terça-feira, janeiro 02, 2007

Impactos

Fotografia "roubada" no blog Estrela no seu melhor.
Fazem-se estudos de impacto ambiental (EIA) para quê? Sem dúvida, para se decidir, em função de critérios ambientais, se um dado empreendimento pode ser autorizado. Mas não é só para isso. É que a autorização de um empreendimento não significa que se considerem nulos os seus impactos. Assim, é necessário considerar alterações aos projectos capazes de anular aqueles impactos previstos pelos EIA que podem ser anulados e estudar medidas que mitiguem a gravidade dos restantes. Estas são também funções dos EIA e são, pelo menos, tão importantes como a de decidir se é ou não autorizável um dado projecto.

Quais são os impactos ambientais do funcionamento da estância de esqui da Turistrela? Qual a sua gravidade? Que medidas podem ser tomadas para diminuir esses impactos? Essas medidas estão a ser tomadas? Se a capacidade da estância, medida pelo número de esquiadores por hora que os meios mecânicos instalados permitem satisfazer, for duplicada, com a redistribuição dos teleskis existentes, isso não aumentará os impactos e a sua gravidade? Já alguém fez estudos sérios para dar respostas sérias a estas questões? É aceitável que ainda não tenham sido feitos? É aceitável que continuemos sem os fazer, agora que se considera a redistribuição dos teleskis?

Com todas estas perguntas, onde quero chegar é ao seguinte: quanto a mim, não só deviam ser obrigatórios os estudos de impacto ambiental para as obras que a Turistrela quer realizar agora a curto prazo, como devia ser obrigatório um estudo de impacto ambiental para o próprio funcionamento regular da estância, com ou sem obras.
Deixemo-nos de lirismos, o respeito pelo ambiente tem um preço. A concessionária exclusiva do turismo e dos desportos no Parque Natural da Serra da Estrela está, ou não está, disposta a pagar a sua quota? Em função da resposta que dá a esta pergunta, ela merece, ou não merece, essa concessão?

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Algarvear a Serra da Estrela? Não, obrigado!