nem por sombras!

Bom fim de semana!

Anónimo disse...

E assim, batendo palminhas, seguiram felizes e contentes cada um com sua galinha.

Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!