A serra da Estrela está longe de poder competir com a generalidade das estâncias europeias. A área esquiável é de apenas 6200 metros, divididos por nove pistas de diferentes graus de dificuldade, mas as condições existentes são perfeitas para os iniciados e aos esquiadores mais exigentes permitem, pelo menos, matar o vício. A Estrela tem ainda a vantagem de ser acessível de carro. É o que se pode chamar uma estância popular.Vou passar por alto o exagero da variadade dos graus de dificuldade (variam entre o trivial e o mediano, mesmo que estejam classificadas com a gama completa do código de cores usual) e das condições existentes perfeitas para iniciados.
O reverso é o caos automobilístico, o lixo e a sensação de que não se chega a estar verdadeiramente em comunhão com a natureza, tamanha é a algazarra, sobretudo ao fim de semana.
Quero é notar como o segundo parágrafo do excerto que cito é absolutamente devastador para uma imagem vendável da Serra da Estrela. E se nos recordarmos que aquela área está supostamente protegida por três estatutos de protecção ambiental nacionais e europeus (Parque Natural, Reserva Biogenética e Rede Natura 2000) e que as linhas de água e as lagoas da região foram em 2006 integradas na Convenção Ramsar de protecção de zonas húmidas, então...
Como já disse, o cume da Estrela podia ser um local mágico. Sem estradas, sem mamarrachos. Os turistas desejariam fazer na Serra da Estrela o que fazem nas outras serras: subir a pé, a cavalo ou de burro. Planear visitas com duração de uma semana ou mais.
Mas parece que continuamos a preferir o que temos: visitas toca e foge e "o caos automobilístico, o lixo e a sensação de que não se chega a estar verdadeiramente em comunhão com a natureza, tamanha é a algazarra."
Estamos no bom caminho, como sempre! Estamos de parabéns, como sempre!
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