De entre as várias entidades com responsabilidades sobre a gestão do território na Serra da Estrela, a que mais simpatia me inspira é o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE). Digo-o desde já, para que não haja dúvidas. Mas incomoda-me a sua quase invisibilidade. E incomodam-me algumas proibições difíceis de entender dada a liberdade que as mesmas regras aparentemente permitem a certos actores.
Falo nisto hoje porque, acerca das "trasladações" em tractor agrícola de neve recolhida com escavadoras denunciadas pelo Estrela no seu melhor, a Kaminhos publicou um artigo onde recolheu a opinião de Fernando Matos (director do PNSE). Podemos ler, a páginas tantas
Fernando Matos, director do PNSE, refere que a legalidade "depende do tipo de intervenção que está a ser feita", o que ainda desconhece, pelo que ordenou para já "um aumento da vigilância na área em redor da estância", com base nas informações de que dispõe desde segunda-feira.
Não se conhecia nenhuma reacção do PNSE a estes factos antes do jornalista ter pedido esclarecimentos a Fernando Matos; a primeira voz que ouvi a relatar estas foleiras (se não ilegais) operaçações foi a de um leitor do Cântaro Zangado, a 28 de Dezembro; o aumento da vigilância numa zona sujeita a uma enorme a pressão da actividade turística sobre o ambiente natural a proteger (portanto uma zona que devia ser acompanhada com particular atenção) dá-se como resposta às denúncias de um cidadão particular (o Cova Juliana do Estrela no seu melhor), que testemunhou estas manobras em plena luz do dia, durante uma tarde do fim de semana passado (não se tratou de uma sofisticada operação de espionagem, portanto).
Não me agrada mesmo nada "bater no ceguinho" mas face a isto temos que nos perguntar: o PNSE existe, mesmo?
Sem comentários:
Enviar um comentário