Há anos referimos aqui uma notícia publicada a 25 de Janeiro de 2007 no jornal O Interior, com o título Uma pista de problemas, segundo a qual um jurista da câmara municipal de Manteigas defendia a rescisão do contrato de concessão da exploração do complexo da Quinta da Reboleira (estrutura que inclui a pista artificial de esqui do Sameiro), atribuída à Turistrela.
Poucos dias depois, demos conta aqui do que parecia ser a reacção da Turistrela (foi a única de que houve notícias, pelo menos): o anúncio da decisão da construção de trinta chalés no dito complexo, difundido pelo Diário XXI.
Passou mais algum tempo e chegámos a Março 2008 (sem que entretanto se tivessem verificado novidades quanto à concessão da Quinta da Reboleira, ou quanto à construção dos chalés), altura em que um artigo no Notícias da Covilhã, com o sugestivo título "Turistrela pode ficar sem o sky Parque", voltava a referir problemas entre a concessionária e a autarquia de Manteigas (infelizmente, não recordo a data da edição, mas transcrevi a notícia num post que escrevi a esse propósito).
Esta semana, li no Blogue dos Manteigas uma transcrição de uma notícia no jornal "A Guarda" de acordo com a qual a Câmara Municipal de Manteigas, em reunião do executivo municipal que teve lugar a 25 de Novembro, aprovou por unanimidade rescindir o contrato de concessão com o consórcio Turistrela / Certar.
Estas coisas levam o seu tempo, claro. E até é bom que o levem, para que as decisões possam amadurecer e assim se evitem males maiores. Neste caso, parece claro que a Câmara de Manteigas teve tempo para analisar profundamente a questão e as notícias que entretanto foram sendo publicadas mostram que o assunto não esteve esquecido todos estes anos. E chegou-se à conclusão de que não era do interesse da autarquia a continuação da concessão. E aprovou-se a sua rescisão.
Tudo lógico, tudo racional. Tudo aparentemente como deve ser. E, no entanto, porque será que considero este assunto notícia aqui para o Cântaro Zangado? Porque será que sinto que esta decisão deve ser festejada? Porque será que análises racionais do que é e do que deve ser o interesse público em questões que envolvem a Turistrela, e decisões que, fundadas nessas análises, contrariam o interesse da Turistrela defendendo o que se considera ser o interesse público, nos espantam? Talvez por serem tão mas tão raras?
Por ter assim mostrado que se acabou o tempo do respeitinho por certas vacas sagradas, muitos parabéns à Câmara Municipal de Manteigas! E obrigado!
1 comentário:
Parabéns ao Novo executivo pela coragem na decisão.
Esta estrutura está decadente há muito e teve sempre uma prestação de serviço aos utilizadores de muita falta de qualidade.
É preferivel não existir do que funcionar da forma que tem funcionado nos últimos anos.
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