A aldeia do do Sabugueiro está situada num local magnífico. Quando a atravesso, pergunto-me sempre porque será que não é um importante centro de turismo de montanha, como os há em tantas serras como a da Estrela por toda a Europa. Com placards indicando trilhos pedestres, com mapas desses mesmos trilhos à venda nos mercados, nas mercearias, nos cafés, nas lojas de recordações. Com empresas oferecendo passeios a cavalo, de aluguer de bicicletas. Com monitores para actividades mais técnicas como a escalada, o canyoning, a canoagem, o parapente. Com turistas pedestres a entrarem e a sairem todos os dias. Em vez disso, o Sabugueiro pouco mais é do que um centro de venda de fancaria e de arquitectura de péssimo gosto. Porque será?
Porque se tem confundido desenvolvimento do turismo com comércio rasca e com multidões a passarem de carro pela estrada, a caminho da Torre. Por isso é que os comerciantes do Sabugueiro são tão militantes quando defendem o alargamento da estrada nacional, chegando ao ponto de exigirem zonas de ultrapassagem com duas faixas em cada sentido.
As consequências destas opções são, por um lado, a conhecida degradação das paisagens e do ambiente na Serra da Estrela; por outro, a comparativamente reduzida afluência de turistas de montanha.
Falo do Sabugueiro como poderia falar de quase todas as localidades em torno da serra. O turismo de montanha na montanha mais alta do continente português está a ser esquecido por todos, ou quase todos. Por isso, não fico nada entusiasmado quando leio na comunicação social anúncios dos projectos a financiar como Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER) — Dos quais, diga-se de passagem, a Plataforma pelo Desenvolvimento Sustentável da Serra da Estrela (PDSSE) nada conseguiu apurar apesar dos vários pedidos feitos às entidades responsáveis. Mais ainda, fico até preocupado, porque me parece que vão apenas servir para trazer mais entulho e lixo para a Serra, assim diminuindo, ainda mais, o interesse que ela pode ter para os turistas como eu. Desenvolvimento do turismo? Não me parece.
Exactamente pelas mesmas razões, não fico nada (mas mesmo nada) entusiasmado com o recente anúncio da Câmara Municipal de Manteigas de "desenvolver o turismo" nas Penhas Douradas, no qual se inclui a possibilidade da construção de um funicular que permita o acesso não rodoviário a partir de Manteigas (veja aqui). É que os turistas que Manteigas mais facilmente pode atrair são aqueles que gostariam de subir para as Penhas Douradas a pé, e que o prefeririam fazer sem serem incomodados pelo ruido, o cheiro e as estruturas do funicular. Mas desses, nunca ninguém se lembra. Por isso mesmo, eles também pouco se lembram de por cá passear.
10 comentários:
Como adepto de passeios de canoa, fico extremamente desapontado ao ver o abandono a que os percursos fluviais da serra estão votados.
Porém, convém realçar que as (poucas) empresas que dinamizam a canoagem nessa região cobram bastante por uma escassa hora de passeio. Se formos a fazer as contas, o que se pagaria por uma hora de passeio daria para várias horas de passeio de automóvel (com a vantagem de se poder encostar e explorar os locais sem limites de tempo).
Já agora, se estiver interessado em decorar o blog, terei gosto em ceder (via creative commons) algumas fotografias da minha última passagem por aí. É só responder-me pelo mail joaomig.ribeiro@netcabo.pt.
Neste ultimo parágrafo onde refere o autor o seu desapontamento relativamente ao ainda projecto de investimento para as Penhas Douradas, afirma concretamente que Manteigas apenas terá de uma maneira mais fácil, capacidade para atrair aquele turismo que gosta de subir e andar a pé. A Manteigas estará de preferência no futuro reservada, uma maneira fácil de angariar visitantes, de cativar turistas, apesar do autor considerar por fim, que mesmo agora não existindo os tais funiculares, nem cheiros estranhos, nem ruídos, "eles também pouco se lembram de por cá passear". Resumindo: quando as estruturas planeadas estiverem construídas e a laborar os fáceis turistas que gostam de subir ás Penhas Douradas a pé não virão mais; por outro lado, agora, que nada disso ainda existe eles também pouco se lembram de por cá passear. Dilema esquisito este.
Penhas,
Se bem o entendo, o dilema que diz que é curioso é o seguinte: se se faz alguma coisa, o Cantaro Zangado diz que os turistas amantes da natureza fogem; mas não se faz nada, e o Cântaro Zangado não explica porque é que os turistas amantes da natureza não aparecem.
Pois bem, se é isso, lamento, mas não me entendeu. Volte a ler com mais atenção. Eu digo que os turistas amantes da natureza (aqueles que mais facilmente e com menos investimentos poderiam ser convencidos a visitarem a zona de Manteigas) "pouco se lembram de por cá passear" porque "desses, nunca ninguém se lembra". Ou seja, eu não digo que basta não fazer nada para os turistas passarem a vir a correr, aos milhões, para Manteigas. Está a perceber, Penhas, aquilo que zanga o Cântaro Zangado é (entre outras coisas) o facto de não se desenvolver o turismo de montanha, o turismo de natureza, o turismo activo, que são os segmentos que estão em maior crescimento na Europa e que formam a base da oferta das estâncias de montanha do mundo civilizado e, em vez disso, se apostar em foleirices inviáveis e poluidoras como telecabines ou funiculares, alucinações de esqui "como nos principais centros de montanha da Europa" e urbanizações de segundas ou terceiras moradias destinadas a ficarem desocupadas nove décimos do ano.
E como se desenvolve o turismo que defendo? Sinalizando, documentando e divulgando trilhos pedestres e de BTT (veja o blog Pedestrianismo para ter uma ideia do que, neste aspecto, por aí vai em todo o país e para ficar com uma ideia do atraso da nossa região, entretida com telecabines, estradas, funiculares e milhões do PITER); apoiando empresas de turismo activo, que podem ser pequenas empresas, empresas familiares, não têm que ter a dimensão da Turistrela; protegendo o meio ambiente, contribuindo activamente para a prevenção dos atentados e para a resolução dos que ocorrem, incluindo punições para os que prevaricam. Enfim, outras ideias vêm à mente se nos pusermos a pensar nisso. Mas enquanto pensarmos em suburbios de altitude, centros de estágio e funiculares, não vamos lá, decerto.
Na minha opinião, se os turistas não aparecem na Estrela como aparecem, por exemplo, no Gerês, é porque nós não investimos no turismo, ou seja, defendo a necessidade de investimentos. O problema é que, em vez de investirmos em turismo, queremos investir em construções.
É melhor fazer bem do que não fazer nada. Mas é melhor não fazer nada do que fazer mal. E os planos agora anunciados pelo presidente da Câmara de Manteigas, por serem do mesmo género dos que os presidentes da Câmara da Covilhã (e da RTSE, e da Turistrela) têm defendido, são "fazer mal". São fazer como se tem sempre feito nos últimos cinquenta anos: promover asfalto, ruinas abandonadas (porque inviáveis) e entulho por todo o lado. Disso, já temos que chegue, já vimos no que dá: em nada.
Saudações!
José Amoreira
"sao promover asfalto, ruinas abandonadas e entulho por todo o lado"..... Todo o lado!!!! Posso estar muito enganado, mas nos concelhos de Manteigas, Gouveia e Seia n�o estou a ver situa�es dessas que tanto fala como todo o lado. Agrade�o me ajude a fazer luz, como profundo conhecedor da Serra!
Ok, vejamos. Estrada de S. Bento entre A Portela do Arão e a Lagoa Comprida (Seia); estrada Alvoco da Serra - Torre (foi parada a tempo, vá lá, estavam a fazê-la sem autorizações, mas ainda subiu bastante) (Seia); estrada Unhais da Serra - Nave de Santo António (ainda não está totalmente asfaltada, mas é dar-lhe tempo) (Covilhã); reindivicações de estrada Bouça - Penhas da Saúde (Covilhã); projecto da Estrada "Verde" entre a Guarda e o Maciço Central (Guarda, Gouveia e Manteigas); projecto do teleférico Piornos - Torre (sim, caro Penhas, ele voltou e está incluido no PITER) (Covilhã); projecto de teleférico Lagoa Comprida - Torre(Seia); projecto de teleférico Alvoco da Serra - Torre (Seia); rumores de projecto de pista de gelo indoor no Vale do Rossim (Gouveia); os projectos do presidente da Câmara de Manteigas agora anunciados e que tanto o entusiasmam, caro Penhas (Manteigas); projectos de construção de 400 camas entre a Varanda dos Carqueijais e o Sanatório dos Ferroviários (Covilhã); projectos de estalagens na Torre (Gouveia); minicidade das Penhas da Saúde (Covilhã); Ski parque (Manteigas); rumores de nova estrada de Manteigas para a Nave de Santo António, pela Serra de Baixo (Manteigas); enfim, Penhas, quer que continue, ou já está a ver a coisa?
Já sei que grande parte do que apresentei é da responsabilidade da Câmara da Covilhã. Se concorda comigo que a Câmara da Covilhã é a que mais entulho tem trazido para a Serra, concordará comigo que as outras não lhe deviam seguir o exemplo...
Vou passar por alto a ironia do "profundo conhecedor da Serra". Nunca disse que o sou, nem disso depende a razoabilidade dos meus argumentos.
Caríssimo o que inicialmente diz é:"São fazer como se tem sempre feito nos últimos cinquenta anos: promover asfalto, ruinas abandonadas (porque inviáveis) e entulho por todo o lado". O que lhe perguntei é que me apontasse o asfalto, as ruinas abandonadas e o entulho ainda existente e que foi feito nos ultimos 50 anos e que classifica de "fazer mal". Não lhe pedi que me respondesse com antecipações de algo que ainda só está em projecto! Espero continue a reservar para si a arte de prever o futuro.
E já agora, não apliquei qualquer ironia quando o classifiquei de profundo conhecedor da Serra. Acredito que seja mesmo um profundo conhecedor da Serra, senão e desculpe a expressão, o classificaria de uma burrice atroz andar armado de porta-bandeira sem conhecer profundamente a realidade daquilo que fala.
Acho que não é o caso! E por isso dá algum gozo teclar consigo.
Caríssimo, "futorologia" andamos os dois a fazer desde que começámos esta nossa conversa. Lembra-se como foi? Comentando a ideia da casa do pai natal e da floresta de encantar nas Penhas Douradas... Já existe essa casa, essa floresta? Não. Então não podemos falar dessas ideias? Claro que podemos!
O Penhas "faz futurologia" quando defende esses projectos: pensa que trarão grandes vantagens para o tecido económico e social de Manteigas. Gostava que explicasse que vantagens ao certo serão, mas vá.
Olhe, eu não digo que a serra esteja toda poluída. Peço perdão se foi para aí que escorreguei. Mas digo que as políticas que temos seguido têm poluído e enchido de entulho os sítios onde se têm aplicado. Não sou só eu que digo isto. O Penhas já referiu vários cancros ambientais na Serra, desses que aqui no Cântado Zangado também temos comentado. Ora bem, eu acho que não os devemos generalizar. Ora, aumentar as contruções em altitude, encorajar as visitinhas rápidas e confortáveis de multidões ávidas de atracçõeszinhas artificiais como Casinhas do Pai Natal e Florestas de Encantar, é aplicar as mesmíssimas políticas que produziram as Penhas da Saúde, a Torre e o Sabugueiro. Na mesma linha vêm os projectos de estradas (que estão em cima da mesa, isto não é futorologia) que referi, os da construção de centros de estágio desportivos nas Penhas da Saúde e nas Penhas Douradas, etc, etc...
Devemos mudar de filosofia porque, se não o fizermos, esses cancros vão generalizar-se. Autorizar-me-á então, finalmente, a discuti-los, caro Penhas?
Mas olhe, já sei que o Penhas não pensa como eu, não concorda comigo. Já mostrou que é contra o turismo de natureza na Serra da Estrela, contra o pedestrianismo. Agora, diga-me, diga-nos: que tipo de turismo é que defende para a Serra, ao certo?
De partida para uns 2 meses de merecidas férias das quais como habitualmente uma parte significativa nas Penhas Douradas, não quis desaparecer(pk em férias não existe computador) sem lhe dizer que na verdade eu não concordo consigo! Pelo menos com esse radicalismo de kem conhece, o que na verdade conhece bastante mal como faço questão de lhe continuar a provar! Depois penitencia-se, recua, volta atrás, afirma que muda frequentemente de opinião, tem uma ideia da generalidade da Serra e é especifico em todas as apreciações! Mistura alhos com bogalhos, insere realidades diferentes no mesmo saco; inquirido, responde apenas com o lhe k lhe seja mais favorável! Refira pf uma única frase, uma única, que lhe tenha dado a entender(nem precisa ter ficado com essas suas certezas)ser essa a minha posição de "Já mostrou que é contra o turismo de natureza na Serra da Estrela, contra o pedestrianismo".
Já que continua com esse excesso de porta-bandeira de kem tenta baralhar e baralhar para dar cartas outra vez, também lhe digo que não é o único a percorrer as Serras,nem o único a apanhar os dejectos que outros pedestrianistas deixaram para trás, só que muita gente o faz sem essas actividades mediáticamente festivaleiras, de quem por a Manteigas ter vindo encapotado de Al Gore, se arroga no direito de fazer tábua rasa de opiniões diferentes.
O ilustre bloguista ainda não compreendeu, que a sua liberdade começa onde acaba a liberdade dos outros? Ou a inserção de frases como esta "Autorizar-me-á então, finalmente, a discuti-los, caro Penhas?" será prenuncio de algum disturbio?
Queira, recomenda-lo-ia a meu amigo seu par, expert na materia!
Por último, não vou mais comentar o seguimento de opiniões aqui.
A nossa conversa, a continuar, será sempre em textos acima, mais recentes, mais actuais.
Caro Penhas, com este comentário não trouxe nada de novo para a nossa discussão. Mas introduziu, referiu, subentendeu ou repetiu uma série de assuntos. Vou tentar responder a todos, mesmo achando que alguns não têm interesse nenhum para a discussão.
Sobre a fraca qualidade da minha argumentação, peço-lhe ecarecidamente que ilustre, com exemplos, cada uma das deficiências que me aponta. Ou não. Não foi para discutir a minha (ou a sua) fraca retórica criei o Cântaro Zangado, foi para discutir a Serra. Assim, descanse, não vou apontar-lhe os defeitos de que, no meu entender, padecem as suas intervenções nem vou contar os seus erros ortográficos (que os cometemos todos).
No geral, todos (mas mesmo todos) dizem querer "paz na terra entre os homens de boa vontade". É no concreto que a porca torce o rabo. É só por isso que quando falo vou aos detalhes, é só por isso que prefiro ser específico.
Volta a falar do meu desconhecimento da realidade de Manteigas. OK, já disse e repeti que é verdade. Avançamos ou continuamos neste ponto? Se sei tão pouco de Manteigas que não vale a pena falar comigo, deixe-me a falar sózinho. Se não é essa a sua posição, avance ou explique claramente em quê é que se revela essa minha ignorância. Deste modo, está apenas a dizer, repetidamente, que o céu é azul. Já percebeu que tanto me faz que o diga como não, já que percebeu que não vou tentar rebatê-lo nesse ponto?
Tenho pensado que talvez deva eu deixá-lo a falar sózinho! Ao fim ao cabo, no blog Manteigas dizia que eram interesses particulares que me levavam a defender as minhas ideias (pondo em causa a minha boa fé); agora diz que são eventuais distúrbios (pondo em causa a minha sanidade)! Quer mesmo discutir comigo, caro Penhas? Em que termos é que o quer continuar a fazer?
Pediu-me uma frase em que o Penhas tenha dado a entender ser "contra o turismo de natureza na Serra da Estrela, contra o pedestrianismo". OK, tenho que lhe pedir desculpa. Confundi-o com um anónimo que, no blog Manteigas, classificava como "mariquices" esses segmentos turísticos. Peço-lhe desculpa por ter feito esta confusão, mas reconheça que há semelhanças entre o estilo daquele anónimo e o seu. Por outro lado, tem aqui estado a manifestar a sua oposição às posições que defendo, na caixa de comentários de um post em que peço mais turismo de natureza para a Serra da Estrela. Por outro lado ainda, na sua já longa (mas muito bem vinda) intervenção aqui no Cântaro Zangado, ainda nunca tomou uma posição de apoio (mesmo que velado ou condicionado) a este tipo de turismo. Reconheça que é fácil cair no erro em que caí.
O parágrafo em que o acusava (sem fundamentos muito sólidos, reconheço agora) de ser contra o turismo de natureza e o pedestrianismo na Serra da Estrela era o seguinte:
"Mas olhe, já sei que o Penhas não pensa como eu, não concorda comigo. Já mostrou que é contra o turismo de natureza na Serra da Estrela, contra o pedestrianismo. Agora, diga-me, diga-nos: que tipo de turismo é que defende para a Serra, ao certo?" Vou reescrevê-lo de novo, apagando a frase central, que parece não querer aceitar:
"Mas olhe, já sei que o Penhas não pensa como eu, não concorda comigo. Agora, diga-me, diga-nos: que tipo de turismo é que defende para a Serra, ao certo?"
É só para lhe lembrar que deixou a questão final por responder.
O pedido de autorização para discutir seja o que for, vindo de quem vem (do "ilustre bloguista", que por acaso é dono do blog e que por isso não tem que pedir autorização para discutir coisa alguma), é, obviamente, uma figura de estilo que deve ser interpretada como um pedido que lhe dirijo para que aceite discutir comigo esses assuntos (recordo que se tratava de projectos que, apesar de futuros, não são apenas especulações, uma vez que já foram anunciados por pessoas com muito mais poder do que o "ilustre bloguista"). Eu devia talvez ter sido mais explícito.
Despertou a minha curiosidade: em que matéria é expert um amigo seu que é meu par? Quem acha que são os meus pares? Porque é que considera a possibilidade de me recomendar a esse seu amigo? Será um psiquiatra? O que é que tudo isto tem que ver com o que estamos a discutir? Volto a perguntar, caro Penhas: o que é que quer dicutir e em que termos é que quer manter esta discussão? Já disse mais do que uma vez tem por mim a consideração suficiente para manter esta discussão. Pois então, esteja à altura do que afirma e, por favor, pare de inventar diferentes maneiras de me insultar gratuitamente! Ou então continue a fazê-lo; não vou tratá-lo na mesma moeda, descanse.
Notável tirada, que dá pano para muitas mangas:
"Já que continua com esse excesso de porta-bandeira de kem tenta baralhar e baralhar para dar cartas outra vez, também lhe digo que não é o único a percorrer as Serras,nem o único a apanhar os dejectos que outros pedestrianistas deixaram para trás, só que muita gente o faz sem essas actividades mediáticamente festivaleiras, de quem por a Manteigas ter vindo encapotado de Al Gore, se arroga no direito de fazer tábua rasa de opiniões diferentes."
(1) O que são excessos de porta bandeira? Aponte-mos (esses ou outros), por favor. Que os terei, talvez, mas nunca o insultei, como o Penhas já fez, duas vezes pelo menos (já as referi: no Blog Manteigas pôs em causa a minha boa fé, agora pôs em causa a minha sanidade; não estou ofendido, estou apenas a constatar um facto). Não sei se os insultos serão também excessos específicos de porta bandeira, mas reconheça que são excessos.
(2) Baralho e baralho para dar cartas outra vez? É boa, tenho a sensação (serão os tais distúrbios, decerto) que quem detem a iniciativa nesta discussão é o Penhas, que eu tenho estado apenas a responder-lhe!
(3) Diga onde é que sugeri que era o único a percorrer as serras, onde é que sugeri que era o único que apanhava dejectos deixados por outros pedestrianistas (se bem que os piores não são esses, acredite), por favor. Diga onde é que fiz alarde de apanhar esses dejectos (às vezes faço-o, outras vezes não). Diga onde é que sugeri que considero isso minimamente relevante para a discussão? Comparamos currículos de "serrano"? Por favor, já não tenho idade para isso...
(4) O que quer dizer com a qualificação "mediaticamente festivaleiras"? Que actividades assim qualifica? A 1ª Caminhada pelo Ambiente da Serra da Estrela? A limpeza do Zêzere promovida pela Câmara de Manteigas referida no Blog Manteigas e a que dei o meu apoio (apenas moral)? O programa "Um Milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela"? Outras? Quais? Explique porque é que faz delas uma apreciação tão depreciativa, por favor.
(5) Tábua rasa?! Que tábua rasa é que eu faço da sua opinião, Penhas?! Tenho estado a discutir pacientemente consigo, a responder a argumento após argumento, a deixar passar, sem me zangar, insultos, acusações de ignorância e insinuações de intransigência, só para ver as perguntas que coloco ficarem sem resposta e receber em vez disso mais argumentos, alguns dos quais já repetidos e rebatidos... Que tábua rasa é que eu faço, Penhas?!
(6) Quando fala "de quem por a Manteigas ter vindo encapotado de Al Gore, se arroga no direito de fazer tábua rasa de opiniões diferentes", refere-se a uma participação minha (como representante da Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE), de que sou sócio há pouco mais do que um ano) num debate organizado pela associação Manteigas Solidária e o programa Eco-Escolas sobre alterações climáticas? O Penhas esteve lá? Avaliou o meu desempenho nesse debate como sendo o de uma arrogante superestrela "encapotada de Al Gore", que se arroga seja lá que direito for?! Mais algum dos presentes partilhou essa sua opinião? Olhe: (1) o Cântaro Zangado existe há um ano e meio, esse debate foi no mês passado (ou seja, não foi este que me "arrogou" no direito a falar naquele); (2) participei neste debate porque a ASE (que foi convidada por integrar, não sei se bem se mal, o programa das Eco-Escolas) considerou que eu seria o elemento mais indicado para a representar (ou seja, sei bem que a minha participação no debate se deve apenas, eventualmente, ao reconhecimento de que gozo na ASE [ou junto de alguns elementos da ASE], não à suma importância que Manteigas dá à minha vulgaríssima pessoa); (3) é da natureza da minha profissão participar em debates e dar palestras regularmente. Esta em Mantigas seguiu-se a uma série de (dezenas de) palestras que dei sobre a física das ondas e sobre o sistema GPS em escolas secundárias de todo o país (até no Colégio N. Sra. Fátima de Manteigas, apraz-me muito notá-lo) e a outras, sobre assuntos mais específicos relativos aos projectos de investigação científica em que participo, apresentadas em Espanha, Holanda, Inglaterra, Eslovénia, Itália e (claro) Portugal, face a assistências constituidas por autoridades mundiais nos assuntos em debate. Não pretendo impressioná-lo com isto que acabo de dizer. Pretendo apenas mostrar-lhe o ridículo da sua tese: acha mesmo que me pode ter subido à cabeça a suma importância deste debate informal em Manteigas?! Penhas: não está a falar com ninguém muito especial, não sou nenhuma luminária. Mesmo assim, diga-me: com quem julga que está a falar?!
Por fim, se ficou muito zangado por ter ido um covilhanense (expressão que não
carrega nenhum sentimento de pertença, refere apenas a terra onde, por acaso,
agora moro) falar num debate a Manteigas, olhe, que quer que lhe diga? Foi sem querer...
Sinta-se à vontade para continuar a nossa conversa quando e onde entender.
Preferia mantê-la num tom menos crispado e com menos apreciações pessoais,
mas isso, tal como até agora, é consigo.
Mais uma vez, boas férias!
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