Parece que o novo executivo camarário da Covilhã desbloqueou um processo que o anterior tinha emperrado, o da aquisição de duas viaturas limpa neves para os bombeiros voluntários da Covilhã.
Eu acho que, com o que neva nos concelhos à volta da serra, o Centro de Limpeza de Neve, nas Penhas da Saúde, chega e sobra. Parece-me que as novas viaturas terão uma utilização muito esporádica (leia-se uma ou duas vezes a cada cinco anos), mas representarão um encargo financeiro constante para os bombeiros e também para aqueles de quem se espera apoio para a corporação, ou seja, a câmara, ou seja, todos nós, através dos nossos impostos.
Em resumo, acho que se trata de um perfeito disparate, enquadrado no delírio parolo da "montanha de neve", da "cidade neve", do "concorrer em termos de turismo de montanha com outras da Europa, nas cidades dos maciços mais conhecidos, como os Alpes ou os Pirinéus" (sim, esta pérola hilariante ainda está disponível online! Aproveite enquanto dura!). O costume, portanto.
Soube do projeto de aquisição desta importante "mais valia para o concelho da Covilhã" (J. Matias, vereador pelo PSD, citado no artigo da Rádio Cova da Beira adiante referido) pelo Carpinteira, que ligava a uma notícia na Rádio Cova da Beira, onde podemos ler mais alguns pormenores divertidos. Por exemplo, que o executivo autárquico do anterior presidente emperrou este processo porque não concordava com a cor com que os bombeiros queriam pintar as tão desejadas (mas tão pouco necessárias) viaturas. Não sei se tenho mais vontade de me rir disto, ou do comentário que o atual presidente da Câmara, Vítor Pereira, fez a propósito: "coisas sérias e da maior importância que estavam aqui pendentes mas que agora já estão em fase de resolução". É que, a sério: nisto tudo, parece-me tão pouco séria a discussão sobre as cores dos limpa neves como o resto.
(Festejei a saída de Carlos Pinto. Não tinha grandes esperanças em Vítor Pereira, mas ainda estou convencido de que estamos melhor agora. Mas não abusem, pá!)